Há quem tenha trocado os SUVs pelas caminhonetes devido à maior versatilidade, seja por necessidade ou estilo de vida. O nome Chevrolet Montana, aliás, é velho conhecido dos brasileiros: apareceu há mais de 20 anos, quando, em 2003, baseada na plataforma GM4300, substituiu a Corsa Pick-up. Em 2010, a segunda geração nasceu sobre a base GM4200 e derivada do Agile.
Com técnicas diferentes entre a primeira e a segunda Chevrolet Montana, a terceira geração abriu um novo capítulo. Afinal, ficou mais refinada, deixou de ser compacta para se tornar intermediária, adotou a arquitetura modular GEM, a mesma de Tracker, Onix e Onix Plus, e passou a oferecer motor sobrealimentado por turbocompressor.
Hoje, a Chevrolet Montana oferece cinco versões: MT Turbo (iniciais R$ 141.990), LT Turbo (R$ 147.790), LTZ Turbo (R$ 164.990), Premier Turbo (R$ 172.990) e a topo RS Turbo (R$ 177.990). São preços, no geral, abaixo da etiqueta da Fiat Toro, que parte de R$ 161.490 indo a R$ 198.490 na gama equipada com propulsor 1.3 turboflex.

Contudo, as nuances entre elas surgem ao esticar a fita métrica. A Chevrolet Montana RS mede 4,71 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,65 m de altura e 2,80 m de entre-eixos. E, como dimensões e área de carga são fundamentais em uma caminhonete, seja ela compacta, intermediária ou média, a Fiat Toro responde à altura da oponente.
Chevrolet Montana RS: entre medidas e caçamba
Afinal, a caminhonete intermediária da Fiat mostra 4,95 m de comprimento, 1,84 m de largura, 1,68 m de altura e 2,98 m de entre-eixos na versão Ultra 1.3 turboflex (iniciais R$ 198.490), colocando frente a frente as opções topo de linha de cada fabricante. E aí entra sua escolha: preço ou porte da carroceria?
Só que a volumetria da caçamba pode ser um ponto de decisão na hora de levar para casa uma caminhonete: na Montana RS são 874 litros e 600 kg de carga, trazendo capota marítima, além da possibilidade de instalação das divisórias Multi-Board, com seis configurações, para beneficiar a organização de objetos. Apesar de mais cara, na Toro Ultra o compartimento é de 937 litros e 670 kg.


Paralelamente a isso, quem viaja na Chevrolet Montana RS encontra uma cabine relativamente espaçosa, seja na primeira ou na segunda fileira de bancos. Uma das evoluções do habitáculo está no quadro de instrumentos agora digital de oito polegadas, substituindo o anterior com velocímetro e conta-giros analógicos. Um salto em tecnologia.
Ele está integrado ao multimídia MyLink de 11 polegadas, que tem WI-FI nativo, oferecendo boa resolução e conectividade Android Auto/Apple CarPlay sem fio, enquanto os plásticos empregados no acabamento são de qualidade e texturizados. Além disso, o painel do lado do carona é revestido, com costuras aparentes e detalhe em vermelho. Uma novidade está no sistema OnStar com o novo recurso de acompanhamento seguro.

Equipamentos da Chevrolet Montana RS
A Chevrolet Montana RS traz um acabamento exclusivo, com costuras vermelhas aplicadas nas laterais das portas, no volante multifuncional de base achatada e nos bancos. Estes acomodam bem o corpo, especialmente na região das costas e lombar, e combinam revestimentos em couro e tecido, além de exibirem uma pequena e simpática etiqueta com a bandeira RS na porção frontal da cabine.
No banco traseiro, há espaço suficiente para as pernas e os joelhos, embora passageiros mais altos possam não encontrar uma posição mais confortável. Ainda assim, a ergonomia agrada, com comandos bem posicionados, como os dos vidros elétricos, dos espelhos retrovisores e o ar-condicionado automático, que possuem um acionamento e operação leve.



Assim como na versão Premier Turbo, a Chevrolet Montana RS oferece carregador de smartphone por indução, mas não conta com assistentes avançados de condução. Em compensação, para cuidar dos até cinco passageiros inclui seis airbags (frontais, laterais e de cortina), controles de tração e estabilidade, controlador de velocidade convencional e alerta de ponto cego.
Mesmo sem piloto automático adaptativo ou assistente de permanência em faixa, a caminhonete intermediária da Chevrolet recebeu um fôlego extra no motor 1.2 turbo de três cilindros. Uma evolução e algo perceptível ao pressionar o pedal do acelerador, o que deixou o utilitário mais aceso e melhor de dirigir. Apesar da nomenclatura RS (de Rally Sport) resgatar o passado da marca, ela faz uma alusão ao visual apimentado.

Agora tem injeção direta de combustível
A adoção do sistema de injeção direta, combinada à atualização de software para atender ao Proconve PL8, elevou a potência do motor 1.2 turbo de 133 cv para 141 cv, enquanto o torque passou de 21,4 kgfm para 22,9 kgfm. Os números valem para a configuração com transmissão automática e foram obtidos com etanol, segundo a marca.
Na prática, o utilitário intermediário da Chevrolet ficou mais disposto desde baixas rotações, entregando acelerações mais rápidas e retomadas mais eficientes. A transmissão automática de seis marchas contribui para essa sensação, realizando boas trocas ou reduções, além de permitir trocas sequenciais pela tecla lateral na alavanca seletora de marchas.


Esse ganho de força tornou a Chevrolet Montana melhor em subidas mais íngremes e oferece maior segurança em ultrapassagens. Não que antes ela tivesse desempenho ruim, mas o fôlego adicional torna a condução mais agradável, apesar do presente turbolag (atraso antes do turbocompressor atuar para valer) ser superado rapidamente.
A caminhonete Chevrolet Montana ainda registrou novos números de desempenho. Faz de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos (antes eram 10,1 s) e alcança 180 km/h de velocidade máxima. Já as rodas são de 17 polegadas com pneus de medidas 215/55 e a direção assistida eletricamente.

Visitas aos postos de combustíveis
Segundo os dados do fabricante, o consumo urbano da Chevrolet Montana RS com gasolina passou de 10,4 km/l para 11,2 km/l, enquanto o rendimento rodoviário foi de 13,2 km/l para 14,1 km/l. Já com etanol, as médias foram de 7,2 km/l para 7,7 km/l na cidade e de 9,2 km/l para 10 km/l na estrada.
Paralelamente à eficiência energética, a caminhonete intermediária da Chevrolet se destaca pelo conforto ao rodar. A suspensão adota o conjunto McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, oferecendo boa absorção das irregularidades. Lombadas e valetas são superadas sem dificuldade graças ao ângulo de ataque de 20,7° e à altura livre de 192 mm, evitando raspadas indesejadas mesmo em buracos mais profundos.


A calibração da suspensão favorece também a estabilidade. Afinal, transmite pouca rolagem de carroceria em curvas, sem movimentos de caída de roda ou batidas secas de final de curso. Já os freios empregam discos ventilados na dianteira e tambores na traseira. Um conjunto adequado para a proposta e para o desempenho do utilitário. Além disso, o pedal oferece atuação leve e progressiva. Só faltaram os assistentes à condução.
Aliás, esse recurso deixaria o conjunto mais completo para enfrentar a concorrência, especialmente a rival da Fiat e também a Renault Oroch. Mesmo assim, é uma opção para quem busca uma caminhonete prática no uso cotidiano em relação a um modelo médio, como a Chevrolet S10.

Veredicto
A Chevrolet pode até não alcançar os mesmos volumes de vendas da Fiat Toro. Aliás, foram 4.268 unidades da Montana contra 1.375 da concorrente em novembro de 2025, segundo dados da Fenabrave. Só que isso não reduz o mérito do projeto. A terceira geração da caminhonete é muito mais bem resolvido, tecnicamente superior e claramente distante da proposta que marcou a geração antecessora.
Além disso, a caçamba entrega 874 litros de volumetria e capacidade para transportar até 600 kg, ampliando significativamente a versatilidade do utilitário em relação a um SUV como o Chevrolet Tracker, sobretudo quando o uso envolve levar objetos volumosos ou carga.


R$ 177.990
4,71 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,65 m de altura e 2,80 m de entre-eixos
874 litros e 600 kg de carga
141 cv e 22,9 kgfm com etanol
E você, o que acha da Chevrolet Montana? Caso seja dono ou ex-proprietário de alguma geração da caminhonete, compartilhe sua experiência nos comentários!



