Carros com maçanetas retráteis já fazem parte da realidade do Brasil, em modelos como BYD Seal, Chery Tiggo 9, Jaecoo 7 e GAC GS4. Essa solução deixa o carro com um ar mais futurista e melhora o desenho aerodinâmico, porém pode estar com os dias contados na China.
O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT) abriu consulta pública para criar uma regulamentação que pode restringir ou até proibir esse tipo de dispositivo a partir de 2027. O órgão chinês divulgou um rascunho das novas regras batizado de Requisitos Técnicos de Segurança para Maçanetas de Automóveis, que ficará aberto a comentários até novembro de 2025.
A proposta obriga que todas as portas de carros tenham obrigatoriamente liberação mecânica, funcionando mesmo em caso de falha elétrica ou acidente, que é justamente o ponto chave e preocupação com esse tipo de tecnologia.
O que são maçanetas retráteis

As maçanetas retráteis são aquelas que ficam embutidas na carroceria e só aparecem quando acionadas eletronicamente. O sistema normalmente funciona com pequenos motores que empurram a peça para fora ao detectar a chave por proximidade ou ao apertar um botão, retraindo novamente quando o carro está trancado.
Além de deixarem o visual mais limpo, elas melhoram a aerodinâmica, algo valorizado em carros elétricos. Na prática, porém, os ganhos são pequenos. A redução do arrasto é mínima e muitas vezes o peso extra do mecanismo anula qualquer vantagem.

E o maior problema está na segurança. Em acidentes, falhas elétricas ou até em climas extremos de frio e chuva forte, as maçanetas podem simplesmente deixar de funcionar, impedindo a abertura das portas.
Por que a China quer proibir
E justamente nos testes de colisão realizados pelo MIIT, a taxa de abertura de portas com maçanetas eletrônicas foi menor do que a dos sistemas tradicionais.

Também foram registrados casos de curto-circuito e congelamento do mecanismo. Para os reguladores, isso pode por vidas em risco tanto para os ocupantes, que ficam presos, quanto para socorristas, que perdem tempo tentando acessar o interior do veículo.
As novas regras chinesas exigem que carros equipados com maçanetas retráteis ofereçam mecanismo manual de emergência, sempre visível e de fácil acesso. A ideia é criar um padrão global, já que muitos carros vendidos na China também são exportados.
Discussão mundial

O debate sobre a segurança das maçanetas retráteis não é exclusivo da China. Nos Estados Unidos, a NHTSA também investiga o tema após acidentes fatais envolvendo Teslas, onde passageiros ficaram presos porque as portas não abriram após falha elétrica.
Até o CEO da Volkswagen, Thomas Schäfer, criticou recentemente o sistema, chamando-o de “terrível de usar” e confirmando que novos modelos da marca usarão maçanetas convencionais.

E o ponto que pode afetar o mundo todo é a decisão chinesa, tendo efeito dominó. Se a regulamentação avançar, montadoras globais podem ser forçadas a repensar o design de seus carros e abandonar essa solução.
Acha que as maçanetas retráteis são inovação necessária ou só mais uma moda de design que não se sustenta na prática? Deixe seu comentário!



