Para muita gente, um esportivo é feito de doses cavalares de potência e acabou. Mas um esportivo de verdade é aquele tipo de carro que te diverte ao volante e sabe fazer curvas como ninguém. Nesta receita temos ícones como Mini Cooper JVW e Mazda Miata, que não são potentes, mas são divertidos. E agora o VW Nivus GTS.
A receita feita pela Volkswagen no Nivus GTS é manjada: motor 1.4 TSI quatro cilindros turbo flex, plataforma MQB-A0, suspensão preparada e faixas vermelhas. Já vimos isso em Polo GTS, Virtus GTS e no T-Cross Highline, mas esse com um pouco menos de pimenta. Só que o Nivus nasceu para ter essa versão.
De todos os modelos com plataforma MQB-A0, sempre reforcei que o Nivus é o que tem a melhor dirigibilidade. Ele é mais refinado ao volante do que o Polo, não tem a traseira longa do Virtus, não é tão simples quanto o Tera e não é um SUV de família como o T-Cross. Aliás, é o carro nacional da VW que mais se aproxima do Golf.

Arroz com feijão apimentado
Para compor a fórmula GTS, a Volkswagen finalmente combinou o Nivus com o elogiado motor 1.4 TSI quatro cilindros turbo. São 150 cv e 25,5 kgfm de torque gerenciados por uma transmissão automática de seis marchas. Não há nada de novo por aqui, visto que até o Golf e o Tiguan já usaram esse motor.
A diferença está no acerto dinâmico que a marca fez. O acelerador tem delay? Claro que sim, mas bem menos do que o típico de outros modelos da marca. Além disso, o ronco do motor invade a cabine sem pedir licença, de maneira mais rouca e instigante. Dá vontade de acelerar o Nivus GTS o tempo todo.

Só, por favor, não coloque no modo Sport. Nesse momento, ele ativa a simulação do ronco do motor e torna a experiencia frustrante. É um barulho feio, nitidamente artificial e mal modulado. O certo é colocar o câmbio em S e rodar com o SUV no modo normal. Siga meu conselho.
O mais interessante é que, mesmo com esse comportamento apimentado, o Volkswagen Nivus GTS consegue ser econômico. Oficialmente a VW declara 8,1 km/l na cidade com etanol e 11,6 km/l na gasolina. Já o consumo rodoviário é de 9,9 km/l no etanol e 14,2 km/l na gasolina.

A realidade, contudo, é bem diferente. Mesmo com o pé pesado em diversas situações, rodando 1.000 km com o Nivus GTS em uma semana, ele conseguiu fazer 16,4 km/l na estrada com gasolina. No etanol, ficou em 12,1 km/l no mesmo regime. Na cidade, é um pouco pior, com 7,3 km/l de média no etanol e 8,9 km/l na gasolina.
Aponta e vai!
Se os 8,4 segundos de 0 a 100 km/h não te empolgam tanto, coloque o Volkswagen Nivus GTS para fazer curvas com o pé em baixo. Que carro delicioso! Bem construído e sólido, ele gruda no asfalto e aponta para as curvas com muita facilidade. A traseira assenta fácil em uma tocada mais forte quando o acelerador é chamado.

Some isso à direção bem direta e pesadinha e terá noção do potencial que esse carro tem de lidar com mais potência do que os 150 cv oferecer. Pedir um Nivus GTI com motor 2.0 turbo seria demais, Volkswagen? É mais chão do que potência e uma dirigibilidade que deixa, com facilidade, o Fiat Fastback Abarth para trás na curva.
A supensão é durinha, como esperado em um Volkswagen, mas um pouco além do padrão. Não vai te castigar em uma rua ruim, mas vai reclamar ao cair em buracos fundos, especialmente se tiver com as rodas de liga-leve de 19 polegadas opcionais (praticamente obrigatórias, diga-se de passagem).

O câmbio responde melhor que o esperado nos últimos Volkswagen. Ele reduz marcha rápido e responde a contento ao pressionar mais fundo o acelerador. Na estrada, fica indeciso entre quinta e sexta em alguns momentos, mas mantém a rotação do motor baixa aos 120 km/h (perto de 2.300 giros).
Mas e o tempero?
A Volkswagen mexeu na dinâmica, melhorou o Nivus em diversos pontos, mas esqueceu do visual. A dianteira recebeu um friso vermelho, a trama da grade frontal é diferente, não há rack de teto, retrovisores e teto são pintados em preto e…só. Na Europa, o Taigo R-Line tem para-choques exclusivos, que o GTS merecia ter.

Por dentro, a indumentária esportiva é mais marcante. Ele tem bancos esportivos revestidos em couro artificial de qualidade abaixo do esperado por um carro de R$ 174.990. Ele tem elementos em preto, cinza claro e vermelho. Há também costuras vermelhas no volante, painel (na faixa de couro que recobre o plástico duro).
Herança da reestilização, o Nivus GTS tem tecido nas portas e uma faixa de couro bem macia para apoiar o cotovelo. Pena que o couro do volante é áspero, não sendo o mesmo usado pela versão Outfit, que é bem melhor. Os plásticos da cabine são bem aquém do Fastback Abarth.

Dominação alemã
Mas se há algo que a Volkswagen brilha muito é em ergonomia. O banco do motorista e o volante tem muitas opções de ajustes e veste o piloto como um esportivo. Além disso, todos os comandos estão à mão com facilidade. Não há botões touch no volante, como no Taos.
Contudo, o ar-condicionado digital de uma zona tem comandos sensíveis ao toque, não sendo tão usual. Painel de instrumentos totalmente digital é o Active Info Display, mas com elementos em vermelho e letras diferentes, dando um ar mais esportivo e intrigante. É uma referência na categoria.


Além disso, a central multimídia VW Play Connect tem tela de excelente qualidade, é fácil de mexer e teve vários de seus bugs já resolvidos. Conta com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, além de aplicativos próprios instalados e conexão com a internet.
Espaço limitado
Sendo derivado diretamente do Volkswagen Polo, o interior do Nivus GTS é apertado. O SUV cupê não leva passageiros traseiros com conforto, pedindo que os que se sentam à frente abram mão do conforto para que alguém se sente por lá. Não há revestimento de tecido nas portas e ninguém tem direito a alça pqp.
Pelo menos os passageiros traseiros contam com saída de ar e duas saídas USB para carregamento do celular. O porta-malas leva 415 litros, é bem fundo e a boca é larga. Contudo, perde feio para o Fiat Fastback com seu latifúndio de 516 litros de capacidade.



Topo de linha é assim
Sendo a versão mais cara do Volkswagen Nivus, o GTS vem bem equipado. De série, conta com controle de tração e estabilidade, frenagem autônoma de emergência, seis airbags, alerta de tráfego cruzado, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, farol full-LED com acendimento automático e assistente de luz alta.
Há ainda piloto automático adaptativo, sistema de manutenção em faixa, alerta de ponto cego, frenagem autônoma em manobras, vidros elétricos nas quatro portas, painel digital, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, carregador de celular por indução, câmera de ré e chave presencial.
![Volkswagen Nivus GTS [Auto+ / João Brigato]](https://uploads.automaistv.com.br/2025/06/volkswagen-nivus-gts-25.webp)
A roda de liga-leve de 18 polegadas é um opcional de R$ 2.050 e deve ser obrigatório se você pensa em um Nivus GTS. Isso por dois motivos: ele fica feio sem essa roda, pois usa a de 17 polegadas do Outfit. Além disso, é o tipo de item opcional que, se ausente, desvalorizará muito o carro. Tal qual um T-Cross Highline sem teto solar.
Veredicto
Como carro para se fazer sorrir ao volante em curvas fortes, o Volkswagen Nivus GTS é muito mais divertido do que o Fiat Fastback Abarth. Mas perde para o rival em performance do motor, acabamento e espaço. A vantagem dele, contudo, é entregar quantidades enormes de endorfina o tempo todo e uma sensação de que ele não sabe andar devagar.

É o esportivo que sempre quisemos e o modelo que mais honra a sigla GTS. Além disso, é uma bela tela em branco para uma personalização mais pesada. Afinal, com uma receita de padaria, é possível tirar muito mais potência e torque nesse 1.4 TSI e chegar perto de um Golf GTI.
Você teria um Volkswagen Nivus GTS? Conte nos comentários.



Esse carro não tem nenhuma condição de competir com um Pulse Abarth 2026.
Vou no inverso, nada pessoal:
Fiat abarth, não tem nenhuma condição de competir com um Nivus GTS 2026.
Concordo! Pelo menos eu prefiro muito mais o prazer e o divertimento em dirigir do que simplesmente velocidade máxima
Fiat Abarth e NiVUS Nem um dos 2 carros é bem esportivo assim como fala a reportagem são carros de sensação ou só lembra um esportivo mais na verdade não são esportivo tá mais pra esportivo pra quem não pode compra um esportivo de verdade aí toma café com leite 😂😂😂😂
Primeiramente o pulse e fastback utilizam a plataforma do Fiat Argo e o Nivus GTS a MQB A0, a mesma do polo, que é muito melhor. 6 airbag no Nivus contra 4 nos concorrentes. Freio a disco nas 4 rodas e nos concorrentes só na dianteira. Dirigibilidade do Nivus muito melhor, exatamente por ser um projeto mais acertado, com mais qualidade. Se compra carro pela emoção seu carro é o fastback, agora se entende de carro é o Nivus.
Na minha opinião, gostei do teste drive no Abarth . Mas a Volkswagen me convenceu na segurança do pós venda. Tive um Renegade Limited diesel, excelente carro, mas o Grupo SOMA, só me deu dor de cabeça, ao ponto de praticamente triplicar o valor das peças da revisão de 60.000km. Depois comprei as peças no próprio balcão da loja e criaram um enorme transtorno para justificar o superfaturamento!!!
Peguei um Highline zero, é muito prazeroso de dirigir, espero logo poder pegar o GTS.