A BYD deu o primeiro passo concreto rumo à produção de carros no Brasil. Em um evento realizado nesta segunda-feira (1), a marca chinesa apresentou o primeiro Dolphin Mini montado em solo nacional, em caráter experimental, dentro do novo complexo industrial em Camaçari, na Bahia. A planta entra agora em fase de testes de linha, com veículos protótipos que não serão vendidos ao público.
O modelo será montado inicialmente no regime SKD, quando as peças chegam importadas e são apenas montadas localmente. Esse processo deve durar cerca de 12 meses, enquanto a fábrica se prepara para avançar às próximas fases de nacionalização.
Segundo a BYD, o galpão principal tem cerca de 156 mil metros quadrados. O polo industrial da BYD em Camaçari é o maior da empresa fora da China, segundo Stella Li, vice-presidente global da BYD.

O Dolphin Mini é hoje o carro elétrico mais vendido do Brasil, com mais de 34 mil unidades emplacadas, e já passou da marca de 1 milhão de unidades produzidas no mundo. A versão nacional vai ter as mesmas características do modelo importado. O hatch compacto será o primeiro carro elétrico de passeio montado em série no Brasil.
Com investimento de R$ 5,5 bilhões, o complexo ocupa uma área equivalente a 645 campos de futebol. A expectativa é que a planta produza até 150 mil unidades por ano já nesse primeiro estágio. A BYD não revelou quando a fábrica terá sua capacidade máxima instalada, que pode chegar a 300 mil veículos anuais. Inicialmente, serão montados três modelos: Dolphin Mini, Song Pro e o sedã King.

Durante o evento, Stella Li afirmou que a escolha pela Bahia se deu pela força da mão de obra local e pelo potencial de transformar a região em um polo tecnológico para a mobilidade elétrica na América Latina. Ela também reforçou que a empresa pretende ser neutra em carbono com o passar dos anos, mirando uma cadeia de produção mais limpa no futuro.
A planta baiana, que antes pertencia à Ford, passou por uma grande reformulação e agora conta com robôs que fazem a instalação dos vidros e das baterias. O sistema também permite rastrear em tempo real cada veículo na linha. Um software inteligente direciona os recursos de produção para os modelos com maior volume de pedidos, o que deve aumentar a eficiência e agilidade nas entregas.

Segundo Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD, a montadora está trabalhando com autoridades locais para expandir gradualmente sua produção até atingir níveis mais complexos, com estamparia, soldagem e pintura já previstas para etapas futuras. “Esse é o início da fase 1 da nossa jornada. A BYD quer ser uma marca feita por brasileiros para brasileiros”, disse o executivo.
Além disso, a BYD iniciou a homologação de fornecedores nacionais. A primeira empresa confirmada foi a Continental Pneus, também localizada em Camaçari. Ao todo, 106 fornecedores brasileiros já estão sendo preparados para integrar a cadeia de suprimentos da marca.

Outro ponto é o desenvolvimento de um motor híbrido-flex inédito, o 1.5 DM-i, capaz de rodar com etanol e gasolina. O projeto foi criado em parceria entre engenheiros brasileiros e chineses e deve equipar os futuros híbridos da BYD feitos no Brasil.
Em relação à geração de empregos, mais de mil pessoas já foram contratadas pela empresa e outras três mil vagas serão abertas até o fim do ano. A planta ainda precisa completar sua equipe para operar com capacidade plena. O Governo da Bahia, em conjunto com a prefeitura de Camaçari, prepara iniciativas para priorizar a contratação de trabalhadores locais.
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Agora já estão garantidos mais 12 meses de importação em volume indiscriminado. Se o atual governo ganhar a próxima eleição, pode prolongar o processo por mais um mandato inteiro. E olha que por enquanto só estamos falando desses dois modelos, os outros, tá tudo liberado.