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Rigor maior

Latin NCAP vai destruir a nota de vários carros no Brasil em 2026

Novos testes vão ficar mais severos e podem derrubar a nota de muitos modelos vendidos no Brasil

4 min de leitura

A partir de 2026, o Latin NCAP vai apertar ainda mais o cerco em seus testes de colisão para os carros vendidos na América Latina e no Caribe. O programa atualizou seu protocolo e, pela primeira vez em anos, aumentou o nível de exigência em praticamente todos os pontos. 

É uma resposta direta ao fato de que nossa região ainda tem regulamentações não tão fortes como em países como Europa e Estados Unidos. Na prática, vários carros que hoje recebem notas altas podem despencar se os fabricantes não atualizarem seus projetos.

O novo protocolo passa a valer em 1º de janeiro de 2026 e segue até dezembro de 2029. As quatro áreas principais continuam as mesmas, mas o grau de rigor aumenta muito. O Latin NCAP agora vai levar mais a sério carros que não tenham sistema de auxílio à condução. 

Auxílio à condução mais rigoroso

BYD Song Pro GS 2026 interior para avaliação piloto automático adaptativo ADAS
BYD Song Pro [Auto+/Luiz Forelli]

Ou seja, modelos que não não tenham itens como frenagem automática de emergência, detector de ponto cego e monitoramento do motorista  já estarão em desvantagens, porque esses sistemas agora passam a valer ainda mais pontos.

Na proteção de adultos, os testes laterais também serão mais severos. A velocidade do impacto sobe para 60 km/h e a barreira fica mais pesada, com 1.400 kg. No impacto lateral de poste, o teste passa a 32 km/h com ângulo de 75 graus. 

SUVs vão sofrer

Citroën Basalt no teste de colisão do Latin NCAP
Citroën Basalt [Reprodução]

E agora a avaliação inclui também quem está sentado no banco traseiro, pressionando os fabricantes a adotarem pré-tensionadores, limitadores de carga e melhor controle de chicote cervical. 

Para SUVs altos, surge ainda uma análise inédita de resistência do teto em capotagens, algo que nenhum outro NCAP do mundo faz.

Imagem mostra teste de segurança de impacto lateral do Zeekr X no Euro NCAP
Zeekr X [Euro NCAP]

O pós-acidente também entra na mira. O Latin NCAP vai penalizar carros difíceis de resgatar, com acesso complicado, extração difícil de ocupantes, liberação ruim do cinto e ausência de ficha de resgate. 

Por outro lado, o eCall, o sistema automático de chamada de emergência, como é visto nos carros da Chevrolet, por exemplo, passa a render pontos extras.

Todo detalhe vão importar

JAC Hunter
Testes de segurança da JAC Hunter [ANCAP/ Motor1.Com/ Reprodução]

Na proteção infantil, o salto também aumentou. O dummy equivalente a uma criança de 10 anos entra no lugar do antigo boneco de 18 meses nos testes dinâmicos. A ideia é medir a eficiência real dos sistemas de retenção para crianças maiores, algo que ainda deixa a desejar em muitos modelos vendidos por aqui. 

Falta de ISOFIX, padrão i-Size e impossibilidade de desligar o airbag dianteiro derrubam a nota. O sistema de detecção de crianças também soma pontos, incentivando tecnologias que impedem que elas sejam esquecidas dentro do carro.

Volkswagen Polo / Latin NCAP [divulgação]
Volkswagen Polo / Latin NCAP [divulgação]

A proteção de pedestres e ciclistas, assim como as assistências de segurança, ganha peso. A frenagem automática vai passar a ser testada em cenários noturnos e com ciclistas, algo que necessita as montadoras a terem sensores mais avançados. O teste do alce fica mais rápido e, se o carro falhar em qualquer velocidade, perde pontos.

Ou seja, as montadoras vão precisar investir mais para obter a nota máxima nos testes do Latin NCAP. A consequência disso, provavelmente, como já ocorre, é o aumento nos preços dos carros devido às regras mais rigorosas.

Você acha que as montadoras vão correr com as mudanças? Deixe seu comentário!


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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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