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É simples de entender

Volkswagen Golf GTI e Jetta GLI, o câmbio DSG ainda é um problema? Explicamos

Depois de anos de polêmica com falhas na mecatrônica e embreagem a seco, a Volkswagen aposta em uma nova geração do DSG nos esportivos atuais; mas será que agora dá para confiar?

5 min de leitura

O câmbio DSG da Volkswagen ficou super famoso por transformar a experiência de dirigir modelos da Volkswagen e da Audi. A promessa era simplesmente unir a rapidez de um câmbio manual com o conforto de um automático. Porém os modelos como Jetta, Golf e até o Fusca, entre 2011 e 2015 eram equipados com o DSG de sete marchas com embreagens a seco que ficaram marcados por falhas.

Hoje, a história é bem diferente. Os esportivos da marca, como o Jetta GLI e o novo Golf GTI, usam um DSG de sete marchas banhado a óleo, bem mais robusto e adequado para torques maiores. O Auto+ então decidiu explicar as diferenças do câmbio DSG antigo para os novos. 

Antes de tudo, o que é um DSG?

DSG é um câmbio de dupla embreagem. Ele tem dois eixos principais: um cuida das marchas ímpares, o outro das pares. Enquanto você está em 3ª, por exemplo, a 4ª já fica pré-selecionada. Quando a troca vem, quase não há queda de giro. O resultado é uma aceleração forte como um manual bem pilotado, com conforto de automático e consumo baixo.

Câmbio DSG
Câmbio DSG [Divulgação]

Essa mágica é comandada por um módulo chamado mecatrônica. Ele é o cérebro que abre e fecha embreagens, decide pressão hidráulica e determina o momento exato da troca.

DQ200 seco

A geração que mais deu dor de cabeça foi a DQ200, de sete marchas com embreagens a seco – grave esse final. Tecnicamente, esse DSG de embreagem a seco foi feito para aguentar apenas torques mais baixos, até cerca de 250 Nm. Como não tinha banho de óleo, a dissipação de calor era ruim e, em uso severo, como trânsito pesado, subidas e calor intenso do Brasil, o sistema sofria mais. 

Golf Comfortline (divulgação)

Nesse caso, os defeitos eram superaquecimento da transmissão, perda de potência, trancos na troca, o que causou a falha na mecatrônica. Por isso ele ganhou má fama. Houve campanhas de reparo e até mudança de especificação de fluido ao longo do tempo.

Sinais típicos do DQ200 quando cansado eram luzes no painel, perda de força momentânea, engates irregulares e sensação de canguru em baixa velocidade. Em uso suave na estrada, ele até entregava o que prometia. No calor urbano, sofria.

Os novos modelos

Volkswagen Golf VIII (divulgação)

Nos modelos esportivos atuais, como o Jetta GLI e o novo Golf GTI, a conversa é totalmente diferente. Eles usam o DQ381 (família DQ38x), também de sete marchas, mas com embreagens em banho de óleo. Isso muda tudo. O banho de óleo faz três coisas importantes. Ele esfria e estabiliza o conjunto; aumenta a capacidade de torque (bem acima do DQ200) e permite repetição de arrancadas e trocas sem perder consistência.

Além disso, essa geração trouxe melhorias de lubrificação, vedação e eletrônica. A mecatrônica segue sendo o cérebro, mas hoje trabalha em um ambiente termicamente mais folgado. Também há evolução de software, com estratégias de acoplamento mais suaves em rampa, controle de pressão mais fino e o creep (aquele andar sozinho ao tirar o pé do freio) melhor dosada.

Volkswagen Jetta GLI 2026 branco estático branco
Volkswagen Jetta GLI [Divulgação]

Na prática, acabou aquela sensação de susto ao estacionar, as saídas em ladeira são limpas (ainda mais com auto hold), e quando você pede tudo no modo Sport, as trocas continuam instantâneas, só que agora com um colchão térmico que aguenta uso forte.

Por que o antigo sofria mais aqui?

Clima quente, mais umidade e mais o tráfego pesado é a prova de fogo de qualquer DCT a seco, como foi o caso do Powershift da Ford. O DQ200 foi desenhado para eficiência em torque baixo, não para suportar abuso térmico cotidiano. 

Volkswagen Jetta (divulgação)

No Brasil, essa combinação mostrou as fraquezas do calor interno da mecatrônica no limite e embreagem pedindo trégua. Já o DQ381 molhado nasceu para motores mais fortes e uso severo — exatamente o cenário de GLI e GTI.

O que é Mecatrônica

A mecatrônica é uma central hidráulico-eletrônica. No DQ200, ela vivia mais perto do estresse térmico e de variações de fluido. No DQ381, o ambiente lubrificado e os componentes mais robustos diminuem essa sensibilidade. Continua sendo peça crítica? Sim. Mas a taxa de falha cai muito quando temperatura e lubrificação estão sob controle.

Golf Variant Highline (divulgação)

Vale lembrar que o DSG não é livre de manutenção. Precisa  trocar o óleo e filtro do câmbio no prazo do manual. Fluido velho é a mesma coisa que calor e desgaste. Faça atualizações de software quando houver campanha também.

Mitos e verdades

É normal ver brasileiros generalizando problemas de outros carros do passado no presente e coisas nada a ver. Dizer que o DSG é frágil é pura generalização. O que ficou na memória foi a experiência ruim do DQ200 a seco em condições duras. O DQ381 banhado a óleo joga em outra liga.

10 comentários em “Volkswagen Golf GTI e Jetta GLI, o câmbio DSG ainda é um problema? Explicamos”

  1. Lucas Figueiredo

    Acho que houve um equívoco na citação que Jetta e Fusca usaram o DQ200. Os Jettas 1.4 usavam câmbio automático AQ250 e os 2.0, assim como os fuscas, usavam o automatizado DQ250, banhado a óleo.

  2. Fabio Toledo

    Quando se quer fazer uma “matéria” sobre o assunto o mínimo seria um pouquinho de aprofundamento, nao é mesmo? Enquanto muitos passaram vontade, minha perua fez 10 anos de vida este mês, do meu primo idem! Para quem aposta no medo, sobra postar fotos do carro que almejou. Definitivamente nao se pode colocar powershift e 0AM na mesma cesta.

  3. FABIO RADICCHI BELOTTO

    A matéria acorda de forma falha os problemas do dq200. Apesar do que foi dito ser verdadeiro, a maior parte dos problemas veio da quebra do retentor de pressão em falha de construção, tanto que houve diversos recalls mundo agora

  4. Leonardo

    Materia só esqueceu do DQ250 usado desde 2017 na maioria dos modelos citados que já solucionava o mesmo problema sendo banhado a óleo… Parece matéria feita por inteligência artificial kkk

  5. Jox

    Fizeram não só uma como várias confusões com o DQ200. Esse câmbio nunca teve problema de temperatura elevada. O maior problema que ele teve foi a base de fixação do acumulador de pressão, que apresentava trinca ou quebrava. As outras confusões já foram citadas pelos demais.

    • GUSTAVO

      GTI mk7 não usa o problemático DQ200….usa o DQ250, banhado a óleo e muito confiável!!

  6. Roberto do Nascimento

    Não é verdade,o Fusca e o Jetta sempre usou câmbio de 6 marchas banhado a óleo,o golf 1.4 sim usou esse câmbio de 7 marchas a seco que é o Dq 200

  7. Waldir de Oliveira LOPES

    Tá cheio de carros que estão usando dupla embreagem, o mesmo powershif, o problema não era o câmbio e sim o módulo, como foi resolvido o problema do módulo, a Ford, hiundai, Honda, vw e outras estão usando dupla embreagem, até as motos

  8. Maged

    Matéria tendenciosa, o GTI e o Jetta 2.0 tsi nunca usaram o Dq200 e sim o DQ250 sempre banhado a óleo, que são infinitamente mais robustos e sem histórico de quebrar. E os modelos tsi 1.4 de 2016 até 2019 usaram cambio aq250 aisin automáticos de 6 manchas, matéria preguiçosa em

  9. Carlos Alberto

    jetta e Fusca de 2011 a 2015 usava cambio DQ 250 02E. O estagiário poderia ter pesquisado

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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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