Governo prepara deixar carros populares mais baratos com corte e imposto

Os veículos devem atender aos critérios como eficiência energética, uso de materiais recicláveis e baixa emissão de poluentes. A proposta faz parte do Mover, um programa de incentivo industrial, voltado à transição ecológica e tecnológica da indústria automotiva.

Antes de tudo, vale explicar o que é o IPI. Trata-se de um imposto federal cobrado sobre produtos industrializados, como eletrodomésticos, móveis e veículos. Quanto maior a potência ou o nível de emissão de poluentes de um carro, por exemplo, maior é a alíquota de IPI. 

Segundo a apuração do jornal Valor Econômico, a ideia do governo agora é aliviar esse imposto para modelos mais econômicos, sustentáveis e produzidos em território nacional, o que deve trazer algum alívio no preço final ao consumidor. Segundo a publicação, o programa será anunciado na próxima semana, entre os dias 30 de junho e 4 de julho.

O programa Carro Sustentável vai funcionar dentro do guarda-chuva do Mover, que foi criado para incentivar o desenvolvimento de tecnologias mais limpas, segurança veicular e industrialização de novas soluções sustentáveis no setor automotivo. Nesse contexto, o governo quer usar o IPI como instrumento para favorecer modelos menos poluentes e com menor impacto ambiental.

Carros populares mais baratos, só aspirado

Para isso, o carro precisa cumprir algumas exigências, como ter motor 1.0 flex, potência de até 90 cv, ser fabricado no Brasil e apresentar bom desempenho em termos de eficiência energética. Ou seja, modelos com motor 1.0 turbo, como o Polo TSI, HB20 turbo ou Onix turbo, por exemplo, ficam de fora. 

Entre os carros que podem se beneficiar da redução do IPI estão o Renault Kwid, Fiat Mobi, Chevrolet Onix 1.0 aspirado, Hyundai HB20 1.0 aspirado, Fiat Argo 1.0, Cronos 1.0, Peugeot 208 Like, Citroën C3 Live, Volkswagen Polo Track. São modelos com baixa potência e que atendem aos critérios técnicos definidos pelo governo.

A ideia é que essa isenção de IPI dure até o final de 2026. A medida também deve valer para frotistas e locadoras, mas ainda não está claro se o desconto chegará diretamente ao bolso do consumidor nas concessionárias ou se será absorvido pelas montadoras e lojistas.

Por mais que seja um bom incentivo e bem-vindo para um segmento que perdeu muito espaço nos últimos anos, há dúvidas sobre a eficácia da proposta. Isso porque os preços dos carros populares subiram tanto nos últimos anos que mesmo com um possível desconto de R$ 3 mil a R$ 6 mil no IPI, eles ainda podem seguir caros demais para boa parte dos brasileiros, que têm uma renda média de R$ 3.270, segundo o IBGE.

Você acha que essa medida vai ajudar a baratear os carros no Brasil ou já é tarde demais para o carro popular? Deixe sua opinião nos comentários!