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Reorganizar despesas

Honda perde bilhões e descobre que o futuro elétrico não era bem o que ela imaginou

Devido à crise de chips e queda nas vendas, a Honda foi mais uma montadora que teve que reorganizar as contas

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A Honda está vivendo um momento de transição no cenário global, mas teve que revisar para baixo sua previsão de lucro para o ano fiscal que termina em março de 2026, afetada por uma nova onda de escassez de semicondutores e por uma queda mais forte do que o esperado nas vendas na Ásia. 

A empresa agora espera lucrar 550 bilhões ienes (cerca de R$ 18,8 bilhões). Isso fica bem abaixo da projeção anterior de 700 bilhões de ienes (aproximadamente R$ 24 milhões) e bem distante das expectativas de mercado, que apostavam em um crescimento para 869 bilhões (algo perto dos R$ 30 bilhões).

Grande parte dessas dificuldades está vindo devido à falta de chips semicondutores na Ásia por causa da disputa entre a Holanda e China, algo que obrigou a Honda a reduzir a previsão de vendas globais de 3,62 milhões para 3,34 milhões de carros. 

Vale lembrar que essa discussão entre os dois países que começou em setembro de 2025 vem já afetando outras montadoras. Pequim barrou a exportação de semicondutores da Nexperia, empresa holandesa controlada por capital chinês, o que levou algumas fábricas da Honda na América do Norte a suspender produção temporariamente.

Há sinais de melhora, já que os chips voltaram a ser enviados, e a Honda promete retomar as linhas paradas ainda em novembro. Mesmo assim, o baque no trimestre foi suficiente para derrubar a projeção anual.

Elétricos no freio e metas revistas

Honda Ye [Divulgação]

Além da falta de semicondutores, a Honda detalhou outro desafio que muitas montadoras vem passando — a desaceleração global da demanda por veículos elétricos. A marca admite que esperava vender mais elétricos e, agora, revisa sua meta para 2030. Antes, a expectativa era que 30% das vendas fossem de modelos 100% elétricos. Agora, a meta cai para 20%.

Essa virada de humor da Honda não é isolada. A marca já havia reduzido investimentos e falado em metas mais modestas por causa do fim de incentivos fiscais nos EUA. Em mercados como a China, hoje dominado pelas fabricantes locais, a situação é ainda mais difícil.

Honda Ye [Divulgação]

Os modelos da nova linha elétrica chamada de Ye foram adiados porque, segundo a própria Honda, não tinham preço nem tecnologia competitiva, principalmente em condução autônoma. E essa desaceleração dos carros a bateria também levará a Honda a cancelar o desenvolvimento de um modelo não identificado e a reduzir ou encerrar projetos em parceria.

Enquanto isso, no Brasil, a história é outra

Se lá fora a Honda tenta reorganizar as contas, o Brasil vive um momento quase oposto. A fábrica de Itirapina (SP), que concentra toda a produção nacional desde 2022, vai operar em dois turnos completos a partir de dezembro. 

Honda HR-V cinza de frente com rodas virada estático
Honda HR-V EXL [Auto+/Luiz Forelli]

Isso deve aumentar o volume anual para algo entre 120 mil e 125 mil carros já em 2026. Para dar conta desse crescimento, a empresa está contratando cerca de 350 novos funcionários, 250 deles para trabalhar diretamente no segundo turno.

Até 2030, o investimento total da Honda no país chegará a R$ 4,2 bilhões para focar na modernização da fábrica e na nacionalização da tecnologia híbrida flex que chega em 2028 e vai equipar o HR-V primeiramente e depois deve seguir no recém lançado WR-V e até futuras renovações de City e City Hatch.

E você, acha que a Honda recupera rápido o que foi perdido? Deixe seu comentário!


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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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