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É briga que não para

Governo não acata pedido da BYD, mas marca terá isenções no Brasil

Pedido da Anfavea era para aumentar os impostos e prejudicar a BYD, mas a chinesa conseguiu parcialmente o que queria

3 min de leitura

A guerra entre a BYD e as fabricantes tradicionais no Brasil chegou a um desfecho — ao menos desse capítulo. O Governo Federal decidiu por não acatar os pedidos de redução de impostos feitos pela marca chinesa. Contudo, fornecerá uma certa ajuda à fabricante do Dolphin.

Após o fechamento da reunião extraordinária do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) ficou decidido que o imposto de importação de carros híbridos e elétricos será elevado de acordo com o plano original, em julho de 2026.

Contudo, o que afetou a BYD é que a importação de kits SKD e CKD terá carga total de 35% já aplicada em janeiro de 2027. A subida de impostos será gradual e deveria chegar a esse montante em julho de 2028, mas foi antecipado em um ano e meio a pedido das marcas associadas à Anfavea por medo da BYD.

BYD Dolphin GS preto de traseira no meio de uma rua
BYD Dolphin GS [Auto+ / João Brigato]

Vale ressaltar que os mencionados kits referem-se a um tipo de montagem de carros. No SKD, o carro vem todo pronto e pintado, mas recebe uma parte bem final da montagem no Brasil. Já o CKD é a importação de peça e componentes para montagem total e pintura do carro no nosso país. A BYD vai trabalhar com os dois modelos.

Produção mesmo fica para depois

Por isso, quando começou toda a briga, a BYD pedia redução de impostos para esses tipos de montagem, visto que está reformando a fábrica da Ford em Camaçarí, Bahia, para montar seus carros e, futuramente, fabricar-lós. 

escravidão BYD Song Pro DM-i azul de traseira e visto do alto
BYD Song Pro DM-i [Auto+ / Rafael Déa]

A marca chinesa vai começar com kits SKD e, dentro de um ano e meio após o início desse tipo de operação, vai migrar para o regime CKD. A ideia, inclusive, é construir mais um prédio dentro da fábrica para de fato produzir carros no Brasil com 70% de índice de nacionalização. 

Por conta disso, e também em virtude do acordo feito com o governo da Bahia, a BYD recebeu uma cota de US$ 463 milhões, o que representa R$ 2,58 bilhões, para importar kits SKD sem imposto. Serão seis meses para que a marca importe todos os componentes sem pagar tributação. 

BYD Dolphin Mini [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

No final das contas, depois de Stellantis, Toyota, Volkswagen e GM mandarem uma carta ao Presidente da República e terem sido respondidas pela BYD as chamando de dinossauros, todo mundo saiu ganhando. Mas a briga ainda vai render novos capítulos.

Você achou justa a decisão do governo? Você está do lado da BYD ou das outras marcas? Conte nos comentários.


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2 comentários em “Governo não acata pedido da BYD, mas marca terá isenções no Brasil”

  1. Henrique

    Esperar o que do desgoverno do Brasil? É só imposto para esconder a incompetência dos mesmos grupos econômicos que sempre conseguem benefícios fiscais: quer na forma de isenção de impostos, ou, para aumento de impostos para prejudicar os concorrências.
    Novamente será o consumidor brasileiro que pagará pela incompetência da indústria automobilística no Brasil, que são todas multinacionais estrangeiras.

  2. Roberto

    Espero igualdade de condições. Se vai dar isenção para BYD tem que dar para as outras também. A BYD optou por trazer seus carros nos processos SKD ou CKD é porque não tem a menor intenção em fabricar seus produtos fora da China e até mesmo por determinação do governo chinês que teme transferência de tecnologia.

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João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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