A eletrificação é um caminho sem volta? Sim — e não. Apesar do avanço da mobilidade limpa e da crescente aceitação de veículos elétricos por consumidores brasileiros e em outros mercados, a jornada rumo à eletrificação total está sendo reavaliada por algumas montadoras. O motivo principal é a necessidade de infraestrutura adequada e de maior maturidade do público para essa transição.
Carros 100% elétricos ainda exigem planejamento de rota, acesso a carregadores e menor dependência de redes públicas limitadas. Nos últimos anos, alguns fabricantes anunciaram metas ambiciosas de se tornarem exclusivamente elétricas. No entanto, diante de uma adoção mais lenta do que o previsto, muitas estão revendo suas estratégias e optando por manter — ou até reforçar — o desenvolvimento de modelos híbridos e a combustão. Confira quem repensou as estratégias.
Volvo

Apesar de manter a meta global de se tornar uma marca 100% elétrica até 2030, a Volvo mantém em mercados como o Brasil uma oferta mista. Modelos como o XC60 Recharge (híbrido plug-in) convivem com os 100% elétricos EX30 e EX90. A estratégia atual é de transição gradual, adaptada à realidade de cada região.
Porsche

A marca alemã também não pretende abrir mão dos motores a combustão, especialmente em modelos icônicos como o 911. A Porsche já lançou o Macan Electric e o Taycan/Taycan Cross Turismo com novidades no Brasil, mas também investe no desenvolvimento de combustíveis sintéticos (e-fuels), com o objetivo de manter motores tradicionais por mais tempo. A próxima geração do Cayenne, por exemplo, terá motor V8 a combustão.
Volkswagen
![Volkswagen ID Buzz - Kombi elétrica [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2024/05/Volkswagen-ID-Buzz-Kombi-eletrica-15-scaled.jpeg)
A Volkswagen reavaliou sua ofensiva elétrica diante do cenário nas vendas da linha ID em alguns mercados. A prioridade do fabricante agora é o desenvolvimento de modelos híbridos, embora os elétricos não tenham sido abandonados. A empresa planeja uma abordagem equilibrada entre eletrificação e combustão.
Audi
![Audi A3 Sedan, A5 e A4 [divulgação]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2022/07/Familia-A_edited-1200x720.jpg)
A marca de Ingolstadt segue investindo fortemente em carros elétricos, mas não encerrará o desenvolvimento de motores a combustão interna tão cedo. A nova geração do A4, por exemplo, será vendida apenas com motor a combustão, sinalizando uma postura mais flexível do que a planejada anteriormente.
Chevrolet

Nos Estados Unidos, a GM anunciou novos investimentos em híbridos plug-in, após anos de foco exclusivo em elétricos. No Brasil, a Chevrolet ainda aposta nos elétricos Blazer EV e Equinox EV, e prepara a chegada dos modelos Captiva EV e Spark EUV.
Bentley e Aston Martin


A Bentley postergou sua meta de eletrificação total de 2030 para 2033. Já a Aston Martin adiou a estreia de seu primeiro modelo 100% elétrico de 2025 para 2027. A fabricante britânica continuará lançando veículos a combustão nos próximos anos, diante da demanda por modelos tradicionais.
Mercedes-Benz

A Mercedes também reavaliou seus planos. Em 2021, anunciou que só venderia carros elétricos a partir de 2030 “onde as condições de mercado permitirem”. Agora, a estratégia é oferecer todas as novas gerações com versões elétricas e a combustão, sem eliminar as opções tradicionais.
Alfa Romeo

A Alfa Romeo tinha o objetivo de se tornar totalmente elétrica a partir de 2027, mas recuou. Segundo Chris Feuell, executiva da Stellantis, essa não é a abordagem mais adequada para todos os mercados. O Alfa Romeo Junior, primeiro modelo 100% elétrico da marca, oferece versões de 156 cv (410 km de alcance) e 280 cv (334 km). Além disso, há uma versão híbrida-leve com motor 1.2 turbo e sistema de 48V, que rende 136 cv.
Ford

Entre os recuos mais emblemáticos, o da Ford talvez seja o mais significativo. A marca havia decidido focar apenas em SUVs, picapes e no Mustang, encerrando a oferta de carros compactos. Além disso, após registrar prejuízos com veículos 100% elétricos, a montadora passou a criticar publicamente marcas que, segundo ela, “empurram” os elétricos aos consumidores sem considerar as reais necessidades do mercado.
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