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BYD pede redução de impostos para fabricar carros no Brasil, mas Anfavea não gosta da ideia

Com a reforma da ex-fábrica da Ford em Camaçari, Bahia, para fabricar carros elétricos e híbridos da BYD, marca pede redução de impostos

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Enquanto o mundo se movimenta e se reorganiza por conta do tarifaço de Donald Trump, a BYD no Brasil pediu ao Governo Federal que reveja os impostos a serem cobrados futuramente. Com o plano de fabricar carros híbridos e elétricos no Brasil, a marca chinesa quer começar com a montagem antes da fabricação de fato.

Segundo reportagem da revista Quatro Rodas, a BYD solicitou ao Governo Federal uma revisão dos impostos que serão cobrados no Brasil para carros montados no Brasil. A ideia inicial da marca chinesa é que alguns de seus produtos venham em regime SKD e CKD – ou seja, totalmente ou parcialmente desmontados para montagem final no Brasil. 

Esse tipo de regime não torna o carro fabricado nacionalmente, pois ele necessita de um índice de nacionalização de pelo menos 55% dos conteúdos. Ou seja, mais da metade dos componentes de um carro precisam ser fabricados no Brasil para ele ser considerado nacional. Algo que os regimes SKD e CDK não possibilitam.

BYD Song Pro DM-i [Auto+ / Rafael Déa]

Contudo, existe um regime de impostos mais baixos para esses carros, mas que o governo vai aumentar até junho de 2028. Hoje, os carros elétricos que são montados no Brasil a partir de kits pré-feitos (SKD) pagam 18%, enquanto os completamente desmontados (CDK) tem cobrança de 5%.

Já para híbridos, os SKD pagam 20%, enquanto os CKD ficam com 7%. O aumento de impostos será gradual até julho de 2028, onde todos os tipos de motorização e de montagem pagarão o mesmo imposto. O primeiro aumento acontece agora em julho, com os CDK dobrando de alíquota, enquanto os SKD terão aumento mais leve.

BYD Shark de frente
BYD Shark [Auto+ / João Brigato]

Além disso, caminhonetes, quer sejam elétricas ou híbridas plug-in, pagam 35% de imposto desde já. A ideia da BYD é que todas as categorias paguem 10% de imposto no regime de produção SKD e de 5% no caso do CKD. A ideia, segundo a marca, é que “a estratégia inicial de montagem completa dos veículos no Brasil permite uma introdução rápida no mercado”.

Além disso, a BYD reforça que a estratégia acaba “maximizando a competitividade e contribuindo para o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional. Em linha com esse objetivo de incremento da nacionalização de componentes e fortalecimento da indústria local, a BYD pretende inicialmente importar veículos no modelo SKD”.

BYD Dolphin GS [Auto+ / João Brigato]

“Na medida em que os fornecedores locais estejam homologados e aptos a atender a demanda, passar a incorporar peças nacionais nesse SKD importado”, completa a marca em seu pleito enviado ao governo.

Do lado oposto, temos a Anfavea rebatendo argumentos da BYD. Márcio Lima Leite, presidente do órgão, afirmou que “esses pedidos não podem prosperar. O que queremos é produção no Brasil e, por isso, estamos atentos aos movimentos que representam prejuízos à indústria local”. 

Você acredita que o Brasil se beneficiaria da redução de impostos ou o pedido da BYD não é justo? Conte nos comentários.


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João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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