Curiosidades

Por que não existem hatches grandes? 

Se todo o tipo de carroceria tem desde um modelo compacto até um grande, por que os hatches param nos médios?

Opel Signum [divulgação]
Opel Signum [divulgação]

Já reparou que todas as categorias de carros possuem os mais diversos tamanhos? Sedãs, caminhonetes, SUVs, o que quiser, terá desde um modelo compacto até um grande. Mas por que com os hatches isso não acontece? Por que essa categoria só se restringe a modelos pequenos? E há existiu algum hatch grande?

Em sua grande maioria, os hatches são os carros mais baratos das marcas. E é isso que acaba influenciando a sua não presença em categorias mais altas. Os sedãs, por exemplo, são tidos como carros mais sofisticados – mesmo quando só são derivados de hatches com porta-malas salientes. 

As marcas tendem a posicionar os sedãs como produtos acima, oferecendo versões mais sofisticadas ou abrindo mão das variantes de entrada. Vide o caso de Polo e Virtus, por exemplo. O sedã não tem versão 1.0 e a topo de linha, Exclusive, apela para um lado mais elegante.

Renault Vel Satis [divulgação]
Renault Vel Satis [divulgação]
Marcas verdadeiramente de luxo jamais criaram um hatch que não fosse seu modelo de entrada. É assim com Mercedes-Benz Classe A, BMW Série 1, Volvo V40 e, a única exceção, é a Audi que tem A1 e A3 – sendo um compacto e outro médio. Só que sim, houve um tempo em que as marcas fizeram hatches grandes, mas foram raros os casos.

Hatches grandes que existiram

Em 2001, a Renault lançou o exótico Vel Satis. O modelo foi desenhado para substituir o Safrane como topo de linha da marca francesa. Seu estilo influenciou diretamente todos os outros carros da Renault, especialmente por conta da traseira com vidro quase reto e volume saliente.

Renault Vel Satis [divulgação]
Renault Vel Satis [divulgação]
O Vel Satis tinha 4,86 m de comprimento, 1,86 m de largura e 1,58 m de altura. Para colocar em perspectiva, o Renault era 2 cm mais curto que um Ford Fusion, considerando um sedã do segmento grande. Ele tinha o mesmo motor do Sandero RS, mas com turbo, além de uma opção V6. Vendeu cerca de 65 mil unidades até sair de linha em 2009.

Nesse meio tempo, ele teve só um rival, o Opel Signum. O modelo era derivado da terceira geração do Opel Vectra, modelo que já era grande o suficiente para não ser considerado um médio. Ele misturava influência das peruas, mas era essencialmente um hatch enorme – ainda que menor que o Vel Satis.

Opel Signum [divulgação]
Opel Signum [divulgação]
Na fita métrica tínhamos um modelo com 4,63 m de comprimento, 1,79 m de largura e 1,46 m de altura. Se comparado ao Cruze Sport6, o último hatch médio da história da Chevrolet, o Signum era 21 cm mais longo, mas tinha mesma largura e era 2 cm mais baixo. Assim como o Vectra da época, teve versões 1.8, 2.0 turbo, V6 2.6 turbo e V6 3.2 aspirada.

Como na época a Opel ainda era parte da General Motors, o projeto do Signum também gerou um derivado nos EUA. O Chevrolet Malibu de sexta geração ganhou o irmão Malibu MAXX. Enquanto o Vel Satis era exótico e o Signum mais careta, o Malibu MAXX era feio. A traseira parecia um remendo e mal encaixada.

A Chevrolet deu a ele uma traseira truncada, com vidro inclinado como em um sedã, além de um pequeno ressalto na tampa do porta-malas. Era um desenho que lembrava o Mahindra Verito Vibe, o Renault Logan hatch. A frente também era algo que não ajudava muito o modelo. Durou de 2003 a 2007 apenas.

Tecnicamente essa turma de hatches grandes também pode incluir o Citroën DS5. O modelo era uma mistura de SUV com perua e cupê, sendo bem difícil entender a que categoria ele pertencia. Contudo, essencialmente, tinha jeito de hatch. Foi feito de 2011 a 2018, sendo importado para o Brasil entre 2013 e 2018 e é um dos mais belos carros que a Citroën já fez.

Quase lá

Nenhum dos modelos anteriormente citados foi exemplo de sucesso. Mas as marcas ainda queriam oferecer uma alternativa de hatch ao mercado europeu sem ter o formato clássico da categoria. Era uma maneira de ter a praticidade do vidro traseiro subindo com a tampa do porta-malas, só que sem o estilo de um carro barato.

Diversos modelos do segmento grande foram vendidos em versão chamada de hatch, mas que estavam mais para um liftback. Tratava-se de um sedã com vidro traseiro mais inclinado e que era aberto junto da tampa do porta-malas – tal qual um Ford Escort ou um Chevrolet Kadett ou até um Fiat Brava.

Opel Vectra Hatchback [divulgação]
Opel Vectra Hatchback [divulgação]
Modelos oferecidos no Brasil e que tiveram versão assim na Europa são inúmeros, tal qual Chevrolet Vectra (lá oferecido como Opel) e Ford Fusion (chamado de Mondeo). Hoje, a única marca ainda tecnicamente figurando nesse segmento é a Skoda com o Octavia. Contudo, o modelo tem formato total de sedã, mas o vidro sobe junto da tampa. 

Você acha que os hatches grandes deveriam ter uma nova chance? Conte nos comentários.

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