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Novo Nissan Leaf vira SUV, ganha quase 500 km de autonomia e muda totalmente

Modelo que foi pioneiro entre os elétricos de massa chega à terceira geração com visual totalmente novo

6 min de leitura

O Nissan Leaf é um dos carros elétricos mais importantes da história. Lançado em 2010, ele foi o primeiro elétrico produzido em massa por uma grande fabricante e chegou a ser o modelo elétrico mais vendido do mundo. Agora, passados 15 anos, a Nissan apresentou oficialmente a terceira geração do Leaf que traz mudanças profundas em design, autonomia e proposta de mercado.

O Leaf deixa de ser um hatch tradicional e passa a ser um SUV compacto, mirando diretamente rivais como Hyundai Kona EV, Volvo EX30, BYD Yuan Plus, Volkswagen ID.4 e até o Tesla Model Y. A mudança no formato não é apenas estética, pois reflete uma demanda do mercado e a intenção da marca em conquistar clientes que ainda estão na migração do motor a combustão para o elétrico.

Uma nova proposta para um velho conhecido

A história do Leaf é marcada por pioneirismo, mas também por algumas limitações. A primeira geração popularizou os elétricos, mas foi criticada pela baixa autonomia. 

A segunda, lançada em 2017, evoluiu muito em design, mas a autonomia também era uma grande crítica — no Brasil, o Inmetro divulgou apenas 192 km, muito baixo para um veículo que, à época, custava quase R$ 300 mil. E ainda a recarga CHAdeMO (antigo e pouco compatível com boa parte da infraestrutura global) eram uma das maiores críticas.

A Nissan, porém, não desistiu. Trouxe a nova geração para corrigir essas falhas e reposicionar o Leaf como um carro elétrico atual, competitivo e inovador. Para isso, o SUV adota a plataforma CMF-EV, a mesma usada no Nissan Ariya, com promessa de maior conforto, performance e eficiência energética.

Visual aerodinâmico com identidade japonesa

O novo Leaf traz o conceito “Timeless Japanese Futurism”, com design limpo, mas com presença. A carroceria agora tem linhas de SUV com silhueta tipo fastback e elementos que buscam a eficiência aerodinâmica. Com coeficiente de arrasto de 0,26 nas versões americanas e japonesas (e 0,25 na europeia), o Leaf está entre os mais eficientes da categoria nesse aspecto.

Na frente, a nova linguagem visual da Nissan é marcada pela evolução da linguagem visual chamada de V-motion, com luzes diurnas redesenhadas e, em algumas versões, uma barra de LED que se estende sobre o capô. 

Nas laterais, as maçanetas embutidas e as rodas aerodinâmicas completam o visual. Atrás, lanternas holográficas 3D e o novo logo iluminado da marca dão a proposta futurista. Há ainda rodas de liga leve de até 19 polegadas, dependendo da versão.

Interior totalmente novo

Por dentro, o novo Leaf se modernizou por completo. A cabine conta com piso praticamente plano graças à plataforma elétrica. O painel horizontal traz um visual limpo e moderno, com opção de duas telas integradas de 12,3” ou 14,3”, dependendo da versão e mercado.

Interior do Nissan Leaf
Nissan Leaf [Divulgação]

O modelo também conta com tecnologias, como o teto panorâmico com possibilidade de ser escurecido com controle eletrônico, head-up display com inteligência artificial, e até iluminação ambiente com até 30 cores. O sistema de som pode ser o Bose Personal Plus, com alto-falantes nos encostos de cabeça da dianteira, mas claro também depende da verão.

Já que comentamos das opções que o novo Leaf irá oferecer, vamos a elas: A terceira geração do Leaf será vendida nos Estados Unidos nas versões S, S+, SV+ e Platinum+. 

Interior do Nissan Leaf
Nissan Leaf [Divulgação]

De volta para o interior, a manopla de câmbio agora fica na coluna de direção para liberar espaço na parte central da cabine — onde há dois porta-copos e uma base de recarga por indução de 15W com tampa deslizante.

Além disso, a Nissan usa materiais sustentáveis no interior com tecidos feitos 100% de poliéster reciclado, painéis em veludo reaproveitado, nylon de redes de pesca recicladas e até madeira de rápido crescimento.

Motorização, autonomia e recarga

A terceira geração do Leaf tem duas opções de bateria. A configuração de entrada (S) entrega a bateria de 52 kWh que gera 177 cv e 35,1 kgfm de torque. Já o resto das versões (S+, SV+ e Platinum+) possuem bateria de 75 kWh que entrega 218 cv e 36,2 kgfm de torque. Ambas baterias têm refrigeração líquida. Segundo a Nissan, a versão mais potente pode rodar até 488 km com uma carga, no padrão americano (EPA).

Nissan Leaf azul em movimento
Nissan Leaf [Divulgação]

O carregamento também teve sua grande e esperada evolução. Nos EUA e Canadá, o Leaf agora conta com conector padrão NACS — o mesmo dos Tesla — o que permite uso da rede de Superchargers. Em carregadores rápidos de até 150 kW, com o tempo estimado para carga de 10% a 80% em apenas 35 minutos.

Já no Japão, a marca mantém o CHAdeMO, e na Europa, o Leaf conta com conector CCS. Para frio extremo, o carro traz sistemas de gestão térmica que aquecem a bateria com o calor do carregador e usam o GPS para prever resfriamento antecipado de acordo com a rota programada.

Nissan Leaf [Divulgação]

Em relação a segurança, o novo Leaf possui câmeras 360° com visão invisível do capô, alerta de obstáculos ocultos, piloto automático adaptativo e assistente de mudança de faixa com aviso luminoso no painel.

Há também o Intelligent Route Planner, que analisa rotas em tempo real, carga restante da bateria e localiza pontos de recarga no caminho. Em alguns mercados, o carro ainda conta com tomada interna de 1.500W, que são ótimos para usar em acampamentos ou emergências, além do sistema V2L (Vehicle to Load) e V2H (Vehicle to Home) que permite usar o Leaf para abastecer eletrodomésticos ou até a casa.

Nissan Leaf azul em movimento
Nissan Leaf [Divulgação]

Na Europa, o modelo será compatível com V2G (Vehicle to Grid), podendo devolver energia à rede elétrica.

Produção, mercado e futuro

O novo Leaf será produzido no Japão (planta de Tochigi) e no Reino Unido (Sunderland). A chegada aos mercados começa no outono dos EUA (entre setembro e dezembro), com mais detalhes de versões e preços a serem anunciados nos próximos meses.

No Brasil, a Nissan encerrou a importação do Leaf de segunda geração em 2024. O modelo, que chegou por aqui em 2019, nunca teve vendas expressivas — foram 439 unidades em 2021, 347 em 2022, 370 em 2023 e apenas 63 em 2024. 

O padrão CHAdeMO e a baixa autonomia sempre pesaram. Mesmo assim, o Leaf fez parte da história da eletrificação no país, especialmente entre motoristas de aplicativo que se beneficiaram de isenções.

O que achou do novo Nissan Leaf? Colocaria a terceira geração em sua garagem? Deixe sua opinião nos comentários!


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1 comentário em “Novo Nissan Leaf vira SUV, ganha quase 500 km de autonomia e muda totalmente”

  1. Paulo

    O problema do Leaf nunca foi o Cha-de-Mo. A sua baixa autonomia, além de bancos sem controles elétricos e a central multimídia fraca, acabaram somando ao defeito crítico nas baterias, que até hoje, custam uma fortuna pra reparo e dão muita manutenção. Tomara que as novas, agora refrigeradas, tenham dado solução para o principal problema. Eu compraria o novo Leaf.

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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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