Chama a Christina Rocha: Alfa Romeo está pistola com a Dodge

Christina Rocha talvez terá de apresentar um Casos de Família especial diretamente de dentro da Stellantis. Isso porque a Alfa Romeo está irritadíssima com a Dodge. Tudo por culpa do seu primeiro lançamento em uma década: o novo Dodge Hornet. Tirem as crianças da sala, que o tema de hoje é briga das feias.

Segundo informações obtidas pelo site The Drive com uma fonte dentro da Alfa Romeo, a situação entre as marcas não é nada boa. “A Dodge tirou vantagem do Tonale para fazer um carro para atender as leis. Basta dizer que a política interna ganhou e a Dodge precisava atender aos números do CAFE. Por isso o Hornet nasceu”.

A siga CAFE nada tem relação com a bebida mais consumida pelos brasileiros, mas sim com Corporate Average Fuel Economy. Ela tem como significado uma média de consumo de combustível que as marcas devem cumprir anualmente para se adequar à legislação nos EUA.

Basicamente a linha de produtos de uma fabricante deve ter média de consumo de combustível de 40 milhas por galão, equivalente a 17 km/l em consumo médio. Para atingir essa marca, é tirada a média de consumo considerando as vendas de todos os carros. Modelos mais econômicos que vendem mais compensam os beberrões que vendem pouco.

Além disso, carros elétricos baixam muito a média anual, enquanto híbridos ajudam a deixar essa conta mais leve. Atualmente a Dodge concentra sua força de vendas em modelos V8 extremamente beberrões, com foco nos Charger e Challenger em suas insanas versões Hellcat e Scat Pack.

Para se manter dentro da lei, a Dodge precisava rápido de um híbrido ou de um modelo bem mais econômico. A solução foi pegar o Alfa Romeo Tonale, que nasceu com motorização híbrida, fazer pequenas mudanças e vender como se fosse seu. Eles poderiam ter feito isso com o Jeep Compass também, mas preferiram o Alfa.

Irmãos gêmeos

O problema é que as diferenças visuais entre os dois modelos são mínimas. Faróis, capô, para-choques e lanterna traseira mudam. Por dentro, só o logotipo. E isso tem sido alvo de críticas nas redes sociais. “É chato ficar na defensiva quando você sabe do problema”, desabafa a fonte da Alfa Romeo.

A grande questão é que a Alfa Romeo está em um momento delicado de recuperação. O retorno da marca aos EUA em 2016 não foi como o esperado e o Tonale era visto como o carro mais importante da italiana em anos. Ele deveria ser o que levaria as pessoas para as lojas, fidelizaria clientes e traria novos volumes de venda para a marca.

Mas por que alguém nos EUA compraria um Alfa Romeo mais caro, com preço de Mercedes-Benz GLA ou Volvo XC40, quando na Dodge existe um carro idêntico com preço de Jeep Compass? É por essa razão que a Alfa Romeo está tão pistola com a Dodge. Ajuda Christina Rocha!

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