Quais são os destaques do Salão do Automóvel de São Paulo

Após um hiato de sete anos, o Salão do Automóvel apresentou antecipadamente à imprensa especializada, no Distrito Anhembi, em São Paulo, as grandes novidades da indústria. Entre marcas chinesas e outras novidades de fabricantes generalistas, selecionamos os lançamentos de destaque desta edição, que você pôde acompanhar em nosso canal do YouTube durante a transmissão ao vivo.

Jeep Avenger

A Jeep surpreendeu e quebrou tudo, inclusive a vidraça, ao recriar a icônica cena da apresentação do Jeep Cherokee, em 1992, durante o Salão do Automóvel de Detroit. Só que desta vez, para mostrar o Avenger. O novo SUV nacional do fabricante será um concorrente direto de Volkswagen Tera, Fiat Pulse e Chevrolet Sonic.
A entrada do Avenger reforçou a ideia de uma nova fase do fabricante em nosso mercado, além de o utilitário esportivo dar o tom da marca na América do Sul a partir de 2026.

Um dos destaques do SUV é o ChatGPT integrado ao carro, sendo um dos pilares tecnológicos e uma das armas para atrair os consumidores. Esse recurso permitirá tirar dúvidas sobre o carro, buscar informações, conversar com o assistente e realizar comandos de voz, como fazemos no smartphone. A Jeep não detalhou o funcionamento, nem se haverá mensalidade, mas a IA estará no pacote de conectividade.

Uma resposta ao Volkswagen Tera, que possui uma IA própria chamada Otto. A novidade será produzida em Porto Real (RJ) a partir de 2026, na mesma fábrica que hoje monta Peugeot 208, Citroën C3 e Aircross. Ele usa a plataforma CMP e exibe as mesmas dimensões da versão europeia. Ou seja, 4,08 metros de comprimento, 1,78 de largura, 1,53 de altura e 2,56 de entre-eixos.

Sob o capô, terá motor 1.0 turbo flex de 125/130 cv e câmbio automático de seis marchas. Além disso, o sistema semi-híbrido de 12 volts substitui o alternador para dar suporte nas retomadas, mas não move o carro sozinho. É o mesmo MHEV que vemos em Pulse, Fastback e em outros modelos da Stellantis.

Honda Prelude

A Honda anunciou o cupê híbrido Prelude para o Brasil já no próximo ano. É o retorno do icônico esportivo ao nosso mercado, que conviverá ao lado de outra joia da engenharia nipônica, o Civic Type R. Além do visual, com o característico caimento abrupto da carroceria, outro destaque é a tecnologia híbrida.

Conforme publicamos anteriormente, a quarta geração do Prelude traz o conjunto híbrido convencional em prol do consumo e das emissões de poluentes. O motor 2.0 a gasolina, com injeção direta e ciclo Atkinson, atua em parceria com dois propulsores elétricos (um de tração e outro gerador), sem necessidade de carregamento externo.

Estão disponíveis 203 cv e 32,1 kgfm de torque. A marca não revelou outros detalhes, mas a novidade trará o sistema Honda S+Shift. Trata-se de um simulador de mudanças de marchas com reduções virtuais. Ele ainda consegue ajustar a rotação do motor a combustão. Em dimensões, a carroceria mede 4,52 m de comprimento, 1,88 m de largura, 1,34 m de altura e 2,60 m de entre-eixos. A chegada do Honda Prelude está prevista para o segundo semestre de 2026, mas o preço não foi divulgado.

GWM Tank 700

A GWM mostrou dois modelos que podem ser vendidos em nosso mercado. Embora ainda não exista um plano comercial, o fabricante colocou à prova o Tank 700 ao lado da minivan Wey G9 Max. O luxuoso jipão da marca é maior que o Tank 300, vendido por R$ 333.000, e traz maiores dimensões.

Afinal, na ponta da fita métrica, mede 5,09 m de comprimento, 2,12 m de largura, 1,99 m de altura e um entre-eixos de 3 m, além de um porta-malas de 566 litros. O visual parrudo remete ao Mercedes-Benz Classe G e, caso seja vendido em nosso mercado, teria preço estimado de R$ 600.000.

Esse 4×4 é um híbrido plug-in com motor V6 3.0 biturbo de 360 cv e 50,9 kgfm de torque, ligado a uma transmissão automática de nove marchas. O conjunto usa bateria de 37 kWh e, ao todo, oferece 524 cv e 81,5 kgfm. A GWM reforça que se trata apenas de estudos, modelos trazidos para ouvir o público. Mas, se a reação dos visitantes do Salão do Automóvel for positiva, existe a possibilidade de serem importados. São cenas dos próximos capítulos!

Caoa Changan

A Caoa Changan estreou no Brasil no Salão do Automóvel, e a nova marca chinesa vai coexistir com a Caoa Chery apostando em carros elétricos no segmento de luxo. Dois modelos foram apresentados à imprensa: o SUV cupê Avatr 11 e o crossover Avatr 012. Ambos com visual inspirado na Mercedes-Benz, os carros estarão no estande da marca a partir deste sábado (22).

Apesar do anúncio, a parceria com a Chery segue fortalecida no Brasil. Aliás, foram apresentados os modelos Tiggo 5X e Tiggo 9. Chery e Changan terão lojas separadas. Só que a chegada da Caoa Changan ao nosso mercado veio acompanhada de uma alfinetada, com tom provocativo, contra duas marcas: BYD e GWM. No comercial exibido durante a coletiva de imprensa, a marca usou frases que zombam dos slogans das rivais.

A modelo Gisele Bündchen foi anunciada como embaixadora e dispara na campanha: “prometeram que iam construir seus sonhos”, em referência clara ao Build Your Dreams da BYD (Construa Seus Sonhos). E ela completa com “prometeram que vão dizer oi para amanhã, isso é tão ontem”, deixando evidente o recado para a GWM, que usa o slogan Hello Tomorrow (Olá, amanhã).

Toyota Yaris Cross

O Toyota Yaris Cross é o primeiro SUV compacto híbrido flex à venda em nosso mercado. Atuando como modelo de entrada da marca no Brasil, ele visa seduzir clientes de Etios e Yaris que ficaram sem opção de compra dentro do fabricante. São quatro versões com preços entre R$ 161.390 e R$ 189.990.

Ao contrário do Yaris Cross europeu, que é um SUV subcompacto, o Yaris Cross brasileiro é um SUV compacto de fato e feito na plataforma DNGA, uma variante de baixo custo da TNGA-B da Toyota para modelos compactos. As quatro versões empregam motor 1.5 quatro cilindros aspirado flex com injeção direta. Contudo, há diferenças.

O modelo não eletrificado entrega 122 cv e 15,3 kgfm, sendo uma evolução do motor 1.5 que Yaris e Etios usavam. O câmbio é sempre CVT com simulação de sete marchas. Segundo o Inmetro, o Yaris Cross 1.5 faz 12,6 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada com gasolina. Já com etanol, crava 8,8 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada.

Já o Yaris Cross Hybrid combina motor 1.5 quatro cilindros aspirado de 91 cv e 12,3 kgfm junto a um elétrico de 80 cv e 14,4 kgfm. Ambos os motores são posicionados na dianteira, garantindo uma potência total de 111 cv.
O consumo do Yaris Cross Hybrid fica em 15,3 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada com gasolina. Trocando para etanol, temos 13,2 km/l na cidade e 10,7 km/l na estrada.

Vale lembrar que, além dele, o único outro SUV compacto híbrido de verdade à venda no Brasil é o Omoda 5, mas ele bebe apenas gasolina. Só que tem o dobro de potência e torque. Falando agora das medidas, são 4,31 m de comprimento, 1,65 m de largura, 1,70 m de altura e 2,62 m de entre-eixos. Já o porta-malas varia de acordo com o motor. As versões XRX e XRE contam com 400 litros. Já os modelos híbridos XRX Hybrid e XRE Hybrid trazem 391 litros de capacidade.

Os preços do Toyota Yaris Cross são: XRE (R$ 161.390), XRE Hybrid (R$ 172.390), XRX (R$ 178.990) e XRX Hybrid (R$ 189.990).

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