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GWM confirma início da produção nacional do Haval H6 com presença do presidente Lula

Evento marca o pontapé oficial da fábrica em Iracemápolis (SP), que começa a operação com o SUV híbrido montado no regime CKD

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A novela da produção nacional das montadoras chinesas no Brasil finalmente aparenta ganhar um capítulo concreto. Após promessas adiadas por marcas como a BYD, que anunciou várias vezes o início da montagem local e até hoje não iniciou de fato a operação, a GWM cravou oficialmente a produção do Haval H6 no Brasil para o dia 15 de agosto, com direito a cerimônia em Iracemápolis (SP) e presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O marco representa o início oficial das atividades da fábrica da Great Wall Motors no país, instalada onde funcionava a antiga planta da Mercedes-Benz, desativada em 2021. O modelo escolhido para estrear a linha de montagem é o Haval H6, SUV híbrido mais vendido de 2024.

Apesar de o modelo já ter recebido uma reestilização na China e em outros mercados, a produção nacional começará com o visual atual, que foi levemente atualizado em junho de 2025. 

Haval H6 prata de frente
Haval H6 [Auto+ / João Brigato]

A reestilização mais profunda, com nova dianteira, faróis, lanternas e uma central multimídia maior, já está em testes no Brasil e deve estrear futuramente junto com a aguardada motorização híbrida flex. 

Por ora, o H6 brasileiro será montado em regime CKD, ou seja, com peças importadas da China e montadas por aqui, como etapa inicial de nacionalização.

GWM Haval H6 PHEV [Auto+ / Rafael Déa]

A sigla CKD (Completely Knocked Down) se refere a veículos enviados ao Brasil em kits todos desmontados, que são montados localmente — SKD o veículo já vem em grande parte montado. A GWM pretende aumentar a nacionalização de peças para também permitir a exportação dos veículos no Mercosul, que exige conteúdo local mínimo de 35% para exportação isenta de tarifa dentro do bloco.

Vale lembrar que a produção em CKD e SKD virou tema de uma verdadeira batalha nos bastidores da indústria na última semana. Em 15 de julho, Volkswagen, GM, Toyota e Stellantis enviaram uma carta ao presidente Lula pedindo que o governo não concedesse incentivos fiscais à BYD, que pretende montar veículos no Brasil em regime SKD e CKD— ou seja, com o carro quase pronto, exigindo apenas a finalização na fábrica local. 

Linha de montagem da BYD em Camaçari (BA) com Dolphin Mini branco
Linha de montagem da BYD em Camaçari (BA) [Divulgação]

As marcas tradicionais argumentaram que esse processo fere a competitividade e beneficia montadoras com menor investimento produtivo no país. A resposta da BYD veio afiada e acusou as rivais de terem “tecnologia velha e design preguiçoso”. 

A discussão girava em torno do aumento gradual do imposto de importação de carros desmontados, que passaria de 10% para o SKD e 5% para o CKD, com base em critérios como eficiência energética e autonomia elétrica, para 35% até 2028. 

GWM Haval H6 PHEV
GWM Haval H6 PHEV [Auto+ / Rafael Déa]

Após a pressão da Anfavea, o governo decidiu antecipar a cobrança integral do imposto para janeiro de 2027 em vez de julho de 2028 e atingindo diretamente os planos da BYD.

A GWM, por outro lado, foi mais cautelosa. Mesmo com alguns atrasos e mudanças de cronograma, agora tem data definida, produção confirmada e fábrica pronta, com setor de pintura em funcionamento e planos claros para expansão. 

GWM Poer diesel vermelha de frente
GWM Poer diesel [divulgação]

Além do H6, a montadora confirmou que vai apresentar no evento do dia 15 os modelos Haval H9 e a picape Poer, ambos com motor 2.4 turbodiesel de 184 cv e 48,9 kgfm, que também serão montados em Iracemápolis em uma segunda fase. Os dois compartilham base mecânica e devem seguir a mesma lógica de montagem local.

A capacidade inicial da planta será de 30 mil carros por ano, com projeção de chegar a 50 mil unidades em 2028. Até lá, a GWM também planeja empregar 1.000 funcionários e montar suas próprias baterias no Brasil, o que ajudaria a reduzir custos e garantir os índices de nacionalização exigidos pelo Mercosul.

GWM Haval H9 diesel preto de traseira
GWM Haval H9 [divulgação]

Enquanto isso, a BYD  inaugurou em 1º de julho seu complexo industrial em Camaçari (BA), nas instalações da antiga Ford, mas ainda não iniciou a montagem dos veículos. A produção dos modelos Dolphin Mini e Song Pro será feita inicialmente em regime SKD, com carros quase prontos vindos da China para finalização local. Por enquanto, o Haval H6 One, série especial lançada por R$ 199 mil, ficará de fora da produção brasileira.

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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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