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Qual foi a pior?

5 das maiores polêmicas recentes do setor automotivo

De trabalho análogo à escravidão até fraudes em emissões, montadoras geraram crises que abalaram sua imagem global

5 min de leitura

O setor automotivo não é feito apenas de lançamentos e recordes de vendas. Nos últimos anos, algumas das maiores montadoras do mundo se viram envolvidas em polêmicas que vão de acusações trabalhistas no Brasil até fraudes em testes de emissões e decisões de marketing que desagradaram consumidores. O Auto+ reuniu cinco dos casos mais marcantes.

BYD e os problemas trabalhistas na Bahia

Imagem mostra chineses fazendo suas refeições em refeitório da BYD
Refeitório da BYD em Camaçari – Bahia [divulgação]

A BYD foi alvo de uma das maiores denúncias trabalhistas do setor automotivo no Brasil. Em 2024, investigações revelaram que 220 trabalhadores chineses contratados para a construção da fábrica de Camaçari (BA) viviam em condições degradantes, com passaportes retidos, jornadas exaustivas e alojamentos superlotados vigiados por seguranças armados.

O Ministério Público do Trabalho então resgatou 163 desses operários e suspendeu parte das obras. O governo chegou a suspender a emissão de vistos temporários para a montadora. 

Fábrica da BYD em Camaçari (BA)
Fábrica da BYD em Camaçari (BA)

Em 2025, a BYD foi formalmente acusada de trabalho escravo, tráfico internacional de pessoas e fraudes trabalhistas e fiscais. A ação civil pública pede mais de R$ 257 milhões em indenizações.

A empresa então rompeu o contrato com a empreiteira responsável, nega conivência e afirma colaborar com as autoridades. Mas mesmo assim, o caso manchou bastante a imagem da montadora chinesa no Brasil.

Volkswagen e o Dieselgate

piores gerações de carros de sucesso
VW Golf mk6 [divulgação]

Nenhum escândalo recente teve tanta repercussão global quanto o Dieselgate. Em 2015, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA descobriu que a Volkswagen usava um software para fraudar testes de emissões em motores a diesel. 

O sistema detectava quando o carro estava em avaliação e reduzia os poluentes, mas em uso real, as emissões podiam ser até 40 vezes maiores que o permitido.

O caso afetou 11 milhões de veículos no mundo, como modelos da Audi, Porsche, Seat e Skoda. O ex-CEO Martin Winterkorn renunciou poucos dias depois e foi acusado de acobertar a fraude. A Volkswagen já desembolsou mais de 31 bilhões de euros (R$ 193 bilhões) em multas e indenizações, além de recalls massivos.

Toyota e a fraude da Daihatsu

Toyota Yaris [Latin NCAP]
Toyota Yaris [Latin NCAP]

Em 2023, a Toyota teve uma crise de credibilidade quando sua subsidiária Daihatsu admitiu manipulação em testes de segurança e emissões. Foram identificadas fraudes em 64 modelos, sendo 44 ainda em produção. Entre elas, o uso de temporizadores falsos para disparar airbags em testes de impacto lateral e relatórios adulterados.

Modelos como o Toyota Yaris sedã da Ásia, sem relação com o nosso, e Yaris Cross e Raize tiveram a produção suspensa — e graças a isso faz o Yaris Cross atrasar até hoje. 

Emblema escirto Yaris Cross em um Toyota branco
Toyota Yaris Cross [Divulgação/Toyota]

A fraude teria ocorrido por décadas, dizem desde 1989, e afetou também marcas como Mazda, Subaru e Perodua. O Ministério dos Transportes do Japão abriu investigações, enquanto a Toyota prometeu reestruturar a Daihatsu para recuperar a confiança.

Híbridos que não são híbridos

Peugeot 2008 Hybrid branco de frente estático no gramado
Peugeot 2008 Hybrid [Auto+/Luiz Forelli]

No Brasil, outra polêmica ganhou força nos últimos anos é a forma como algumas montadoras anunciam carros como híbridos quando, na verdade, são modelos semi-híbridos (MHEV).

Ao contrário dos híbridos plenos (HEV), que podem rodar apenas com o motor elétrico em determinadas situações, os semi-híbridos usam baterias  bem pequenas e apenas dão assistência em partidas e acelerações. Isso significa que não reduzem quase nada o consumo nem as emissões.

Fiat Fastback Impetus T200 Hybrid Flex [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

Mesmo assim, algumas marcas usam a nomenclatura híbrido em estratégias de marketing, o que gera confusão no consumidor e críticas sobre transparência. 

Jaguar e a crise do rebranding

Nova fonte da Jaguar com fundo colorido
Nova identidade visual da Jaguar [divulgação]

Em 2024, a Jaguar tentou se posicionar como marca de luxo moderno ao lançar um novo logotipo minimalista e a campanha Copy Nothing, que não mostrava nenhum carro e focava em valores abstratos como inovação e exclusividade. A mudança incluiu a retirada do felino saltando, símbolo histórico da marca, substituído por uma letra estilizada.

A reação foi totalmente negativa. Consumidores, especialistas e até figuras públicas criticaram a decisão, acusando a Jaguar de abandonar suas raízes de sofisticação britânica. Nas redes sociais, o novo visual foi alvo de piadas.

Novo logotipo da Jaguar com fundo rosa e letras brancas
Novo logotipo da Jaguar [divulgação]

A polêmica levou a Jaguar a rever sua estratégia e até trocar a agência responsável pelo rebranding, a Accenture Song. Com vendas em queda e poucos modelos no portfólio, a marca agora está no dilema de como se modernizar sem perder a identidade que a tornou famosa.

E você, qual dessas polêmicas acha que mais abalou a confiança do consumidor? Compartilhe sua opinião nos comentários!


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Luiz Forelli

Estudante de jornalismo, sempre foi fascinado por carros desde pequeno. Passava horas dirigindo no colo da família dentro da garagem ou empurrando carrinhos pela casa, como se já soubesse que seu caminho estaria entre motores e rodas. Hoje, realiza o sonho de infância escrevendo sobre o universo automotivo com a mesma empolgação de quem brincava com um volante imaginário. No lugar do sangue, corre gasolina, e isso nunca foi segredo.

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