O Nissan Leaf é um dos carros elétricos mais importantes da história. Lançado em 2010, ele foi o primeiro elétrico produzido em massa por uma grande fabricante e chegou a ser o modelo elétrico mais vendido do mundo. Agora, passados 15 anos, a Nissan apresentou oficialmente a terceira geração do Leaf que traz mudanças profundas em design, autonomia e proposta de mercado.
O Leaf deixa de ser um hatch tradicional e passa a ser um SUV compacto, mirando diretamente rivais como Hyundai Kona EV, Volvo EX30, BYD Yuan Plus, Volkswagen ID.4 e até o Tesla Model Y. A mudança no formato não é apenas estética, pois reflete uma demanda do mercado e a intenção da marca em conquistar clientes que ainda estão na migração do motor a combustão para o elétrico.
Uma nova proposta para um velho conhecido
A história do Leaf é marcada por pioneirismo, mas também por algumas limitações. A primeira geração popularizou os elétricos, mas foi criticada pela baixa autonomia.


A segunda, lançada em 2017, evoluiu muito em design, mas a autonomia também era uma grande crítica — no Brasil, o Inmetro divulgou apenas 192 km, muito baixo para um veículo que, à época, custava quase R$ 300 mil. E ainda a recarga CHAdeMO (antigo e pouco compatível com boa parte da infraestrutura global) eram uma das maiores críticas.
A Nissan, porém, não desistiu. Trouxe a nova geração para corrigir essas falhas e reposicionar o Leaf como um carro elétrico atual, competitivo e inovador. Para isso, o SUV adota a plataforma CMF-EV, a mesma usada no Nissan Ariya, com promessa de maior conforto, performance e eficiência energética.
Visual aerodinâmico com identidade japonesa
O novo Leaf traz o conceito “Timeless Japanese Futurism”, com design limpo, mas com presença. A carroceria agora tem linhas de SUV com silhueta tipo fastback e elementos que buscam a eficiência aerodinâmica. Com coeficiente de arrasto de 0,26 nas versões americanas e japonesas (e 0,25 na europeia), o Leaf está entre os mais eficientes da categoria nesse aspecto.


Na frente, a nova linguagem visual da Nissan é marcada pela evolução da linguagem visual chamada de V-motion, com luzes diurnas redesenhadas e, em algumas versões, uma barra de LED que se estende sobre o capô.
Nas laterais, as maçanetas embutidas e as rodas aerodinâmicas completam o visual. Atrás, lanternas holográficas 3D e o novo logo iluminado da marca dão a proposta futurista. Há ainda rodas de liga leve de até 19 polegadas, dependendo da versão.
Interior totalmente novo
Por dentro, o novo Leaf se modernizou por completo. A cabine conta com piso praticamente plano graças à plataforma elétrica. O painel horizontal traz um visual limpo e moderno, com opção de duas telas integradas de 12,3” ou 14,3”, dependendo da versão e mercado.

O modelo também conta com tecnologias, como o teto panorâmico com possibilidade de ser escurecido com controle eletrônico, head-up display com inteligência artificial, e até iluminação ambiente com até 30 cores. O sistema de som pode ser o Bose Personal Plus, com alto-falantes nos encostos de cabeça da dianteira, mas claro também depende da verão.
Já que comentamos das opções que o novo Leaf irá oferecer, vamos a elas: A terceira geração do Leaf será vendida nos Estados Unidos nas versões S, S+, SV+ e Platinum+.

De volta para o interior, a manopla de câmbio agora fica na coluna de direção para liberar espaço na parte central da cabine — onde há dois porta-copos e uma base de recarga por indução de 15W com tampa deslizante.
Além disso, a Nissan usa materiais sustentáveis no interior com tecidos feitos 100% de poliéster reciclado, painéis em veludo reaproveitado, nylon de redes de pesca recicladas e até madeira de rápido crescimento.
Motorização, autonomia e recarga
A terceira geração do Leaf tem duas opções de bateria. A configuração de entrada (S) entrega a bateria de 52 kWh que gera 177 cv e 35,1 kgfm de torque. Já o resto das versões (S+, SV+ e Platinum+) possuem bateria de 75 kWh que entrega 218 cv e 36,2 kgfm de torque. Ambas baterias têm refrigeração líquida. Segundo a Nissan, a versão mais potente pode rodar até 488 km com uma carga, no padrão americano (EPA).

O carregamento também teve sua grande e esperada evolução. Nos EUA e Canadá, o Leaf agora conta com conector padrão NACS — o mesmo dos Tesla — o que permite uso da rede de Superchargers. Em carregadores rápidos de até 150 kW, com o tempo estimado para carga de 10% a 80% em apenas 35 minutos.
Já no Japão, a marca mantém o CHAdeMO, e na Europa, o Leaf conta com conector CCS. Para frio extremo, o carro traz sistemas de gestão térmica que aquecem a bateria com o calor do carregador e usam o GPS para prever resfriamento antecipado de acordo com a rota programada.

Em relação a segurança, o novo Leaf possui câmeras 360° com visão invisível do capô, alerta de obstáculos ocultos, piloto automático adaptativo e assistente de mudança de faixa com aviso luminoso no painel.
Há também o Intelligent Route Planner, que analisa rotas em tempo real, carga restante da bateria e localiza pontos de recarga no caminho. Em alguns mercados, o carro ainda conta com tomada interna de 1.500W, que são ótimos para usar em acampamentos ou emergências, além do sistema V2L (Vehicle to Load) e V2H (Vehicle to Home) que permite usar o Leaf para abastecer eletrodomésticos ou até a casa.

Na Europa, o modelo será compatível com V2G (Vehicle to Grid), podendo devolver energia à rede elétrica.
Produção, mercado e futuro
O novo Leaf será produzido no Japão (planta de Tochigi) e no Reino Unido (Sunderland). A chegada aos mercados começa no outono dos EUA (entre setembro e dezembro), com mais detalhes de versões e preços a serem anunciados nos próximos meses.
No Brasil, a Nissan encerrou a importação do Leaf de segunda geração em 2024. O modelo, que chegou por aqui em 2019, nunca teve vendas expressivas — foram 439 unidades em 2021, 347 em 2022, 370 em 2023 e apenas 63 em 2024.
O padrão CHAdeMO e a baixa autonomia sempre pesaram. Mesmo assim, o Leaf fez parte da história da eletrificação no país, especialmente entre motoristas de aplicativo que se beneficiaram de isenções.
O que achou do novo Nissan Leaf? Colocaria a terceira geração em sua garagem? Deixe sua opinião nos comentários!




O problema do Leaf nunca foi o Cha-de-Mo. A sua baixa autonomia, além de bancos sem controles elétricos e a central multimídia fraca, acabaram somando ao defeito crítico nas baterias, que até hoje, custam uma fortuna pra reparo e dão muita manutenção. Tomara que as novas, agora refrigeradas, tenham dado solução para o principal problema. Eu compraria o novo Leaf.