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Stellantis leva prejuízo bilionário com nova tarifa de Trump nos EUA, e o pior ainda pode estar por vir

Aumento nos custos com peças importadas deve tirar 1,5 bilhão de euros da Stellantis em 2025

4 min de leitura

A Stellantis acaba de tomar um tombo financeiro pesado nos Estados Unidos. O grupo estima que vai perder cerca de 1,5 bilhão de euros (cerca de R$ 9,6 bilhões) em lucro por causa das novas tarifas de importação impostas pelo governo de Donald Trump, principalmente sobre peças e componentes vindos de fora.

O impacto deve ser sentido principalmente no segundo semestre deste ano, com prejuízo direto de 1,2 bilhão de euros (R$ 7,6 bilhões) nas operações globais da gigante automotiva.

Como as tarifas afetam a Stellantis?

Na prática, com as novas regras comerciais dos Estados Unidos, importar peças ficou muito mais caro. E mesmo montando carros dentro dos EUA, boa parte dessas peças ainda vem de fora, principalmente da China, do México e da Europa. 

Citroën C5 Aircross
Citroën C5 Aircross [divulgação]

Por exemplo, itens como baterias, módulos eletrônicos, chicotes e sistemas de conectividade são importados por praticamente todas as montadoras. Com a nova tarifa, cada peça que atravessa a fronteira chega com um custo maior. E isso pesa diretamente no custo final de produção de um carro. 

No caso da Stellantis, esse aumento nos custos fez o grupo sair de um lucro de 5,6 bilhões de euros no primeiro semestre de 2024 para um prejuízo de 2,3 bilhões no mesmo período deste ano.

Um cenário complicado, mas não isolado

A Stellantis não está sozinha nessa. Outras montadoras globais também sofrem com a instabilidade nas cadeias de fornecimento e o ambiente político mais protecionista nos EUA. Mas o grupo acabou sendo um dos mais atingidos justamente por depender bastante de fornecedores internacionais para viabilizar seus produtos.

Jeep Cherokee 2026 azul de frente subindo pedras
Jeep Cherokee 2026 [divulgação]

A empresa está tentando negociar com o governo americano e já declarou estar “engajada com os formuladores de políticas relevantes”, mas também reconhece que precisa fazer sua parte e planejar cenários de longo prazo. 

Como resposta, a Stellantis vai se concentrar em desenvolver mais componentes localmente e lançar modelos estratégicos no mercado norte-americano.  

Ram 1500 Laramie Night Edition branca de traseira
Ram 1500 Laramie Night Edition [Auto+ / João Brigato]

“O primeiro semestre não chegou nem perto do que queremos e precisamos. Ainda temos muito trabalho a fazer. Em particular, estamos focados em trazer produtos de volta aos segmentos em que estivemos ausentes”, comentou Antonio Filosa, CEO da Stellantis. 

Nos EUA, já tivemos a volta do V8 Hemi ao mercado norte-americano na Ram 1500. Outro exemplo é o retorno da divisão esportiva SRT, responsável pelos modelos mais radicais da Dodge, Jeep, Chrysler e Ram. 

Challenger Hellcat
Dodge Challenger SRT Hellcat [Divulgação]

Falando em Dodge, a montadora prepara a estreia do Dodge Charger SixPack, com motor 3.0 litros de seis cilindros Hurricane, para recuperar as vendas da versão elétrica do muscle car. Além de outros modelos que irão retornar a exemplo do Jeep Cherokee.  

Segundo Filosa, no segundo semestre virão 10 novos modelos, e três deles serão montados sobre a nova plataforma STLA Medium, Na Europa, entre os lançamentos estão o novo Jeep Compass, o Citroën C5 Aircross e o DS No.8.

Citroën C5 Aircross reestilizado verde com detalhes pretos, visto de lado e com faróis acesos
Citroën C5 Aircross reestilizado [Divulgação]

Filosa também mostrou confiança no time da Stellantis e na energia interna do grupo. “Vamos consertar o que está errado aproveitando tudo o que temos de certo”, disse. A meta é recuperar a geração de caixa, melhorar a rentabilidade e voltar ao lucro já no segundo semestre.

O que você acha do tarifaço que Donald Trump está colocando no mundo? Deixe sua opinião nos comentários!


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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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