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BYD King entrega coroa do segmento de bandeja para o Toyota Corolla | Avaliação

Por mais que tenha muitos atributos positivos, pequenas mancadas que o BYD King comete faz com que muita gente leve o Toyota Corolla

6 min de leitura

O segmento de sedans médios exige extrema coragem de uma montadora para se aventurar. Afinal, o rei absoluto é o Toyota Corolla, que consegue vender em dois meses o que o restante do segmento emplaca. Por isso, foi muito chamativo o movimento da BYD ao trazer o King ao Brasil em busca da liderança.

O modelo chegou com ficha técnica impecável frente ao Corolla, afinal, o BYD King tem praticamente o dobro da potência, é híbrido plug-in, mais econômico…mas deixou de lado itens importantes para a categoria. Além disso, a marca preferiu usar um modelo que, lá fora, briga com sedans compactos, mesmo sendo bem maior.

Valor e preço

Quando comparado ao Toyota Corolla Hybrid, o BYD King tem mais entregas do que falhas. Ele parte de R$ 179.900 na versão GL, mas a GS avaliada sai por R$ 191.900 e compensa muito mais. Como a marca constantemente faz promoções do sedan, é possível levá-lo por preços mais competitivos. Em versão única, o Toyota Corolla Hybrid sai por R$ 199.990.

BYD King GS preto de traseira em um estacionamento
BYD King GS [Auto+ / João Brigato]

Sendo a versão topo de linha, ele vem bem equipado. Mas deve dois conjuntos de itens que o Corolla tem e que se tornaram decisivos para que muitos clientes deixassem de levar o sedan chinês para casa. O King não tem teto solar, nem sistema ADAS. Ou seja, nada de frenagem autônoma de emergência, alerta de ponto cego ou piloto automático adaptativo.

Em uma categoria como a que ele está, tendo como base que sedans compactos como Volkswagen Virtus e Honda City já trazem esses itens de segurança, mas também devem teto solar, é uma mancada que faz muita gente preferir o Corolla. Contudo, o restante da cesta de equipamentos é bem completa.

BYD King GS preto de traseira em um estacionamento
BYD King GS [Auto+ / João Brigato]

De série, o BYD King traz faróis com acendimento automático, chave presencial, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, partida remota, bancos dianteiros com regulagem elétrica, retrovisor elétrico com rebatimento automático, freio de estacionamento eletrônico, ar-condicionado digital de duas zonas e painel digital.

Conjunto muito bem acertado

Algo que as marcas chinesas dominaram já faz um tempo e a BYD faz com maestria é a comunicação entre os sistemas a combustão e elétrico. Assim como outros modelos da marca, o King conta com motor 1.5 quatro cilindros aspirado de 110 cv e 13,8 kgfm de torque ligado a um elétrico de 197 cv e 33,1 kgfm.

motor do BYD King GS
BYD King GS [Auto+ / João Brigato]

Na prática, o motor 1.5 é um coadjuvante, atuando como gerador de energia para o sistema elétrico e como auxiliador para situações em que as baterias sofreriam uma descarga mais rápida. Ou seja, na estrada, os dois motores trabalham juntos, assim como em acelerações mais bruscas.

A depender do modo de bateria que você seleciona na central multimídia, é possível perceber o motor 1.5 trabalhando silenciosamente para carregar as baterias e te garantir maior autonomia total. A prova disso é que o King rodou 500 km com meio tanque tendo sido carregado duas vezes apenas.

BYD King GS [Auto+ / João Brigato]

E o mais interessante é que você só percebe qual motor está funcionando se olhar no painel. Oficialmente, o consumo fica em 16,8 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada – lembrando que carros híbridos gastam mais na rodovia. Contudo, na prática, é possível fazer números ainda melhores a depender de quanto de bateria você ainda tem no BYD King. 

Está quase lá

A parte dinâmica não é foco das marcas chinesas há um bom tempo. Elas sabem fazer carros confortáveis e com excelente isolamento acústico. Mas quando se trata de habilidade de fazer curvas ou de dar prazer ao volante, passam um pouco longe. E isso se reflete no BYD King, o que é algo perigoso entre os sedans médios.

BYD King GS [Auto+ / João Brigato]

Afinal, o cliente de um sedan médio é aquele que precisa de espaço e porta-malas farto, mas quer um modelo com mais prazer ao volante. Até porque, espaço por espaço, ou mera necessidade de conforto, fica melhor levar um SUV. Dinamicamente, o BYD King parece mais um sedan compacto bem feito do que um sedan médio.

A direção é bem leve, mas tem respostas boas. Além disso, a suspensão é molenga, flutuando bastante em estrada, além de facilmente mergulhar em frenagens e em curvas. Tudo deixa nítido que trata-se de um carro voltado ao conforto, o problema é que o motorista que sai de um Toyota Corolla sente a diferença.

BYD King GS [Auto+ / João Brigato]

O sedan japonês nunca foi referência em prazer ao volante, sempre sendo o mais neutro do seu segmento. Mas a solidez do conjunto do Corolla e o fato de ser um carro mais dinâmico mostra que o King ainda precisa amadurecer. Ele não tem a mesma solidez ou apetite para curvas, mas para quem só liga para conforto, ai o BYD entrega mais.

Refinamento sempre a contento

Além de ter dominado a junção dos motores a combustão e elétrico, a BYD sempre é exemplo de qualidade de acabamento interno. O King traz muitos elementos macios ao toque nas portas e painel, além de couro de ótima qualidade no volante, bancos, portas e console central.

interior do BYD King GS
BYD King GS [Auto+ / João Brigato]

Há mais plástico que o comum em modelos mais caros da marca, mas todos bem feitos e encaixados com precisão. O painel de instrumentos totalmente digital tem uma excelente qualidade, além de ser fácil de ler. Isso entre em par com a central multimídia, que tem layout muito semelhante a um celular Android.

Motorista e passageiro contam com ajustes elétricos para os bancos, só que a altura só pode ser regulada pelo motorista. O encosto de cabeça fixo é uma economia de custos desnecessária em um carro desse porte. Na parte traseira, temos espaço a contento para os passageiros, mas o piso é excessivamente alto. Porta-malas leva bons 450 litros.

Veredicto

No final das contas, o BYD King entrega excelente conjunto mecânico com economia exemplar, acabamento interno refinado e conforto de rodagem. Só que ele não vive sozinho. Ao cobrar R$ 191.900 por ele, a marca chinesa esbarra na falta de ADAS, teto solar e na reputação blindada do Toyota Corolla.

O mote dos chineses foi sempre entregar muito mais por menos preço. E isso o King não faz. Ele, de fato, entrega mais no conjunto mecânico, mas menos na lista de equipamentos e cobra praticamente igual ao rival. Agora, com o preço reduzido devido às promoções constantes, aí sim o negócio do BYD King faz mais sentido que um Toyota Corolla.

BYD King GS [Auto+ / João Brigato]

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11 comentários em “BYD King entrega coroa do segmento de bandeja para o Toyota Corolla | Avaliação”

  1. joel

    Tive Corolla hybrid por três anos e agora tenho um King GS. O King é mil vezes melhor. Mais espaço interno, melhor acabamento, muito mais silencioso, bem mais tecnologia, mais econômico e anda muito, mas muito mais! Teto solar se usa muito pouco, ninguém fica olhando pro teto quando dirige. ADAS até concordo que falta, só que o ACC do Corolla e daqueles fajutos, que param de funcionar quando chega nos 30 km/h…. que no meu uso em cidade seria a condição mais usada…

  2. Miqueias

    Pra mim o maior problema mesmo é não ter um estepe.

  3. Cansado

    Também concordo com a falta do ADAS!
    Agora teto solar nunca foi um item de decisão à compra!

  4. Urbanos

    O concorrente do King é o Corolla Hybrid que é o que converge em preço e em categoria(híbrido) e o King vende maus desde que lançou.

  5. Christian Govastki

    Tenho um Corolla XEi 2023, não híbrido. A dinâmica do carro deixa a desejar, é excessivamente duro quando vazio sem que isto se reflita numa estabilidade superior, neste ponto, o Ford Focus é infinitamente mais bem resolvido que o Corolla (eram meus carros anteriores).
    Quanto ao ACC, é bastante intrusivo e o lane assist de pouco serve, só perturba apitando, se faz alguma correção, é tão mínima que é quase imperceptível. Só uso a noite e sob chuva, no dia a dia enche a paciência.
    Eu já achei o Corolla muito grande para o meu gosto (prefiro os hatchs médios, infelizmente fora do mercado), o King é ainda maior, a dinâmica vai no sentido oposto e chega a dar enjoo devido ao balanço excessivo.
    Ambos pecam por não terem teto solar (para mim é essencial) e dinâmicas deficientes em sentidos opostos.
    Quanto a assistência, achei a da Toyota péssima, vou ter que levar de novo para re-revisarem o carro, da BYD não posso opinar.

  6. Dimithri Vargas

    O BYD King tem vendido bem, sendo o vice-lider da categoria atualmente, desde o mês de outubro de 2024, lembrando que foi lançado em Junho de 2024, e desde novembro de 2024 vende sempre mais de 1.000 unidades ao mês. O que tem ajudado são as promoções da versão de entrada GL por R$ 128.990 para motoristas de aplicativo ou R$ 149.990 para pessoa fisica, e R$ 163.990 na versão GS para pessoa física, o que o deixou com preço interessante ante suas faltas.

    • RO

      Fiquei interessado nesse "para motoristas de aplicativo". Ainda tá disponível?

      • Dimithri Vargas

        Não sei se a oferta ainda está disponível, mas volta e meia sei que aparece. Foram três motoristas de aplicativo do Rio de Janeiro que me falaram desta oferta em Março, e eles estavam em seus King.

  7. Megavolts

    É sério isso que um dos diferenciais é o teto solar?
    Alguém aqui poderia me explicar quais as vantagens de um carro ter teto solar? Na minha opinião é só um lugar para infiltração futura de água, é quase tão bom (ou seria pior?) que ser conversível.
    Que nem alguém comentou aqui, acho que o pior no King é a ausência do pneu estepe, isso me dá medo, se furar o pneu você precisa localizar o furo e fazer exatamente o que um borracheiro faz, enfiar uma "cobrinha" no buraco e usar um compressor que vem junto. Mas pelo o que eu pesquisei isso é comum em carros elétricos, o King é híbrido plug-in, significa que ele é meio elétrico (ou mais) e a combustão, o Corolla híbrido é a combustão, ele impulsiona um motor elétrico, que nem locomotivas, o King em trânsito urbano (até acabar a bateria) e 100% elétrico.

  8. Jotabethel

    Já tenho e discordo de muita coisa.
    Econômico ( O GL sem carregar todos os dia está fazendo 22 km ) , não sei dá onde surgiu essa média de consumo : potente e estabilidade muito boa …
    Um ótimo custo e benefíci

  9. homem do saco

    Deus me livre

Os comentários estão encerrado.

João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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