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Russo detona carros de luxo por puro sensacionalismo

Vídeos viralizaram no Instagram e mostram diversos carros de luxo sendo destruídos, mas nem tudo é o que parece ser

Omoda 5 MHEV [divulgação]
Omoda 5 MHEV [divulgação]

Nos últimos dias, vídeos de carros de luxo sendo destruídos por um russo no Instagram acabaram viralizando. Yury Pashchenko é o nome do responsável pelos vídeos, e o que mais tem sido compartilhado e postado nas redes sociais é o que um Lamborghini Urus é destruído impiedosamente por ele. A repercussão foi tanta que acabou sendo pauta no último Auto+ Podcast, que pode ser visto aqui e ouvido no Spotify.

Além de gerar likes, a ideia dos vídeos é comprovar que os carros de luxo não são resistentes, sendo facilmente destruídos apenas puxando peças. No entanto, nem tudo que se vê nos vídeos é verdade, já que muitas partes que são destruídas no vídeo foram previamente desparafusadas ou são apenas encaixadas mesmo.

No caso do Urus, o vídeo mostra Yuri soltando o volante apenas puxando ele. Porém, essa é uma das peças que foi solta antes da gravação. Afinal, nenhum volante sai com enorme facilidade assim, sendo sempre parafusado em pelo menos dois pontos. Ou foi desparafusado antes, ou o russo é uma representação real de Hulk.

Caso um volante se soltasse tão facilmente daquela forma, seria impossível ter um airbag funcional dentro dele. Isso porque é necessário uma enorme pressão para que o mecanismo da bolsa inflável funcione. Dessa forma, se o volante fosse tão frágil assim, o airbag simplesmente o quebraria e o arremessaria em direção ao motorista.

O mesmo pode ser dito sobre o banco, que estava solto depois de Yury deu algumas sacudidas. Isto também é impensável, já que a peça precisa resistir firmemente ao impacto de colisões, justamente para proteger o corpo dos ocupantes. E qualquer batida de trânsito é mais violenta que um simples sacolejo humano. Os bancos, inclusive, ficam presos à estrutura do carro.

Lamborghini Urus [divulgação]
Lamborghini Urus [divulgação]
Já as partes da carroceria em que ele bate ou quebra, normalmente são pontos projetados para que de fato quebrem em caso de colisão. Este é o mesmo princípio utilizado nos carros de Fórmula 1, já que isso permite que a massa seja dissipada para reduzir o impacto que os passageiros sofreram. Sem contar que o que importa é a célula de sobrevivência do carro, que é bem mais resistente atualmente do que em carros mais antigos.

Portanto, como já avisamos diversas vezes aqui no Auto+, é preciso tomar muito cuidado com tudo que é divulgado nas redes sociais. Este é mais um exemplo de vídeo sensacionalista que só quer viralizar com truques de imagens, além de não trazer nenhum conteúdo realmente útil. 

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