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Equilíbrio de forças

Chevrolet Onix RS: a mesma fórmula ainda funciona? | Avaliação

Renovado e reposicionado, Chevrolet Onix RS se torna o mais interessante da gama, mesmo não sendo o mais equipado

8 min de leitura

O Chevrolet Onix já foi o carro mais vendido do Brasil. Mas desde a pandemia, perdeu o título para a Fiat Strada. As vendas caíram forte e a GM percebeu que precisava mexer no seu compacto, que estava há quase meia década sem alterações. Agora, na linha 2026, o Onix está mais tecnológico, moderno e mantém aquela polêmica de sempre.

Para atestar todas as mudanças feitas pela Chevrolet na linha 2026, testamos a versão topo de linha RS de R$ 130.190 a qual, vale destacar, não é a mais equipada. Isso porque a versão Premier de R$ 129.190 tem Park Assist e sensor de estacionamento dianteiro, ausentes no RS. Mas o esportivado tem alguns truques para tentar compensar isso. Veja também o novo visual e preços iniciais do Onix 2026.

Visual bem acertado

Assim como acontece no Equinox, em que a versão RS é menos equipada por conta do visual esportivo, a Chevrolet tentou compensar fazendo o mesmo com o Onix RS. O modelo traz rodas de liga-leve de 16 polegadas pintadas em preto, mesmo tom usado no teto, retrovisores, grade frontal e logotipos. Confira também nossa avaliação do Onix RS focada em conforto e esportividade.

Chevrolet Onix RS branco de traseira avaliação
Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]

Aqui não há cromados, fora as bordas do logotipo, além de que a grade frontal tem a parte interna também em preto brilhante ao invés do preto fosco padrão do restante da linha. O aerofólio traseiro é exclusivo dessa versão, vale o destaque. A contrapartida é que o Onix RS só tem quatro cores para carroceria, enquanto os demais têm seis opções.

Inexplicavelmente, a Chevrolet abriu mão dos tons Azul Boreal e Prata Shark para a versão mais cara do modelo. Talvez por medo de não combinar com os detalhes vermelhos? O tom chamativo é usado nas costuras internas e saídas de ar-condicionado. Um alívio frente a combinação de gosto duvidoso do Onix Premier que mistura laranja com azul marinho.

interior Chevrolet Onix RS
Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]

Destaque ainda para a presença de vinil imitando couro nos bancos e nas portas com qualidade nitidamente bem superior ao material usado no Tracker – isso que o SUV é mais caro que o hatch. O Onix RS ainda tem couro no volante e parte central dos bancos com tecido vermelho e preto feito de maneira mais discreta que o Tracker RS.

Padrão Onix

Por falar em interior, o acabamento do Chevrolet Onix mantém o padrão de antes. Não é ruim como o do Volkswagen Polo, mas não é referência como o Peugeot 208. Ele tem plásticos duros por toda cabine, mas com texturas interessantes e que ganharam um toque a mais com a reestilização.

onix rs interior cabine
Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]

A faixa central do painel tem textura imitando fibra de carbono, enquanto a placa mais retilínea traz modernidade. Na reestilização, o Chevrolet Onix RS 2026 ganhou painel de instrumentos totalmente digital visualmente integrado à central multimídia. O porém é que o painel fica um pouco mais para trás do que esperado para esse tipo de layout.

As telas tem excelente definição, sendo nítidas e com vidro de qualidade as revestindo. O funcionamento é relativamente simples, apesar de ser confuso controlar o computador de bordo pela central, não pelo painel. Outro ponto é que o conta-giros e o velocímetro parecem subutilizados para o tamanho da tela.

O que incomoda, na realidade, é o delay fortíssimo de ambas as telas. Ao fazer uma redução de marcha, o conta-giros demora a mostrar que o giro subiu, enquanto o motor já está berrando. A central multimídia segue pela mesma tocada, demorando muito para responder aos toques.

Android Auto e Apple CarPlay são conectados também sem fio, mas apresentam lentidão. Inclusive, por diversas vezes houve travamento da tela por alguns segundos ao utilizar funções do CarPlay como a Siri, que pode ser ativada por uma tecla no volante (algo bem prático, aliás).

Chevrolet Onix RS lateral
Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]

Quero ser médio

Algo que o Chevrolet Onix se destaca perante os concorrentes é em espaço interno. Com 4,16 m de comprimento, 1,74 m de largura, 1,47 m de altura e entre-eixos de 2,55 m, ele está no mesmo território que outrora hatches médios estiveram. Isso se reflete da habitabilidade interna.

O hatch tem espaço tanto para quem senta à frente, quanto para os passageiros traseiros. O motorista conta com regulagem de altura dos bancos, o cinto é regulável, enquanto o volante tem boa amplitude de ajustes de altura e profundidade. Atrás, há espaço suficiente para passageiros altos não sofrerem.

O porta-malas carrega 303 litros. O problema é que o piso do porta-malas é feito somente de uma peça de carpete revestida de manta acústica. Objetos mais pesados vão dobrar a peça, que pode ser deformada por conta do estepe. Uma mancada de acabamento.

Fôlego extra

A renovação visual do Chevrolet Onix não trouxe somente faróis full-LED, painel digital e novo para-choque dianteiro. O motor 1.0 três cilindros turbo agora também traz injeção direta. Só que, por conta das leis de emissão de poluentes, os 115 cv e 16,8 kgfm de torque foram mantidos. A correia banhada a óleo foi reforçada, vale destacar.

motor chevrolet onix rs correia banhada a óleo
Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]

Com isso, temos 0 a 100 km/h cumpridos em 10,5 segundos. O forte do Onix não é performance, mas sim consumo. Ele é um dos carros mais econômicos do Brasil entre os não híbridos, marcando 8,6 km/l na cidade com etanol na cidade e 10,9 km/l na estrada. Já com gasolina, temos 12,1 km/l e 15,3 km/l.

O resultado é um carro voltado a eficiência e conforto, mas com uma surpreendente tocada divertida. O Onix é rapidinho nas acelerações, ganhando força sem muito esforço. O isolamento acústico é bom, mantendo o conforto na cabine. Não é um carro super rápido, mas é mais do que suficiente para um hatch compacto.

traseira chevrolet onix rs branco 2026
Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]

O câmbio automático de seis marchas tem trocas lentas, mas imperceptíveis e fica indeciso entre sexta e quinta na estrada. Pena que não há possibilidade de trocas manuais, visto que as teclas + e – no câmbio servem apenas para limitar a marcha máxima com o câmbio em modo Low.

Compostura e postura

Dinamicamente falando, essa aura mais confortável e eficiente se reflete. O Onix RS, mesmo enaltecendo certa esportividade visual, não foi feito para isso. A suspensão é macia, apresentando comportamento neutro em curvas. É mais próximo de um Fiat Argo e de Honda City do que de Peugeot 208 e Volkswagen Polo.

Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]

O mesmo vale para a direção, que é bem leve, macia e transmite pouco do que acontece no asfalto. É um comportamento que não vai te engajar a querer dirigir o tempo todo, ficando claro que não é um carro para entusiastas. Mas como essa parcela de público é pequena, seu estilo tende a agradar mais pessoas.

Faz falta itens como piloto automático adaptativo, sistema de manutenção em faixa, ou frenagem autônoma de emergência. Mas o Onix RS tem alerta de ponto cego como um diferencial de condução que nem todos os seus concorrentes possuem.

Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]

Itens de série

Além dos já mencionados itens, o Chevrolet Onix RS conta com ar-condicionado digital de uma zona, chave presencial, carregador de celular por indução, retrovisor elétrico, faróis full-LED com acendimento automático, luz de neblina de LED, câmera de ré (com imagem distorcida), sensor de ré, seis airbags, controle de tração e estabilidade.

Há ainda vidros elétricos nas quatro portas com função um toque, sistema OnStar, wi-fi à bordo, volante com ajuste de altura e profundidade, integração com aplicativo de celular, entre outros.

Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]

Veredicto

Ainda que seja a versão mais cara do Chevrolet Onix, mas não a mais equipada, o RS entrega um bom equilíbrio entre visual, equipamentos e performance. É bom abrir mão do interior questionável do Premier em favor de uma abordagem mais esportiva e ao mesmo tempo elegante.

Entre os hatches compactos, o Onix é o que melhor equilibra preço, espaço interno e performance. Se você superar toda a polêmica da correia banhada a óleo, claro, é uma compra correta.

Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet Onix RS [Auto+ / João Brigato]

Você teria um Chevrolet Onix RS na garagem? Conte nos comentários.


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1 comentário em “Chevrolet Onix RS: a mesma fórmula ainda funciona? | Avaliação”

  1. Gustavo

    Tive uma mega experiência em fazer um teste drive no modelo anterior em vista que o que me chamou atenção foi ser um produto diferenciado com essa pegada race, o modo de pilotagem é a aceleração acertada que fizeram querer trocar e trazer ele pra casa, porém esse motor com a corrente banhada não me permitiu pois a oferta estava boa demais, pouco rodado e com um valor de mercado nada assustador do que já havia pesquisado! Resultado: optei olhar mais um pouco outras opções e deixar a dúvida lá na loja mesmo.
    Essa nova reestilizacao não me agradou, tá uma mistura de gol/polo com hb20, perdeu o estilo que agradava na minha opinião!

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João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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