O fim de ano chegou e, com ele, aquela vontade clássica de pegar a estrada para o Natal e o Réveillon. Seja para visitar a família, descer para o litoral ou simplesmente fugir da cidade, o carro é protagonista nesse período. E junto com ele vem uma dúvida antiga do brasileiro, mas que nunca perde a relevância. Afinal, quanto custa rodar 1.000 km no usando etanol ou gasolina?
Para responder isso de forma justa, o Auto+ uma apuração de um princípio simples e justo. Primeiro, usamos os preços médios nacionais dos combustíveis, divulgados pela Petrobras, já considerando as margens de distribuição e revenda. No momento da publicação dessa matéria a gasolina tem média de R$ 6,17 por litro e o etanol em R$ 4,40.
O segundo passo foi escolher o consumo oficial do Inmetro, que é a referência padronizada do país. Embora na prática muitos carros façam números um pouco melhores, o Inmetro usa um ciclo mais rigoroso, mas é o que permite essa comparação justa entre modelos e motores diferentes.

Para evitar distorções, não usamos só cidade ou só estrada. A conta sempre considera uma média entre os dois cenários, já que em uma viagem de fim de ano o carro normalmente passa por trânsito urbano na saída e na chegada, além de longos trechos rodoviários.
Com essa média em mãos, a lógica é: se um carro faz, por exemplo, cerca de 10 km/l, ele vai precisar de aproximadamente 100 litros para rodar 1.000 km. A partir disso, basta multiplicar o número de litros necessários pelo preço do combustível escolhido.

Bomba de combustível [divulgação]
Esse método também ajuda a mostrar por que o etanol, mesmo sendo mais barato na bomba, nem sempre compensa. Em muitos motores flex, o consumo com etanol sobe, o que faz o custo por quilômetro se aproximar ou até ultrapassar o da gasolina. Já em carros mais eficientes, especialmente híbridos, essa diferença praticamente desaparece.
E para pegar uma base certa, escolhemos os veículos mais vendidos do Brasil até novembro, de acordo com a Fenabrave, também para ficar justo. Em um caso específico incluímos até mais um modelo. Vamos ver então como ficou.
Hatchback
![Volkswagen Polo Track [Auto+ / João Brigato] Carros mais vendidos em 2024](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Volklswagen-Polo-Track-15-1200x720.jpg)
Começando pelo hatch mais vendido do Brasil, o Volkswagen Polo, a diferença entre versões aspirada e turbo já mostra como o custo varia mesmo dentro do mesmo modelo.
No Polo Track 1.0 aspirado, rodar 1.000 km com etanol custa cerca de R$ 436, enquanto com gasolina o valor cai para aproximadamente R$ 422. A vantagem da gasolina é pequena, mas existe, mesmo com o litro mais caro.
![Volkswagen Polo Highline [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2023/07/Volkswagen-Polo-Highline-2-1200x719.jpg)
Já no Polo 1.0 TSI, mais potente e também mais gastão no etanol, a conta sobe. Com etanol, o custo para 1.000 km fica em torno de R$ 451, enquanto com gasolina cai levemente para R$ 445. Aqui, mais uma vez, a gasolina leva vantagem, mas por margem mínima.
Sedãs

Entre os sedãs compactos, o Chevrolet Onix Plus continua sendo referência. Na versão 1.0 aspirada, rodar 1.000 km com etanol custa cerca de R$ 402, enquanto com gasolina o valor fica muito próximo, em torno de R$ 398. Praticamente um empate técnico.
No Onix Plus 1.0 turbo, o cenário muda um pouco. O etanol leva o custo para aproximadamente R$ 447, enquanto a gasolina reduz a conta para algo em torno de R$ 437. Aqui, a gasolina já começa a fazer uma diferença mais perceptível.

Mas aqui no caso dos sedãs pegamos um modelo que muitos brasileiros tem e vale incluirmos devido a motorização híbrida — o Toyota Corolla. Na versão 2.0 aspirada, rodar 1.000 km com etanol sai por cerca de R$ 489, contra R$ 468 usando gasolina. O porte maior e o motor mais forte cobram seu preço, especialmente no etanol.
O Corolla Hybrid é o ponto fora da curva. Mesmo usando etanol, o custo fica em torno de R$ 379 para 1.000 km. Com gasolina, praticamente empata, também na casa dos R$ 378.
SUVs

Nos SUVs, o campeão de vendas Volkswagen T-Cross, com a versão 1.0 TSI, rodar 1.000 km com etanol custa cerca de R$ 470, enquanto com gasolina o valor cai para aproximadamente R$ 464. De novo, vantagem pequena para a gasolina.
No T-Cross 1.4 TSI, mais potente, o custo sobe um pouco mais. Com etanol, a conta fica em torno de R$ 486, enquanto com gasolina cai para algo perto de R$ 474. Aqui, a diferença já começa a ser sentida no bolso.
Picape

Na Fiat Toro 1.3 turbo flex, uma das poucas picapes flex do mercado, o custo já entra em outro patamar. Rodar 1.000 km com etanol custa cerca de R$ 594, enquanto com gasolina fica em torno de R$ 587.
Então vale a pena qual combustível no Natal?
O levantamento deixa claro que, na maioria dos carros mais vendidos do Brasil, a gasolina ainda leva vantagem financeira, mesmo custando mais caro por litro. O etanol só faz sentido mesmo em modelos híbridos, como o Corolla Hybrid, onde o consumo compensa o preço.

E essa lógica vale também até para quem vai rodar menos. Mesmo em trajetos de até 400 km ou abaixo de 500 km, a gasolina ainda é mais vantajosa na maioria dos carros. Isso acontece porque apesar de o etanol custar menos por litro, o consumo maior acaba anulando essa diferença, ainda mais na estrada, que é justamente onde a maioria das pessoas vão rodar neste final de ano.
E você, vai viajar neste final de ano? Qual combustível você prefere para o seu carro? Deixe seu comentário!



