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Royal Enfield Scram 411 é uma moto urbana com pegada off road | Avaliação

Derivada da Himalayan, a Scram 411 tem basicamente o mesmo chassi e conjunto mecânico, mas as diferenças vão muito além

Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]
Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]

A Royal Enfield Scram 411, apesar de trazer tecnicamente a mesma arquitetura da Himalayan, da qual deriva, é bastante diferente.  A moto apresentada ao público em maio de 2023, traz visual e, principalmente, a pilotagem bastante distinta do modelo original. Mas será que isso é suficiente?

Já de cara dá para ver que no visual muita coisa muda. As rodas são diferentes de um modelo para o outro: na Himalayan a roda dianteira tem 21 polegadas, na Scram a roda é menor, com aro 19. Enquanto a Himalayan tem uma aparência mais voltada para o trail, a Scram tem visual mais sóbrio e urbano, que lembra muito a Honda CB400 dos anos 80, mas com rodas raiadas.

O conjunto óptico dianteiro da Scram 411 tem apenas uma lâmpada em LED, que faz o papel de luz de posição, enquanto setas e o farol são de lâmpadas halógenas. Na traseira as setas também são halógenas e a lanterna em LED, que traz um ar de modernidade retrô. A bolha, presente na Himalayan, e toda a estrutura metálica que protege o tanque, na Scram foi retirada, deixando o design mais limpo.

Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]
Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]

Só que, como a arquitetura é exatamente a mesma da irmã aventureira, o tanque é idêntico. Porém, a Scram ganhou um bonito aplique plástico, o que passa a impressão de que o compartimento é diferente. Aliás, visualmente as semelhanças com a Himalayan param por aí, com a principal mudança na ciclística. 

Comportamento da Scram 411

Pesando 6 kg a menos que a Himalayan, a Scram 411 esbanja agilidade na pilotagem, mas isso não se deve somente ao peso. O fato de ter a roda menor, permitiu que a moto ficasse 20 mm mais baixa em relação ao solo. Além disso, o assento é rebaixado em 5 mm. Tecnicamente, é algo que não irá mudar a vida de pessoas com estatura mais baixas, mas ajuda a manter o pé no chão em paradas de semáforo, por exemplo.

Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]
Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]

A posição de pilotagem é confortável, com os braços ficando bem apoiados no guidão, enquanto as costas ficam eretas, com as pernas bem posicionadas nos estribos. Como resultado, o uso dos pedais de freio e do câmbio é mais tranquilo. O banco é inteiriço de dois andares com espuma muito macia, que me permitiu pilotar por horas sem me cansar e sentir dores na lombar. 

Aliás, temos um ponto interessante. Passei o dia todo no trânsito com a Scram, enfrentei ruas esburacadas, com bastante asfalto castigado e cheguei em casa pensando em sair de novo com a moto, de tão confortável que ela é. Na estrada de terra que peguei para chegar em Paranapiacaba, local das fotos e da gravação do vídeo que você assiste em nosso canal no YouTube, o único incômodo sentido foi dos buracos, que mesmo com uma moto trail são sentidos. 

Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]
Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]

A suspensão da Scram filtra bem as irregularidades do piso, seja lá qual for a condição, sem dar batidas secas ou fim de curso, e transmite segurança quando se está no asfalto, segurando bem a moto nas curvas. 

Os pneus, 100/90, aro 19 na dianteira e, 120/90, com aro 17 na traseira, são de uso misto. Eles garantem uma boa aderência no asfalto mesmo com chuva e na terra com pedriscos, como enfrentei, sem dar sustos mesmo provocando a moto com aceleradas para tentar destracionar. 

Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]
Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]

Desempenho e consumo

O motor de 411 cilindradas entrega 24,3 cv de potência e 3,26 kgfm de torque, dando boas arrancadas. Mas, fica devendo em velocidade final, já que a máxima alcançada foi de 130 km/h no painel. O câmbio de 5 marchas, mantém uma boa rotação sem estrangular o motor da moto com giros altos, apesar de merecer uma 6ª marcha para tornar a moto mais gostosa em velocidade de cruzeiro. 

Rodei 183,7 km com a Scram e pedi para encher o tanque, onde coube apenas mais 5,5 litros de gasolina no compartimento (com capacidade de 15 litros). Isso resultou em consumo de 33,4 km/l, um número excelente. Afinal, motos com cilindradas menores, muitas vezes ficam abaixo dos 30 km/l de média.

Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]
Royal Enfield Scram 411 [Carlos Mattos em colaboração para o Auto+]

Veredicto

A Royal Enfield Scram 411 é uma moto bonita, que anda bem, além de econômica. Ela tem um ronco gostoso de ouvir e proporciona uma pilotagem confortável. É a moto de quem quer estilo diferenciado e não tem pressa para chegar nos lugares para observar melhor a paisagem. Por fim, tem um bom preço, custando R$ 22.490 na cor Silver Spirit, como a testada, com preço base Brasília e sem frete e impostos adicionais. 

O que achou da Royal Enfield Scram 411? Deixe nos comentários a sua opinião.

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