Home » Novidades » Chevrolet Tracker 2026 realmente evoluiu onde precisava?

Novidades

Chevrolet Tracker 2026 realmente evoluiu onde precisava?

Mudanças visuais atualizaram o Chevrolet Tracker, junto a melhorias de motor e acabamento. Mas é o suficiente para 2026?

7 min de leitura

Não parece, mas o Chevrolet Tracker é o SUV compacto mais longevo à venda no Brasil. Já em sua terceira geração, tendo passado por uma fase como primo do Suzuki Vitara, ele viu o segmento crescer, abandonar a necessidade de fazer off-road e matar os hatches médios. Agora, o Chevrolet Tracker 2026 chega mudado.

A marca o promove com o slogan: “o SUV que evoluiu onde mais importa”. Destacando que o modelo recebeu novo visual, interior mais refinado, melhorias na motorização e recalibração de alguns sistemas. Até mesmo a famigerada correia banhada a óleo foi alterada. Só que, realmente evoluiu onde precisava? 

Chevrolet Tracker 2026 cinza parado de traseira
Chevrolet Tracker Premier 2026 [Auto+ / João Brigato]

Solidez perceptiva 

Para o Chevrolet Tracker 2026, a General Motors recalibrou a suspensão e a direção. E isso foi nitidamente sentido. O SUV compacto está mais firme, sólido e comportado. Temos uma direção mais direta, com peso maior, que reflete em mais segurança de rodagem e uma sensação de carro mais caro. 

O mesmo vale para a suspensão, que segue no modo confortável, ainda que tenha adquirido uma interessante firmeza que deu a ele um comportamento parecido com o Volkswagen T-Cross. O Tracker melhorou seu comportamento em curvas, rolando menos a carroceria, ao mesmo tempo que absorve os impactos com mais conforto.

Chevrolet Tracker 2026 cinza parado de frente e visto do alto
Chevrolet Tracker Premier 2026 [Auto+ / João Brigato]

Essa evolução de comportamento é bem vinda no segmento, visto que a maioria dos SUVs compactos roda como um modelo mais refinado e caro, quando comparado a um hatch compacto. Antes dessas mudanças, a dinâmica do Tracker era muito próxima ao Onix — agora, eles estão em mundos diferentes.

Sim, temos correia banhada a óleo no Chevrolet Tracker 2026

A Chevrolet também tratou de modernizar o motor do Tracker. O SUV compacto segue equipado com motores 1.0 e 1.2, ambos três cilindros turbo flex. Agora, contudo, eles contam com injeção direta de combustível, o que permitiu baixar o consumo, melhorar a eficiência, aumentando torque e potência e ainda poluindo menos.

Como resultado, temos agora 115,5 cv e 18,9 kgfm no modelo 1.0 turbo, que antes tinha 116 cv e 16,8 kgfm. Já o 1.2 turbo entrega 141 cv e 22,9 kgfm, versus 133 cv e 21,4 kgfm do modelo anterior. Além disso, tivemos redução no 0 a 100 km/h para 9,7 segundos no 1.2 (antes, 11,1 segundos). Já o 1.0 faz em 9,5 s.

Nos concentraremos na versão topo de linha Premier e na RS, equipadas com propulsor 1.2, que eram as disponíveis no test-drive. Elas entregam consumo bem melhor também, com 7,6 km/l na cidade com etanol (antes eram 7,2 km/l) e 9,7 km/l na estrada (9,2 km/l antes). Na gasolina, faz 11 km/l e 13,7 km/l, respectivamente.

Traduzindo os números

Na prática, é pouco sentida essa mudança de torque e potencia no Chevrolet Tracker 2026. É fato que ele está mais ágil e rápido, mas é algo bem sutil. A grande vantagem foi poder manter a resposta rápida do pedal de acelerador, que não tem delay como seus concorrentes diretos, como o Volkswagen T-Cross.

Pisou fundo, ele reage derrubando as marchas da transmissão automática de seis velocidades, enchendo o motor e ganhando velocidade sem vacilo. As trocas são extremamente suaves, quase imperceptíveis e sempre jogando a marcha o mais alto possível para poder baixar o giro e o consumo, como consequência. 

Chevrolet Tracker Premier 2026 [Auto+ / João Brigato]

Mesmo não sendo o motor mais potente da categoria em um modelo top, o Tracker 1.2 turbo dá conta do recado com folga. O test-drive foi feito com três pessoas e os 393 litros de porta-malas lotados. Em nenhum momento ele sentiu falta de força, mas não vai andar junto de um Creta 1.6, de um T-Cross 1.4 ou do Renegade.

Depende do seu gosto

A cabine do Chevrolet Tracker recebeu melhorias importantes, como a inclusão de painel de instrumentos totalmente digital e central multimídia com tela maior e novo sistema. As duas telas são visualmente integradas, ainda que o painel seja estranhamente recuado, criando uma sensação de tubo.

Ambas as telas tem boa qualidade, funcionalidades vastas e fáceis de operar — porém é confuso zerar o computador de bordo pela central, não pelo painel. A ergonomia é exemplar com boa quantidade de ajustes para o banco e volante, além de comandos físicos no ar-condicionado e central multimídia.

A melhoria de acabamento, contudo, deixa a desejar. O material de vinil usado na região macia do painel e das portas tem qualidade questionável, a qual fica ainda mais evidente com o berrante tom vermelho da versão RS ou com o café com leite do Premier.

A versão RS ainda exagera na quantidade de vermelho, adotando o tom chamativo no vinil das portas, painel e em boa parte dos bancos. Lembra a Meriva SS que também tinha esse tipo de cor, mas em um tecido tipo colmeia. Há ainda detalhes em vermelho nas saídas de ar. Na versão Premier, o marrom é menos indiscreto.

Os plásticos duros das portas e da parte superior do painel seguem lá. Tem mais qualidade que os do Volkswagen T-Cross, mas estão longe do Hyundai Creta. Já o espaço traseiro é bom, onde um motorista alto consegue deixar os joelhos de um passageiro de estatura generosa terem área para se movimentar — o mesmo vale para a cabeça.

Chevrolet Tracker RS 2026 é o topo, só que não

Assim como aconteceu com o Equinox, a Chevrolet decidiu deixar a versão Premier mais equipada no Tracker 2026. Só que no SUV compacto, ela é mais barata que a RS. Aqui a diferença, é de apenas R$ 1.000, sendo o modelo esportivado saindo por R$ 190.590 contra R$ 189.590 do Premier.

Em equipamentos, a única diferença fica por conta do Park Assist, presente somente no Premier e não no RS. Ambos, entretanto, saem de fábrica com faróis full-LED, teto solar panorâmico, ar-condicionado digital de uma zona, chave presencial, carregador de celular por indução, alerta de ponto cego, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro e câmera de ré.

Ele ainda conta com frenagem autônoma de emergência, seis airbags, faróis com acendimento automático, lanterna traseira de LED, retrovisor elétrico, vidros elétricos nas quatro portas, comandos de som no volante, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio e painel digital.

Veredicto

O Chevrolet Tracker 2026 realmente evoluiu onde mais importa? Sim e não. O motor ficou mais potente, torcudo, mais econômico e menos poluente, além de ter ganho melhorias no sistema da correia banhada a óleo para se tornar mais resistente. Ou seja, nesse ponto foi uma grande melhora.

O mesmo vale para o visual, que ganhou toques de estilo a mais que deixaram o SUV, que já era bonito, ainda mais harmônico. O acabamento melhorou ao ter partes macias, mas os tecidos usados são de qualidade evidentemente ruim, o que detona a sensação de qualidade percebida. 

No final das contas, o Chevrolet Tracker 2026 segue como uma escolha racional dentro do segmento. Ele não se destaca em nenhum quesito especifico e continua a dever em qualidade de acabamento, como era antes. É uma compra segura, ainda mais agora com 5 anos de garantia. Mas sem emoção. 

Você teria um Chevrolet Tracker 2026? Conte nos comentários!


YouTube video

Deixe um comentário

João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

Você também poderá gostar