Mitsubishi ASX 2023 nem finge não ser um Renault

No segmento de SUVs compactos, o Mitsubishi ASX é um dos mais velhos à venda no Brasil e na Europa. Uma nova geração já era esperada há um bom tempo, mas foi preciso que o casamento entre Renault, Nissan e Mitsubishi acontecesse para o modelo surgir. Mas em nome do baixo custo, o novo ASX 2023 nem consegue fingir que não é um Renault.

Para dar forma à nova geração do Mitsubishi ASX, a marca japonesa pegou emprestado o Renault Captur europeu, trocou a grade frontal, os logotipos e é isso. Nada mais. E para piorar a situação: como a Renault disfarça a câmera de ré em seu logotipo, uma enorme protuberância na traseira foi aplicada para manter a câmera ali.

Como o logotipo da Mitsubishi não caberia no espaço, a marca foi obrigada a colocar seu nome em letras garrafais na região. Algo que não existe em sequer um outro modelo da japinesa, nem mesmo na picape L200 Triton. Na frente a grade tem formato de Renault, mas com algumas linhas que tentam lembrar os Mitsubishi.

A cabine do novo Mitsubishi ASX 2023 é 100% Renault, com comandos do ar-condicionado do Duster e a nova central multimídia vertical que a marca está usando em seus carros europeus. A única mudança é logotipo da Mitsubishi em uma peça plástica preta – suspeito que se arrancada, terá o logotipo da Renault abaixo.

Corações brasileiros

Debaixo do capô, o Mitsubishi Captur, quer dizer, o Renault ASX, ou melhor, o novo Mitsubishi ASX traz motores da marca francesa. A versão de entrada usa o mesmo 1.0 TCe três cilindros turbo que estreará no Brasil no novo SUV compacto da marca francesa. Ele conta com 90 cv e 16,3 kgfm de torque. É pareado somente com câmbio manual de seis marchas.

Acima, há o mesmo 1.3 quatro cilindros turbo usado no Brasil por Captur, Duster, Oroch e pelos carros de entrada da Mercedes-Benz. No ASX, ele tem opção de 138 cv e 26,5 kgfm ou 156 cv e 27,5 kgfm. Ambos são parcialmente eletrificados com motor elétrico substituindo o alternador.

Por fim, o Mitsubishi ASX 2023 tem duas versões híbridas. Ambas usam motor 1.6 aspirado, havendo opção tradicional com 141 cv ou plug-in com 160 cv. No caso do modelo que pode ir à tomada, a autonomia somente na eletricidade é de 49 km. Preços e versões serão revelados em breve pela Mitsubishi.

Vai vender no Brasil?

Como Renault e Nissan atuam oficialmente no Brasil controlada por suas matrizes, enquanto a Mitsubishi é representada pelo grupo HPE, o futuro do ASX é bastante incerto. O modelo é vendido no Brasil como Outlander Sport, mas pode ter tido sua produção interrompida, apontam rumores. Dificilmente a Renault deixará a Mit vender o ASX com corpo de Captur aqui.

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