O Honda WR-V, ou Winsome Runabout Vehicle, chegou às concessionárias em março de 2017 e, à época, dividindo os olhares e as opiniões com o Fit, além de compartilhar as linhas de produção das fábricas de Sumaré e Itirapina no interior de São Paulo, encerrou a trajetória em nosso mercado em 2021.
Com a chegada de novos SUVs compactos ao mercado e o fato de que o HR-V se tornou um carro caro para a categoria, a Honda trouxe o WR-V em uma nova geração. Totalmente diferente do modelo anterior, ele traz identidade visual mais quadrada e ele chega a ser maior até que alguns SUVs compactos, sendo uma das apostas a relação custo-benefício.
Sim, pois no desafio da fita métrica o novo Honda WR-V entrega amplitude com 4,32 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,65 m de altura e 2,65 m de entre-eixos. Ou seja, é maior diante o Hyundai Creta Comfort (iniciais R$ 151.290), por exemplo, versão de entrada, que mede 4,33 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,62 m de altura e 2,61 m de entre-eixos, para comparar.

Honda WR-V e a habitabilidade
Além da plataforma Honda Global Small Car, compartilhada com o City Hatch e o City Sedan, além do HR-V um dos atrativos do novo Honda WR-V está no aproveitamento do espaço da cabine, assim como na qualidade construtiva e os itens oferecidos pelas duas versões EX e EXL.
Ao abrir a porta, o desenho dos bancos, com espumas de boa densidade, apoio lombar e laterais bem desenhados, não cansa após longos períodos ao volante e coopera na ergonomia de quem viaja a bordo do novo Honda WR-V. O mesmo vale para o conforto de todos os encostos de cabeça (bem) macios. Ponto positivo.

A ergonomia segue o padrão do fabricante, oferecendo comandos bem posicionados à mão e bons plásticos empregados ao acabamento, além do quadro de instrumentos digital de sete polegadas e velocímetro analógico, banco traseiro bipartido, multimídia de dez polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio mais câmera de ré e, ao lado, duas entradas USB-A frontais para conexão ou carregamento.
De série, a versão EX (R$ 144.900) inclui faróis full-LED, chave presencial e partida por botão, ar-condicionado digital de uma zona, rodas de 17 polegadas, saída de ar para os ocupantes traseiros, seis airbags, piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança de faixa e sistema de permanência em faixa, faróis com acendimento automático e luz alta automática, além de sensor de ré.

Porta-malas e espaço para quem viaja atrás
Subindo para a versão topo de linha EXL (R$ 149.900), ela adiciona barras de teto, faróis de neblina em LED, volante e bancos revestidos em couro, carregador de celular por indução e apoio de braço no banco traseiro com porta-copos. Ao contrário de outros modelos da Honda, o WR-V, conhecido como Elevate em mercados estrangeiros, não possui o sistema Magic Seat, que facilita o transporte de objetos volumosos.
Mesmo sem esse prático sistema de modulação dos bancos, a área dedicada ao transporte de cargas entrega 458 litros, superior aos 422 litros do Hyundai Creta Comfort e também acima de outro SUV compacto, o Nissan Kicks Play, com 432 litros. Ou seja, a capacidade volumétrica do porta-malas do Honda WR-V é um atrativo de compra aos interessados em um utilitário esportivo.


O que ajuda na tarefa de carregar ou descarregar o compartimento de cargas é a boca larga e o assoalho baixo. Porém, assim como acontecia no WR-V antigo e no Fit antes de receber o para-choque traseiro mais pronunciado, a tampa do porta-malas pode amassar com facilidade ao encostar em obstáculos ou em pequenas colisões.
Paralelamente a isso, quem viaja na segunda fileira de bancos encontra um bom espaço para a cabeça, bem como para as pernas e os joelhos, graças aos 2,65 m de entre-eixos, uma medida até maior que a do Jeep Renegade Altitude, com 2,57 m, e também lado a lado ao Peugeot 2008 Allure, que transmite 2,61 m, e do Caoa Chery Tiggo 5X com 2,63 m. Há saídas de ar dedicadas para quem viaja na segunda fileira.

Ao volante
Bem resolvido externamente, com um design mais quadrado, e também pela habitabilidade da cabine, ao volante o novo Honda WR-V entrega uma condução condizente com a proposta, ao compartilhar o motor da dupla City Hatch e City Sedan.
Ou seja, sob o capô está o motor de quatro cilindros 1.5 DI-iVTEC naturalmente aspirado, trabalhando em conjunto com a caixa continuamente variável (CVT). Embora sem o fôlego extra proporcionado pelo uso do turbocompressor, entrega até 126 cv e 15,8 kgfm quando abastecido com etanol e ainda boas reações ao volante pela relação peso-potência de 10,14 kg/cv.


Um carro que trafega de forma linear e progressiva, com baixa emissão de ruídos em baixas e médias rotações, embora o isolamento acústico da dupla City Hatch e City Sedan filtre melhor os barulhos e deixe de lado os ruídos indesejados.
Mesmo assim, anda bem, exigindo apenas que o motorista negocie com o pedal do acelerador em determinados momentos. Afinal, o novo Honda WR-V embala sem atrasos, enquanto o contato com o solo é mérito das rodas de liga leve 17 polegadas, calçadas com pneus 215/55 (o estepe de uso temporário tem medidas 145/90).

Novo Honda WR-V é quadrado é bom de chão
Embora tenha uma carroceria mais alta, oferecendo 1,65 m, o novo Honda WR-V não mostra uma tendência de inclinar nas curvas, apesar dos amortecedores irem para o lado do conforto. É uma calibração de suspensão no meio termo, mas que vai para o lado do conforto, sem abdicar da dinâmica. Mesmo em contorno de curva mais forte, ele é um SUV com disposição e previsível, sem pregar sustos ao condutor.
A tração é dianteira, enquanto o conjunto de suspensão emprega arquitetura McPherson à frente e eixo de torção atrás. Pode não transmitir o refinamento de um conjunto Multilink, mas cumpre bem o papel de assegurar o conforto dos até cinco ocupantes. Contudo, como é o consumo do novo Honda WR-V?



De acordo com o Programa de Etiquetagem do Inmetro, o novo Honda WR-V faz 8,2 km/l na cidade e 8,9 km/l na estrada com etanol, enquanto na gasolina registra 12 km/l e 12,8 km/l, respectivamente. Só que ao trafegar em trajetos rodoviários, durante nosso primeiro contato, a versão EXL cravou médias superiores aos 13 km/l no percurso em direção ao Parque Eólico da Honda, na cidade de Xangri-Lá (RS).
A visibilidade lateral é favorecida pelo desenho e pelo tamanho dos retrovisores. Além disso, eles são deslocados da coluna A, o que melhora o campo de visão e reduz um ponto cego, algo que pode livrar o motorista de um atropelamento ou de ralar as rodas na guia.

Veredicto
Inegavelmente, o novo Honda WR-V só manteve o nome, pois é um carro completamente novo das rodas ao teto. Um rival que pode, sim, ofuscar outros utilitários esportivos à venda em nosso mercado e também tem condições de bater de frente com o Toyota Yaris Cross. Tudo indica que ele deve conquistar bons números em nosso mercado.
Além disso, oferece um visual completamente transformado com linhas quadradas e também oferecendo uma habitabilidade superior inclusive em relação ao Honda HR-V. O Honda WR-V será o primeiro carro da marca japonesa com seis anos de garantia. Segundo a marca, a garantia é total, sem limite de quilometragem nem itens excluídos da cobertura, fora, claro, componentes de desgaste natural.


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