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Volkswagen enfrenta nova ameaça com falta de semicondutores

Suspensão das exportações de semicondutores coloca Volkswagen em alerta e pode resultar em novas interrupções na Europa

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A crise dos semicondutores volta a pressionar as linhas de produção na Europa e o Grupo Volkswagen já admite incerteza quanto ao fornecimento de componentes. Segundo a companhia, o estoque atual de chips pode durar apenas até a próxima semana.

O cenário é reflexo da suspensão das exportações de semicondutores produzidos pela Nexperia na China, em meio ao aumento das tensões políticas entre o país asiático e os Estados Unidos. A medida veio após a decisão do governo holandês, sob forte influência norte-americana, de assumir o controle da empresa no mês passado, citando preocupações relacionadas à propriedade intelectual por conta da sua gestão chinesa.

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) alerta para o risco de paralisações iminentes nas montadoras europeias, diante da falta de componentes. De acordo com informações apuradas pela AutoCar, diversas marcas já relatam estoques próximos ao limite.

Fábrica da Volkswagen [Divulgação]
Fábrica Volkswagen [Divulgação]

Onde são empregados os semicondutores?

Os semicondutores da Nexperia são essenciais para sistemas elétricos de vários modelos comercializados no continente. Arno Antlitz, diretor financeiro do Grupo Volkswagen, reforçou o clima de incerteza: “Estamos acompanhando diariamente e, no momento, podemos dizer que há fornecimento garantido para a próxima semana.”

A Volkswagen interrompeu a produção do Golf até esta quarta-feira, em Wolfsburg, na Alemanha, devido à falta de chips. Outras linhas devem sofrer impactos em breve, afetando ao menos três modelos: Tiguan, Touran e Tayron, todos montados na mesma fábrica. A companhia não revelou por quanto tempo essas suspensões podem se estender.

Volkswagen Tiguan 2026 bege de frente em uma estrada deserta
Volkswagen Tiguan [Divulgação]

Buscando minimizar os efeitos na cadeia produtiva, a Volkswagen e outros fabricantes estudam fornecedores alternativos. “Não podemos ficar parados”, afirmou Antlitz. “Temos compromissos e estamos trabalhando para garantir novas fontes de suprimento. Até agora, temos conseguido avançar.”

Resolvendo a situação

Apesar da situação delicada, o executivo tentou demonstrar otimismo: “A boa notícia é que estamos seguros até a próxima semana”. Ele destacou ainda que o grupo está mais preparado do que na crise anterior de semicondutores, que afetou fortemente o setor automotivo entre 2021 e 2023, em meio ao aumento repentino da demanda pós-pandemia.

“É importante lembrar que as restrições atuais são resultado direto das disputas comerciais entre Estados Unidos e China. Não se trata de falta física de oferta, mas de uma escassez motivada por decisões políticas. É um problema político e precisa ser resolvido nesse campo”, concluiu Antlitz.

Novo Golf [divulgação]

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Rafael Dea

Cursou Jornalismo para trabalhar com carros. Formado em 2005, atuou na mídia impressa por mais de 16 anos e também em veículos on-line. Embora tenha uma paixão por caminhonetes, não dispensa um esportivo — inclusive, foi o único brasileiro a participar do lançamento global do Porsche Panamera GTS.

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