A fabricante Packard encerrou suas atividades em 1958, mas seu nome ainda traz bastante curiosidade entre entusiastas. Agora, 67 anos depois, um projeto nunca realizado da marca ganhou vida de forma inesperada. Batizado de Packard Excellence, o modelo é uma criação única da oficina holandesa JB Classic & Bespoke, especializada em restaurações e carrocerias sob medida.
O projeto que nunca saiu do papel
Nos anos 1950, a Packard cogitou colocar seu emblema no Facel Vega Excellence, sedã de luxo francês, mas a ideia foi barrada pela empresa de motores Daimler-Benz, hoje pertence ao grupo Mercedes, que na época tinha acordo de distribuição com a Studebaker-Packard. A proposta foi abandonada, e a marca seguiu seu rumo até o fim da produção.
Décadas depois, o estúdio CinovarA e a JB Classic & Bespoke decidiram recriar esse Packard perdido. A base escolhida foi um Bentley Flying Spur de segunda geração (2013-2019), que recebeu uma carroceria completamente nova, com 17 mil horas de trabalho dedicadas ao projeto.

Embora tenha o visual remodelado, o DNA Bentley ainda é perceptível nas proporções e no interior. Os destaques estão na frente, com faróis verticais de LED inspirados em modelos Cadillac, uma grade cromada tripartida e o clássico ornamento Goddess of Speed.
As portas traseiras são suicidas, no estilo Rolls-Royce, com dobradiças e maçanetas feitas artesanalmente em aço inoxidável. A traseira traz linhas mais retas e lanternas em formato de C, junto do emblema Packard.

Não se sabe nada sobre o conjunto mecânico, já que o Flying Spur podia ser equipado tanto com o V8 4.0 biturbo quanto com o W12 6.0 biturbo.
A JB Classic & Bespoke não divulgou o valor da transformação, mas um projeto artesanal desse não deve ter custado nada barato.
A história da Packard

Fundada em 1899 em Ohio, a Packard foi pioneira em inovações como o volante moderno e o primeiro motor V12 de produção. Durante a primeira metade do século XX, era vista como símbolo de luxo nos EUA, a ponto de ser chamada de Rolls Royce americano, competindo com Cadillac, Lincoln, Buick e Chrysler.
Na década de 1930, fez parte do trio de marcas de prestígio americanas, ao lado da Pierce-Arrow e da Peerless, e consolidou o famoso slogan “Pergunte ao homem que possui um”. A Packard também teve seus destaques na Segunda Guerra Mundial, fabricando motores e veículos militares.

O declínio veio após a fusão com a Studebaker, em 1954, quando perdeu identidade e espaço frente às grandes marcas. Os últimos modelos surgiram em 1957 e 1958, mas com vendas minúsculas.
No Brasil, a Packard nunca teve produção local, mas alguns exemplares foram importados nas décadas de 1930 e 1940, sendo por aqui peças raras entre colecionadores.
Acha que projetos como esse ajudam a continuar vivo a memória de marcas históricas ou deveriam ficar apenas nos livros de história do automóvel? Deixe seu comentário!




Mem de longe ficou bom isso aí.