Voyage vai morrer também e nem a Volkswagen se importa

Para quem tem irmãos, sabe que muitas vezes os pais dão mais atenção para um dos filhos em detrimento do outro. E esse é o caso dos irmãos Gol e Voyage. Ambos sairão de linha na virada do ano, marcando o fim de uma era. Mas, enquanto o hatch tem edição especial e muita celebração, nem mesmo a Volkswagen se importa com a morte do sedã.

Mas há uma explicação para isso. O Gol é um carro que tem carreira ininterrupta por 42 anos, foi o carro mais vendido do Brasil por muitos anos e um dos carros mais importantes da marca alemã mesmo em sentido global. O Voyage sempre foi seu sedã, mas sem o mesmo brilho ou importância. Até mesmo Parati e Saveiro brilharam mais que ele.

Inclusive, o Voyage foi o único derivado do Gol a abandonar a família durante a segunda geração (bolinha, G3 e G4). Isso por culpa de uma disputa interna na Volkswagen que deu preferência ao Polo Classic feito na Argentina, mesmo com o projeto do Voyage bolinha já em andamento.

Com isso, a carreira do Voyage foi interrompida: foi feito de 1981 a 1996, depois voltou em 2008 para morrer agora em 2022. A grande questão do Volkswagen Voyage, ao contrário do Gol, é que ele não tinha mais apelo forte no mercado nos últimos anos. A verdade é que ele se tornou um carro de aplicativo. 

Carro de Uber

Faz tempo que mais de 95% das vendas do sedã são para modalidade direta que engloba, principalmente, motoristas de Uber. Segundo dados da Fenabrave, das 27.249 unidades do Voyage vendidas em 2022, 26.695 foram por venda direta. Ou seja, 98% das vendas do modelo foram na modalidade direta. Só 544 pessoas físicas compraram um Voyage em 2022.

Por esse motivo, a Volkswagen não cogitou fazer uma versão Last Edition para o sedã e o deixará morrer como uma nota de rodapé de um release tal qual fez com o Fox. Mas será que, tal qual aconteceu com Fox, up! e Gol, o último Voyage da história terá espaço no museu da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo?

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