A União Europeia segue firme e forte em sua decisão de eliminar os motores a combustão a partir de 2035. A decisão visa cuidar do meio ambiente e apostar mais fichas nos carros elétricos. Por outro lado, as montadoras estão bastante receosas com o futuro e a Mercedes-Benz resolveu intervir na polêmica. O chefão da marca alemã contou que os governantes europeus precisam de um choque de realidade para evitar entrar em colapso.
Recentemente, Ola Källenius, alto executivo da fabricante dona do SUV GLA e presidente da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), foi entrevistado pela mídia Handelsblatt. Ele contou que a União Europeia precisa entender como é a realidade hoje para não se precipitar e ter grandes problemas no futuro caso siga firme em sua decisão de proibir a venda de carros a combustão na região a partir de 2035.
Ele fez uma carta e a divulgou em redes sociais, pedindo que a Comissão Europeia revisse ou até cancelasse a proibição o mais rápido possível. Em sua visão, Ola contou que o mundo mudou drasticamente desde que a ideia da proibição dos motores a combustão foi anunciada. Mathias Zink, presidente da Associação Europeia de Fornecedores Automotivos (CLEPA) apoiou o relatório do chefão da Mercedes-Benz.
Cenas dos próximos capítulos
Os dois pontuaram que chegar em 0 g/km de gases poluentes em apenas nove anos não é mais viável. Diversas montadoras aliadas da Associação Europeia também acreditam que eliminar de forma contundente os motores a combustão já em 2035 é uma atitude prematura. Mesmo assim, elas seguem com planos de terem neutralidade em carbono até 2050.
Källenius afirmou que a União Europeia ainda tem uma última chance de revisar sua proibição, já que um diálogo estratégico está marcado para o próximo dia 12 de setembro. No evento, essa proibição e outros temas sobre o futuro da região serão debatidos. Vale lembrar que a UE já voltou atrás em relação às emissões de CO2 dos motores a combustão este ano.
Os engenheiros envolvidos no projeto revelaram que as metas de CO2 não precisam ser rigorosamente atendidas até o fim deste ano. Além disso, as fabricantes podem também calcular a média de emissões entre 2025 e 2027 ao invés de atingir o limite anual. Mas, as metas entre 2025 e 2029 já são menores do que as impostas entre 2021 e 2024 e ela será bem diferente daquelas a serem impostas entre 2030 e 2034.
No entanto, a União Europeia ainda não revelou se vai atender ou não ao pedido do executivo da Mercedes-Benz. Até o momento, a proibição dos propulsores a combustão em meados de 2035 segue em análise. Se essa decisão for realmente decretada, não apenas o mercado europeu sofrerá uma mudança drástica, como todo o setor automotivo, pois haverá impacto global.
Tem marca que apoia o fim próximo
Isso acontecerá já que as marcas serão obrigadas a repensarem todas suas estratégias e reformular seus planos. Ainda nesse sentido, a infraestrutura para carros elétricos deverá ser melhorada ao longo dos próximos anos. Desse modo, a aceitação desses modelos pode subir acentuadamente. A Kia é uma empresa que apoia a decisão da União Europeia.
Ela se mostra contrária a Mercedes-Benz em alguns pontos. Marc Hedrich, alto executivo da marca sul-coreana para a Europa, bateu um papo com o Automotive News e deu seu ponto de vista. De acordo com sua equipe, a fabricante dona do Soul terá uma avalanche de novos carros elétricos e que se a proibição dos motores a combustão cair por terra, sua lucratividade vai diminuir consideravelmente.
Você acha que a Mercedes-Benz fez certo em não querer o fim dos motores a combustão? Acha que a União Europeia precisa acabar logo com estes propulsores? Conte nos comentários
