Fracasso do Onix pode fazer Chevrolet desistir de maior mercado do mundo

Antes um mercado extremamente promissor, a China tem se tornado um problema fortíssimo para fabricantes internacionais. A Chevrolet, que antes vendia muito bem por lá, tem enfrentado um período difícil e que pode fazer a marca desistir do maior mercado do mundo. O fracasso local do Onix é um dos fatores que prejudicou a marca.

Como efeito comparativo, segundo dados do CarNewChina, a Chevrolet vendeu 641.320 unidades em 2018, despencando para 309.155 unidades em 2020, para apenas 52.774 carros em 2024. A situação esse ano está ainda pior, onde apenas 5.314 Chevrolet foram emplacados na China nos quatro primeiros meses do ano.

Se seguir assim, periga de a Chevrolet fechar 2025 com cerca de 22 mil carros vendidos no país somente. Essa baixa é devido a vários fatores somados. A China foi colocada como prioridade para desenvolvimento de carros compactos junto do Brasil. Tanto que o projeto Onix, Onix Plus e Tracker foi feito em parceira entre os dois países.

Família Onix

Aqui o trio é um sucesso, sendo que o sedan é líder de sua categoria até hoje, o hatch já foi o carro mais vendido do Brasil e o SUV é um dos campeões da categoria. Já na China a situação é totalmente diferente. O Onix foi vendido somente como sedan e foi um fracasso nas vendas e morreu em 2022.

O Tracker nunca vendeu bem porque, modelos com seu porte, tendem a ser totalmente elétricos e vendem muito mais. Sem opção de eletrificação e nem mesmo uma variante híbrida, o modelo não fez sucesso. Além disso, os chineses tem preconceito mais forte do que os brasileiros com motores três cilindros.

Como a plataforma da família Onix só aceita motores três cilindros, o destino dos modelos não era promissor desde o começo. Além disso, existe o fato de que o Onix nunca foi atualizado na China e o Tracker tem o mesmo visual desde o lançamento. Enquanto isso, marcas chinesas reestilizam seus carros quase que anualmente.

Sem elétricos, fica difícil

Some isso ao fato de que a Chevrolet tem apenas um carro elétrico no seu portfólio e perceberá o motivo pelo qual a marca tem vendido cada vez menos. O Menlo é o único modelo da marca nesse segmento e é derivado de um modelo Buick comumente vendido a motoristas de aplicativo.

Além dele, o Equinox tem versão híbrida plug-in e é um dos modelos mais vendidos da marca. No portfólio, a Chevrolet ainda tem os sedans Monza, Malibu e os SUVs Seeker e Blazer. Seeker e Equinox são modelos bem novos, mas Blazer, Tracker, Monza, Malibu e Menlo tem mais de 5 anos de mercado sem alterações.

Força para as outras

Além disso, a própria GM tem colocado mais prioridade em suas marcas chinesas do que na própria Chevrolet. Wuling e Baojun têm recebido vários novos carros, modelos elétricos e híbridos e até vendem seus modelos internacionalmente como Chevrolet. É o caso de Spark EUV e Captiva EV que são, originalmente, Baojun Yep Plus e Wuling Starlight S.

A situação da Chevrolet na China vai além com o cancelamento dos projetos C223, C1YC-2, e D2UC-2 ICE. Os dois primeiros seriam SUVs totalmente elétricos, tido como sucessores de Tracker e do Blazer. Além disso, o último seria o Trailblazer renovado, mas demorou tanto que o SUV saiu de linha. Vale lembrar que ele não é igual ao SUV brasileiro de mesmo nome.

Oficialmente, a Chevrolet da China ainda não se pronunciou sobre a possível saída da marca do país. Contudo, há planos internos para usar a rede de concessionárias Wuling e Baojun para manter a manutenção dos carros da gravata dourada. Ou até que as operações da Chevrolet podem ser tocadas com a parceira SAIC que detém parte da Wuling e da Baojun.

Você acredita que a Chevrolet vai se salvar na China? Conte nos comentários.

---