Depois de passar por momentos turbulentos ao longo de 2024, a Nissan criou um novo plano para se reestruturar. A marca japonesa comandada por um novo CEO acabou de revelar o projeto Re:Nissan. Agora, ela vai focar de forma mais severa na lucratividade em detrimento do volume. Além disso, ela vai demitir cerca de 20 mil funcionários e fechar ao menos sete plantas suas espalhadas pelo mundo. E como fica o Brasil nessa história?
Ivan Espinosa, novo CEO da montadora, foi quem revelou a novidade. Os cortes de trabalhadores vão afetar o mundo todo e a marca pretende fechar sete instalações suas até meados de 2027. A planta da Argentina, que já teve parte das operações encerradas, faz parte do projeto. Uma nova fábrica de baterias que estava sendo desenhada para crescer em uma região do Japão também foi descartada.
No México, as operações locais vão sofrer algumas modificações, mas que ainda não foram especificadas. Nos Estados Unidos, a Nissan possui instalações em Smyrna e Decherd (no Tennessee) e Canton (no Mississippi) tiveram redução de turno e a produção caiu aproximadamente 25%. Na China, a marca japonesa fechou uma de suas fábricas devido ao aumento de concorrência das montadoras locais e a concorrência pesada sobre os carros elétricos.

Foca no lucro
E na Europa, a fabricante dona da Frontier fechou sua instalação de Barcelona. Agora, Ivan pontuou que as futuras decisões a serem tomadas e executadas serão baseadas em tópicos como eficiência, lucros e demanda do mercado local. O Re:Nissan é mais enxuto e foca no lucro, visa aperfeiçoar as linhas de produção e reduzir a complexidade dos componentes usados em seus modelos.
Esse plano faz uma espécie de união entre o projeto Nissan Next, que valeu entre 2020 e 2023 e o Nissan Ambition 2030. Aqui, entra o programa The Arc, que visa ações de médio prazo para os anos fiscais de 2024 até 2026 e ações de médio até longo prazo e que serão implementadas até 2030. O novo plano anunciado por Espinosa deve impactar as contas da Renault, parceira de longos anos da fabricante dona do sedan Versa.

Aliás, a relação entre ambas esteve conturbada nos últimos tempos. A montadora oriental enfrentou a prisão de Carlos Ghosn, que era seu presidente na época da ida aos presídios, e também pelas vendas em quedas nos últimos anos. Vale lembrar que a marca dona do Sentra quase se aliou com a Honda, porém as negociações não vingaram da forma esperada.
Resultados financeiros
Em 31 de março de 2025, encerrou o ano fiscal de 2024. Até aquele momento, a marca havia comercializado cerca de 3,35 milhões de veículos. A receita global chegou em 76 bilhões de euros e o lucro operacional (sem impostos e juros) foi de 420 milhões de euros. Ou seja, a margem operacional, segundo revelado pelo Motor1.Com foi de 0,6%. O prejuízo líquido do período foi de aproximadamente 4 bilhões de euros.
Já o fluxo de caixa da divisão da fabricante foi negativo e atingiu 1,45 bilhão de euros, aqui a perda operacional chegou em 1,3 bilhão de euros. No último trimestre, a Nissan teve receita de 21 bilhões de euros, lucro operacional de 35 milhões de euros e prejuízo líquido de 4 bilhões de euros. Já as previsões para o ano fiscal de 2025 ainda seguem sem definição, muito em parte por causa das tarifas de importação implementadas por Donald Trump no início de 2025 nos Estados Unidos.

E o Brasil?
Por fim, a marca japonesa segue firme e forte em solo nacional. Um dos modelos de maior volume por aqui é o Kicks Play. A nova linha do SUV compacto está posicionada ao lado do sedan compacto Versa e são os modelos mais acessíveis da Nissan no Brasil. Durante o último mês de abril, o rival do Hyundai Creta e Honda HR-V acumulou 4.006 unidades vendidas e ocupou o 8° lugar entre os SUVs mais vendidos do país.
Logo mais, a fabricante vai revelar a nova geração do SUV. Ele terá novos tamanhos, visual com pegada futurista, inédito motor 1.0 turbo flex e diversos itens de série. Contudo, com tantas novidades embarcadas, é esperado que seu preço também seja distante do praticado atualmente pelo Kicks Play. Este último é vendido em três versões, com valores que vão de R$ 117.990 e chegam em R$ 148.090.

Será que a Nissan vai se recuperar com esse novo plano? Está ansioso para ver o novo Kicks em solo nacional? Conte nos comentários