O Chevrolet Onix recebeu um facelift desta segunda geração, que está no mercado desde 2019. Além do visual atualizado, a marca ainda fez ajustes no motor para melhorar a eficiência e enquadrar o carro nas regras do programa de incentivo do governo federal, que prevê redução de impostos para veículos mais econômicos e menos poluentes. Contudo, a Chevrolet quer ir além.
De acordo com informações obtidas com exclusividade pela revista Quatro Rodas, a montadora estuda lançar em 2026 uma versão do Onix movida apenas a etanol, o que aumentaria os descontos e deixaria o hatch ainda mais competitivo no mercado de zero km.
A estratégia seria aplicada apenas às versões de entrada, com motor 1.0 aspirado de três cilindros e 12 válvulas. No etanol, esse propulsor entrega 82 cv e 10,6 kgfm de torque, com câmbio manual de seis marchas.

A ideia da General Motors é fazer pequenas alterações, como ajustes na câmara de combustão, na abertura de válvulas e no mapeamento eletrônico, para otimizar o rendimento do combustível vegetal. O sistema eletrônico também promoveria o bloqueio da gasolina, limitando o motor a funcionar exclusivamente com etanol.
Na prática, o carro se tornaria mais eficiente dentro das regras do programa Mover do governo, que concede reduções graduais de alíquota para veículos produzidos no Brasil, mais econômicos e sustentáveis.

Hoje, a alíquota-base é de 6,3%, mas pode cair até 3% em determinados casos. Ao se enquadrar como 100% etanol, vamos dizer que Onix ganharia pontos extras, permitindo descontos de até R$ 25 mil no preço final em vendas diretas e para frotistas.
Esse movimento faz sentido para aumentar a competitividade e vendas do hatch, mas tem riscos. O programa Mover vai até dezembro de 2026. Caso não seja renovado, carros exclusivos a etanol podem perder valor de mercado rapidamente.

Por outro lado, o preço reduzido na compra do zero km pode atrair muitas empresas e locadoras, impulsionando as vendas de curto prazo.
Por que não existem mais carros só a etanol?
Hoje, não há nenhum carro vendido no Brasil movido exclusivamente a etanol. Isso acontece por razões técnicas e de mercado. Apesar da tecnologia ser viável, os motores flex se mostraram mais vantajosos, pois oferecem ao consumidor a liberdade de abastecer tanto com gasolina quanto com etanol, sem se preocupar com autonomia ou dificuldades em dias frios.

A produção em larga escala de modelos só a etanol perdeu força nos anos 1980, quando os preços da gasolina caíram e os subsídios ao Proálcool foram cortados. Na época, vários carros foram lançados exclusivamente a etanol.
O Fiat 147 Álcool em 1979 é o mais famoso por ser o primeiro carro produzido 100% movido por combustível vegetal. A Volkswagen com a Quantum CG 1.8 em 1985 também era movida somente com etanol, assim como a Fiat Panorama CL 1.3, também de 1985.

Com a chegada da tecnologia flex a partir dos anos 2000, os motores dedicados desapareceram. Hoje, estudos indicam que um carro exclusivo a etanol poderia ser mais eficiente, mas a limitação de abastecimento e a volatilidade do preço do combustível ainda pesam contra.
Mesmo assim, há interesse renovado. Além da GM, houve especulações no fim de 2024 que a Stellantis, detentora da Fiat e da Jeep, estaria avaliando soluções 100% a etanol para frotas e projetos ambientais, embora não haja nenhuma confirmação oficial.
Acha que um Chevrolet Onix só a etanol teria espaço no Brasil, ou o flex ainda é o mais vantajoso para o consumidor? Compartilhe sua opinião nos comentários!



