O novo Nissan Kicks foi lançado no Brasil na última quarta-feira (18) com mudanças importantes em tamanho, equipamentos e proposta. A nova geração deixou de ser um SUV compacto e agora disputa espaço entre os SUVs médios. Só que junto com as melhorias, veio também um preço mais salgado. A versão topo de linha, Platinum, custa R$ 199.000. E isso chamou atenção por um detalhe curioso — ele é equipado com motor 1.0 turbo.
Com isso, o Kicks se tornou o carro com motor 1.0 mais caro à venda no Brasil. Todas as versões trazem o mesmo conjunto motriz, o 1.0 turbo flex desenvolvido pela Horse, usado também no Renault Kardian. A configuração entrega 120/125 cv e 20,4/22,4 kgfm de torque (gasolina/etanol), sempre com câmbio automático CVT de seis marchas.
Por que tanto preconceito com o motor 1.0?
Muitas pessoas ainda associam motores 1.0 a desempenho fraco, como nos populares da década passada. Mas hoje, com o uso do turbo e tecnologias como injeção direta, esses propulsores entregam performance parecida com a de um 2.0 aspirado e com consumo bem menor.
O turbo aumenta a pressão de ar nos cilindros e gera mais potência e torque mesmo em baixa rotação. Por isso, os 1.0 turbo atuais são capazes de levar SUVs com agilidade, e continuando com o bom consumo urbano e rodoviário. Além disso, eles ajudam as montadoras a atenderem normas de emissões e a reduzirem impostos, como o IPI. Vamos conhecer a seguir os cinco carros com motor 1.0 turbo mais caros do Brasil.
5º Fiat Fastback Impetus T200 Hybrid – R$ 165.990

O Fastback é o SUV cupê da Fiat e traz o motor 1.0 turbo flex com 125/130 cv e 20,4 kgfm de torque. O câmbio é automático CVT que simula sete marchas.
Apesar do nome Hybrid, ele traz apenas um sistema mild-hybrid de 12 V, que não move o carro sozinho. Ele só ajuda na partida e em retomadas, reduzindo o consumo. Esse sistema substitui o alternador e o motor de arranque, com uma pequena bateria de 12 volts instalada sob o banco do motorista.
4º Chevrolet Tracker LTZ – R$ 169.490

O Chevrolet Tracker na versão LTZ é a topo de linha com motor 1.0 turbo flex de 117/121 cv e 18,3/18,9 kgfm de torque atrelado ao câmbio automático de seis marchas. As opções acima (Premier e RS) utilizam o 1.2 turbo.
Vale lembrar que o Tracker irá receber em breve um facelift de meia-vida que irá atualizar o interior e o visual, principalmente na dianteira.
3º Volkswagen T‑Cross Comfortline – R$ 170.490

O Volkswagen T-Cross é o SUV mais vendido do Brasil e equipado com motor 1.0 TSI (turbo flex) de 116/128 cv e 20,4 kgfm de torque com câmbio automático de seis marchas em quase todas as versões, exceto a topo de linha Highline, que utiliza o 1.4 TSI. No caso da opção mais completa com propulsor 1.0, é a Comfortline.
2º Hyundai Creta N‑Line – R$ 188.720

Antes da chegada do novo Kicks, o Hyundai Creta N‑Line era o carro 1.0 mais caro do Brasil. O motor 1.0 turbo flex entrega 120 cv e 17,5 kgfm de torque, com câmbio automático de seis marchas.
O motor é o mesmo de todas versões, mas a variante N-Line traz visual mais esportivo, como grades exclusiva e escurecida, rodas escurecidas, saídas falsas de escape e acabamento interno com costuras em vermelho.
1º Nissan Kicks Platinum – R$ 199.990

O novo Kicks agora lidera o ranking dos 1.0 mais caros do país. O motor 1.0 turbo flex, o mesmo do Renault Kardian, oferece 120/125 cv e torque de 20,4/22,4 kgfm com câmbio CVT que simula sete marchas. Ele ganhou porte de SUV médio com 4,36 m de comprimento e 2,65 m de entre-eixos, mais espaço no bagageiro com 445 litros e uma boa lista de itens.
Ainda assim, o preço da nova geração do Kicks, fabricado em Resende (RJ), teve polêmica nas redes. Isso se deu principalmente por conta do motor 1.0 turbo, que ainda enfrenta preconceito de quem não entendeu que essa motorização evoluiu e muito.

Hoje, o motor 1.0 turbo traz injeção direta, turbocompressor, bloco compacto e leve, menor atrito entre componentes e desempenho superior a muitos motores 1.8 ou até 2.0 aspirados da década passada. E tudo isso com mais eficiência energética e menor emissão de poluentes.
Mas por que os carros 1.0 turbo estão tão caros?
Tem vários motivos. Primeiro, algo em comum na lista além do propulsor é que todos os carros são SUVs, segmento que virou queridinho do brasileiro. E se tem demanda, o preço sobe. Segundo, os carros no Brasil como um todo já estão caros. Seja pelo câmbio, impostos, logística, ou simplesmente pela estratégia das montadoras de manter versões de entrada mais acessíveis e empurrar versões mais completas para cima.

O Fastback, por exemplo, parte de R$ 119.990, mas a versão da lista é mais completa com motor 1.0. O mesmo vale para T-Cross, Tracker e Creta. Ou seja, o motor 1.0 turbo não é o problema, o preço alto vem da combinação entre o tipo de carro, a versão escolhida e os equipamentos embarcados. E no caso do novo Kicks, o motor pode até não ser o mais potente da lista, mas entrega um pacote de equipamentos de SUV médio topo de linha.

O modelo oferece piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência, alerta de ponto cego, detector de fadiga, assistente de permanência e centralização em faixa, câmera 360º, sensores dianteiros e traseiros, painel digital de 12,3 polegadas, multimídia de 12,3”, ar-condicionado digital, teto solar panorâmico elétrico, chave presencial, sistema auto hold, freio de estacionamento eletrônico e muito mais. É coisa que até pouco tempo só se via em carro de 300 mil reais.
Então, quando alguém comenta “eu vivi pra ver um carro 1.0 custar 200 mil”, é bom lembrar que esse 1.0 não tem nada a ver com aquele aspirado, de três cilindros, que gemia pra subir a ladeira da rua. Hoje, o motor 1.0 turbo virou solução tecnológica para entregar desempenho, economia, eficiência e baixas emissões — e isso tudo custa caro.

Os carros encareceram? Muito. O novo Kicks está caro? Sim. Mas não é pelo motor. É pela soma de tudo que o consumidor está levando.
Você compraria a nova geração do Nissan Kicks por R$ 199.000 ou escolheria outro SUV? Deixe sua opinião nos comentários!




Preço de lançamento. Isso é normal, logo cai.
Mas fui ver o Kicks e ele dá de 10 a zero nestes concorrentes, ficou bonito, muito bem acabado, espaçoso e é bem esperto pra andar.
Se leva mais de 12 segundos de 0 a 100 km/h. Não deve ser tão esperto assim….
Não sei de onde tiraram a informação que o novo Kicks tem câmbio CVT.. ele usa automatizado de dupla embreagem, como o Kardian.