Por que era proibido comprar um Chevrolet Captiva nos EUA?

Se hoje o Jeep Compass é líder absoluto do segmento de SUVs médios no Brasil, muito ele tem a agradecer ao Hyundai Tucson e ao Chevrolet Captiva. Ambos abriram os caminhos para que a categoria tivesse força no Brasil e mostraram que esse tipo de modelo tinha status. Mas não nos EUA.

Por lá, era proibido comprar um Chevrolet Captiva zero quilômetro por consumidores comuns. Isso porque o SUV médio era vendido única e exclusivamente para locadoras e frotistas. Praticamente era um carro de trabalho e que o máximo de status que ele produzia era com turistas que achavam que estavam com um carrão.

Mas isso teve um motivo um tanto quanto conturbado por conta do momento que a General Motors passava nos EUA. Originalmente Opel Antara, o SUV médio passou a ser produzido no México em 2008 para atender ao mercado americano como um todo. A fabricação foi encerrada em 2017 para expandir a linha do Equinox.

Para toda região do Mercosul, exceto Chile, ele foi vendido como Chevrolet Captiva Sport. A exceção se deve pela presença da Opel no país, que vendia o Captiva como Antara e usava o nome do SUV médio brasileiro para um modelo maior e de sete lugares. Nos EUA, contudo, foi uma grande bagunça.

Jogo das sete marcas

Por conta da nova estratégia da Saturn de vender modelos da Opel rebatizados nos EUA, ela foi a escolhida para oferecer o Captiva. Por lá, além da grade e logos novos, o SUV trocou de nome para Vue. Foi apresentado inicialmente como conceito PreVue em 2006 no Salão de Nova Iorque, mas a versão de produção só chegou em 2007 no Salão de Los Angeles.

Era oferecido nas versões XE e XR, além da esportiva Red Line e da híbrida Green Line. Contava com os mesmos motores 2.4 EcoTec e 3.6 V6 usados no Brasil, além de um 3.5 de 222 nunca oferecido por aqui. Na versão híbrida, havia combinação do 2.4 a um motor elétrico, rendendo consumo de 10,6 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada.

Os planos ainda previam uma nova versão híbrida com sistema herdado do Volt. Só que o fechamento da Saturn em 2009 poderia colocar fim à vida do modelo. Mas a GM não estava pronta. A ideia inicial era transferir o Vue para a Buick, sofisticar um pouco o interior e o lançar com um nome novo. Mas as vendas fracas e rejeição do público mudaram tudo.

Carro de locadora

Com a baixa da Saturn, a Chevrolet decidiu assumir o Captiva nos EUA em 2012, mas, de um jeito diferente. O modelo foi lançado em 2012 em três versões: LS 2.4, LT V6 e LTZ V6, sempre com câmbio automático de seis marchas. Havia opção de tração nas quatro rodas só para o LTZ.

Mas, um cliente normal era proibido de comprar o Captiva pelas mãos da Chevrolet. O modelo foi vendido única e exclusivamente para locadoras e frotistas, sendo tratado puramente como um veículo comercial. O único jeito de comprar um Captiva era como usado depois de ser vendido por essas empresas.

As vendas sempre foram muito fracas e a Chevrolet decidiu retirar o Captiva de linha em 2014 em favor das versões de entrada do novo Equinox. No México, ele saiu de linha em 2015, mas seguiu sendo produzido até 2017 para exportação, sendo o Brasil um dos principais mercados.

Sua morte definitiva se deu por conta da substituição total pelo Equinox. A fábrica do México já não dava conta da quantidade necessária de unidades do Equinox e precisava expandir a linha de montagem. Por isso, sacrificou o Captiva, que já estava velho e fora de linha na Europa desde 2015.

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