
Dentro do segmento de SUVs médios de luxo, o rei sempre foi o Volvo XC60 no Brasil. Ele apostou em eletrificação para conquistar espaço e um preço abaixo dos rivais. Correndo por fora, tínhamos BMW X3, Audi Q5 e Mercedes GLC apostando em luxo e conforto. Já o Porsche Macan era da turma dos esportivos.
Ainda que tivesse suas versões mais apimentadas, o BMW X3 era apenas ligeiramente mais esportivo que os rivais diretos. Entretanto, a quarta geração verteu para um outro lado. Agora, com pegada mais esportiva no visual e também na condução, ele se aproximou do Porsche Macan, mas ainda com sua essência intacta.
Não mais um X5zinho
Durante três gerações, o BMW X3 sempre teve a aparência e a pegada de X5 em tamanho M. A falta de personalidade própria era inerente ao modelo, que sempre seguia seu irmão maior. Agora, a renovação total trouxe a ele uma ideia diferente. O visual antecipa parte da próxima identidade visual da marca, enquanto ele desenvolveu características únicas.

O BMW X3 2025 é o primeiro SUV, ou melhor SAV (nome que a BMW usa para os SUVs não cupê) com placa no para-choque. O que mais diferenciava os SUVs regulares dos cupês (chamados de SAC pela marca), para além do vidro traseiro mais inclinado, era que os modelos pares tinham placa no para-choque e os ímpares na tampa do porta-malas.
Isso permitiu ao X3 ganhar um aspecto mais esportivo e baixar a traseira. Prova disso, é que o vidro traseiro é mais curto e inclinado, enquanto o teto tem queda a partir do final da área dos passageiros. Ele ficou 2,5 cm mais baixo, mas também está 2,9 cm mais largo e 2,5 cm mais longo, privilegiando o estilo esportivo.

Escola chinesa
Para agradar ao mercado chinês, o BMW X3 ganhou uma profusão de LEDs no interior. As portas, console central e painel agora contam com uma faixa plástica luminosa que ajuda a dar uma pegada diferente para o interior. A depender da luz, pode virar um carnaval, mas é uma maneira de parecer mais tecnológico.
A qualidade de acabamento é inferior ao X3 antigo, com couro mais áspero no painel, assim como inclusão de mais plástico e tecido nas portas. A maçaneta é em plástico preto fosco e integrada a botões touch para controlar a ventilação das saídas de ar (que ficam nas portas) e memória do banco.

Em contrapartida, temos um par de telas de excelente qualidade. Tanto o painel de instrumentos, quanto a central multimídia, apresentam alta definição, facilidade de uso e muita personalização. O console central alto conta com comandos que facilitam a vida. Além disso, o couro que reveste bancos e volante é de primeira linha.
O espaço é farto para todos, especialmente na segunda fileira que apresenta boa distância para os bancos dianteiros, além de boa área para a cabeça por conta do teto solar panorâmico. O porta-malas carrega 570 litros e tem o piso rente ao final da abertura da tampa, facilitando colocar e tirar itens.




Pimenta alemã
Só que, onde o BMW X3 verdadeiramente brilha, é ao volante. A marca alemã trouxe a nova geração somente na versão M50, que traz motor 3.0 seis cilindros em linha, turbinado e semi-híbrido. Ao contrário de várias marcas, a BMW não chama o seu SUV de híbrido, mas revela que o sistema eletrificado ajuda bem a reduzir consumo e esforço do 3.0 turbo.
São 398 cv e 59,2 kgfm de torque, sendo que somente o seis cilindros entrega 381 cv e 55,1 kgfm. Como resultado, o SUV chega aos 100 km/h em 4,6 segundos e deixa muito esportivo comendo poeira. A velocidade máxima é de 250 km/h. Ao acelerar, o puxão é forte, especialmente porque boa parte da tração vai para a traseira.

Ele retoma sem dificuldades e tem um ronco instigante…mesmo que boa parte dele seja simulado e reproduzido pelas caixas de som. Por fora, a saída quádrupla de escapamento gera uma interessante sinfonia. O câmbio é automático de oito marchas e que funciona com perfeição: não tem delay de trocas e é eficiente e rápido quando necessário.
A direção é muito afiada, como de um esportivo de verdade – tanto que usa o mesmo volante de modelos M. Apontou, o X3 vai, tendo uma atuação mais firme e responsiva do que se espera de um SUV. Isso se transmite em agilidade para um carro que tem tamanho bem generoso.

Todavia, é a suspensão que é a estrela do X3. A BMW conseguiu tornar o rodar confortável, mesmo com acerto mais firme. Não há vibrações vindas do asfalto, enquanto a absorção de impacto é a contento. Só que, ao fazer curvas, ele segura bem como se fora um carro mais baixo. O acerto é um dos melhores da categoria de longe.
Veredicto
Ainda que o preço tenha ficado muito salgado, afinal, estamos falando de um SUV de R$ 624.950, o BMW X3 entrega mais que todos os seus rivais. Ele tem o espaço mais farto do que o do GLC, mais tecnologia que o Q5 e é tão bom de dirigir quanto um Macan. Falta a eletrificação do XC60, mas isso fica para depois.

Se você quer ter um SUV para a familia, mas ao mesmo tempo é o tipo de pessoa que não abre mão de ter um carro que seja um tesão de dirigir, então melhor correr agora e comprar um BMW X3 M50…isso se sua carteira permitir.
Você teria um BMW X3? Conte nos comentários.