Enquanto no Brasil a GAC chegou em maio, na Europa a marca chinesa começa a dar seus primeiros passos em busca de espaço em um mercado historicamente dominado por fabricantes locais. A estreia aconteceu no Salão de Munique, onde a empresa exibiu o hatch elétrico Aion UT, o SUV médio Aion V e o crossover Aion Y, além do SUV cupê elétrico premium Hyptec HT.
O presidente da GAC International, Wei Haigang, comentou à CNBC que a Europa é um dos cinco mercados estratégicos da companhia e definiu a região de extrema importância para os planos de expansão global.
Assim como no Brasil, no velho continente a meta é ousada. A fabricante quer começar com 3.000 unidades vendidas em 2025, saltar para 15.000 em 2026 e superar a marca de 50.000 carros por ano em 2027.
Mas vale lembrar que os números são um tanto modestos quando comparado com a China, onde a empresa vendeu quase 2 milhões de veículos em 2024 — vale lembrar que por lá ela é a sexta maior montadora do mercado chinês.
Impostos é uma barreira
Um dos maiores desafios que a GAC deve ter é a questão tarifária. Com a União Europeia impondo sobretaxas sobre carros chineses, a GAC vem estudando instalar uma fábrica em solo europeu para driblar essas barreiras e atender melhor os clientes locais.
Haigang disse esperar avanços em negociações comerciais entre China e UE, mas deixou afirmou já ter um plano B para produzirem localmente, embora não tenha comentado o local de um hipotético local para uma fábrica.
Segundo dados da Jato Dynamics, as marcas chinesas dobraram sua participação de mercado na Europa no primeiro semestre de 2025, atingindo 5,1% de participação com 347.135 unidades vendidas.
A BYD lidera esse avanço, mas nomes que vem aparecendo aqui no Brasil também estão por trás desse crescimento, como a Jaecoo, Omoda, Leapmotor e Xpeng — essas duas prestes a desembarcar por aqui também.
Estratégia da GAC no Brasil
No Brasil a GAC também vem ambiciosa e chega forte. A marca iniciou operações em maio de 2025 e anunciou investimento de R$ 6 bilhões em cinco anos, além de uma fábrica em Catalão (GO) prevista para 2026 e um centro de distribuição já em operação em Cajamar (SP).
O plano comercial prevê uma rede inicial de 83 pontos de venda (33 concessionárias e 50 lojas em shoppings), com a meta de chegar a 120 concessionárias ainda em 2025 e 200 até 2027. As metas de vendas são agressivas: 8.000 carros em 2025, 30.000 em 2026 e 100.000 por ano até 2030.
No portfólio nacional, estão à venda o sedã elétrico Aion ES, os SUVs elétricos Aion V, Aion Y e Hyptec HT, além do SUV híbrido GS4. Futuramente, a GAC também planeja fabricar veículos flex e híbridos flex no país.
Você acredita que a GAC pode repetir no Brasil e na Europa o sucesso que já tem na China? Deixe seu comentário!
