Processo da BYD no Brasil repercute na imprensa internacional

Depois que o Ministério Público do Trabalho no Brasil instaurou um processo contra a BYD, a situação saiu do controle. O que antes era uma crise que não havia saído do nosso país, agora tomou espaço nas manchetes e noticiários pelo mundo todo. Agora, a BYD tem uma crise ainda maior nas mãos para sanar.

Apenas recapitulando, o Ministério Publico do Trabalho (MPT) entrou com ação civil pública contra a BYD, além das empreiteiras China JinJiang Construction Brazil Ltda. e Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil Co. (atual Tecmonta Equipamentos Inteligentes Brasil Co. Ltda.). O processo é no valor de R$ 257 milhões.

As três são acusadas de trabalho escravo e tráfico de pessoas na construção da fábrica da BYD em Camaçarí, na Bahia. Segundo nota do Ministério, em dezembro do ano passado, 220 trabalhadores chineses foram encontrados em situação análoga à escravidão na fábrica da BYD em Camaçarí, na Bahia. O órgão aponta que eles são vítimas de tráfico internacional de pessoas. 

Em nota oficial enviada aos jornalistas, a fabricante chinesa afirma que “A BYD reafirma seu compromisso inegociável com os direitos humanos e trabalhistas, pautando suas atividades pelo respeito à legislação brasileira e às normas internacionais de proteção ao trabalho. A empresa vem colaborando com o Ministério Público do Trabalho desde o primeiro momento e vai se manifestar nos autos sobre a ação movida pelo MPT”.

Repercussão mundial

Entretanto, a notícia deixou de ser pauta apenas no Brasil e ganhou os noticiários globais. Inclusive, nenhuma palavra sobre o ocorrido foi dita durante o lançamento do novo Song Plus 2026. A marca preferiu se pronunciar apenas através da nota oficial. Só que, lá fora, o processo da BYD virou notícia. 

A matéria do portal Autoblog critica a marca dizendo que “a fábrica da BYD na Bahia deveria ter sido inaugurada em março, mas o processo mostra o quanto empresas como a BYD estão dispostas a economizar cada centavo em fábricas estrangeiras em mercados emergentes como o Brasil”. 

Já a reportagem do Carscoops começa dando o tom de que “a indústria automotiva tem o hábito de desviar de controvérsias com uma declaração de imprensa polida e uma confiança inabalável, mas as coisas estão ficando difíceis de serem ignoradas no Brasil. O processo acusa a BYD de tráfico humano, e isso não é uma alegação pequena”.

Já o Economic Times reportou que “o Brasil está processando a fabricante chinesa de veículos elétricos BYD e dois parceiros por supostos maus-tratos a trabalhadores chineses em sua fábrica. Os trabalhadores teriam sido enganados e mantidos em condições precárias. A BYD afirma estar cooperando com a investigação”.

A BBC também repercutiu sobre o processo da BYD e, inclusive, tentou contato com a marca, que não respondeu aos pedidos da publicação britânica. “A BYD não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da BBC, mas já havia dito que tem “tolerância zero para violações de direitos humanos e leis trabalhistas”, diz a reportagem.

Você teria um carro da BYD? Conte nos comentários.