Montadoras dos EUA estão revoltadas com Trump, após novo acordo com o Japão

Um novo acordo comercial entre Estados Unidos e Japão está deixando as montadoras americanas extremamente brava, porque Donald Trump reduziu para 15% a tarifa de importação sobre veículos japoneses, enquanto deixa tarifas bem mais altas para carros vindos do Canadá (35%) e do México (30%), dois países onde marcas como GM, Ford e Stellantis produzem parte dos seus veículos.

O governo americano chamou o acordo com o Japão de vitória histórica para os fabricantes americanos, alegando que agora será mais fácil vender carros feitos nos EUA no mercado japonês. 

Mas na prática, quem mais exporta carros nessa relação é o Japão. Segundo a CNBC, os veículos representaram mais de 28% de tudo que o Japão exportou para os EUA em 2024. Ou seja, a vantagem real está com os japoneses.

Boa notícia no Japão

A reação na bolsa de valores em Tóquio foi imediata, com as ações da Toyota subindo 15% e as da Mazda 17% depois do anúncio. Enquanto isso, as montadoras como Ford, Jeep, Chevrolet, entre outras, que já estão sofrendo com os custos das tarifas impostas por Trump, ficaram ainda mais pressionadas.

A GM já perdeu US$ 1,1 bilhão só no segundo trimestre de 2025 por conta dessas tarifas e estima que o impacto possa chegar a US$ 5 bilhões até o fim do ano. 

A situação piora quando se lembra que o Reino Unido também conseguiu um acordo com tarifas reduzidas (10%) e que a Europa ainda não chegou a um entendimento com os EUA, com Trump ameaçando impor tarifas de até 30% nos carros europeus.

As fabricantes americanas disseram, segundo a Reuters: “qualquer acordo que cobre menos imposto para carros japoneses com quase nenhum conteúdo americano, do que para veículos norte-americanos feitos com alta participação de peças dos EUA, é um péssimo negócio para a indústria e os trabalhadores do setor automotivo dos Estados Unidos.”

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