
Quando falamos de carros com personalidade, o Jeep Renegade logo vem à mente. Desde seu lançamento em 2015, essa característica alavancou o sucesso do SUV compacto, seja com o motor 1.8 naturalmente aspirado, substituído pelo 1.3 16V turbo (T270), ou com o 2.0 turbodiesel de 170 cv e 35,7 kgfm, descontinuado na linha 2022.
Para continuar evoluindo, seja com tração 4×2 ou 4×4, a linha 2025 do Jeep Renegade trouxe novidades, incluindo novas versões que totalizam seis opções. Entre elas, a Sport Altitude, disponível a partir de R$ 152.990, posiciona-se abaixo da Longitude T270 4×2, que parte de R$ 171.990.
Essa diferença de R$ 19.000 é justificada pela lista de equipamentos. A Altitude, embora mantenha a nomenclatura Sport na tampa do porta-malas, é a segunda versão mais acessível da linha e conta com itens como frenagem automática de emergência, detector de fadiga, monitoramento de faixas, rodas de 17 polegadas (as mesmas do Trailhawk) e teto bicolor.

Sem cromados, o visual é mais sóbrio, com acabamentos externos em cinza, adesivo “Altitude” na coluna C, para-barros nas quatro rodas, além de retrovisores e maçanetas sem pintura. Esse estilo se diferencia das versões Longitude T270 4×2, Sahara T270 4×2, Trailhawk T270 4×4 e Willys T270 4×4.
Os faróis são de LED e o formato quadrado da carroceria remete ao clássico Jeep Willys. As dimensões permanecem inalteradas: 4,26 m de comprimento, 1,80 m de largura, 1,69 m de altura e 2,57 m de entre-eixos — mesma medida do Chevrolet Tracker e menor que a do Nissan Kicks Play (2,61 m) e do Volkswagen T-Cross (2,65 m).

Interior continua um capítulo à parte
A cabine do Jeep Renegade Altitude segue com acabamento caprichado e posição de dirigir elevada, garantindo boa visibilidade. A ergonomia é bem resolvida, com comandos de fácil acesso, enquanto os bancos são revestidos de tecido.
A lista de equipamentos em prol da ergonomia inclui coluna de direção regulável em altura e profundidade, ar-condicionado digital de duas zonas, freio de estacionamento eletrônico, sistema de som com seis alto-falantes, central multimídia de 8,4 polegadas compatível com Android Auto e Apple CarPlay sem fio e quadro de instrumentos com tela TFT de sete polegadas.


Porém, o espaço interno não é um dos destaques do SUV compacto. O entre-eixos de 2,57 m oferece apenas um espaço razoável para os passageiros traseiros, sem saídas de ar dedicadas – no lugar há uma entrada USB-A para efetuar o carregamento de gadgets. O quinto ocupante ainda precisa lidar com o túnel central elevado, que pode ser incômodo em viagens longas.
Além disso, o porta-malas também é um ponto fraco, com apenas 320 litros — menor que os 432 litros do Nissan Kicks Play e um pouco superior aos 300 litros do Volkswagen Polo e Fiat Argo. O compartimento do Fiat Pulse acomoda 370 litros.



Desempenho do Jeep Renegade Altitude
Sob o capô, o motor 1.3 16V turbo de quatro cilindros com injeção direta substituiu o antigo 1.8 aspirado na linha 2022, proporcionando uma condução mais dinâmica. Antes, com 139 cv e 19,2 kgfm de torque (etanol), o Renegade sofria com seu peso próximo de 1.500 kg.
Com a substituição pelo 1.3 T270 entrega 176 cv com gasolina e etanol mantendo os 27,5 kgfm. Apesar de uma redução de 9 cv para atender ao Proconve L8 e ao Programa Mover, o desempenho continua interessante ao volante. A relação peso-potência passou de 7,98 kg/cv para 8,38 kg/cv.


A transmissão é automática de seis marchas com conversor de torque, garantindo boas respostas em baixas e médias rotações. Para uma condução mais esportiva, é possível fazer trocas sequenciais movendo a alavanca para a esquerda, enquanto o sistema Start-Stop desliga brevemente o motor durante breves paradas, com operação suave.
Dinâmica
A dirigibilidade continua um dos pontos altos. A suspensão dianteira McPherson e a traseira multilink proporcionam um rodar equilibrado, filtrando bem as irregularidades do solo sem comprometer a estabilidade. O acerto macio contribui para o conforto, evitando batidas secas ao transpor irregularidades mais pronunciadas.
As rodas de 17 polegadas vestem pneus de medidas 215/60 ajudando no trabalho das suspensões, enquanto direção assistida eletricamente é leve em baixas velocidades e ganha firmeza acima dos 100 km/h, garantindo precisão ao volante. Apesar da ausência de modos de condução, a tecla “Sport” altera a curva de trocas de marcha para rotações mais altas.


A versão Altitude tem tração dianteira, enquanto as versões Trailhawk (R$ 179.990) e Willys (R$ 185.900) oferecem tração 4×4. O conjunto de frenagem possui discos ventilados de 305 mm na dianteira e discos sólidos de 278 mm na traseira, com acionamento progressivo do pedal de freio.
Ainda falando da segurança, o Jeep Renegade Sport Altitude traz os controles eletrônicos de tração, de estabilidade e anticapotamento, frenagem autônoma de emergência, assistente de partida em aclives, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), monitoramento da pressão dos pneus, detector de fadiga do motorista, controlador de velocidade, câmera de ré e Isofix para fixação de bancos infantis, para citar.
Já se a ideia é se aventurar no off-road leve, os ângulos são de 21° na entrada e 31° na saída, com altura livre do solo de 18,6 cm.


Veredicto
Com um preço R$ 9.000 menor que a versão Longitude, o Jeep Renegade Altitude abre mão de rodas de 18 polegadas, carregador de smartphone por indução ventilado, bancos e volante revestidos em couro e sensor traseiro. Ainda assim, se posiciona como uma boa alternativa ao Volkswagen T-Cross 200 TSI (R$ 152.490).
Mesmo com a potência reduzida, o Renegade Altitude continua sendo um SUV com muita personalidade e um comportamento dinâmico interessante para quem busca desfilar por aí sem tecnologia sem abrir mão da identidade do fabricante.

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