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Avaliação

Para fugir do lugar comum!

Será que o Mitsubishi Eclipse Cross poderia estrelar o próximo Velozes e Furiosos?

O Mitsubishi Eclipse Cross é um utilitário esportivo médio com preço de compacto, ideal para quem quer sair do óbvio

9 min de leitura

Antes um esportivo icônico dos anos 1990 e 2000, cuja produção durou até 2011. Agora um SUV, dividindo as opiniões entre Jeep Compass, Toyota Corolla Cross, Volkswagen Taos e BYD Song Pro. Em meio a esse combate, será que o Mitsubishi Eclipse Cross convenceria Paul Walker a mudar da segunda geração do Eclipse (1995 a 1999) por ele?

O Mitsubishi Eclipse foi um dos maiores sucessos da indústria, com um status cult após ser o carro do protagonista Brian O’Connor, interpretado por Paul Walker no primeiro Velozes e Furiosos. Do lançamento do filme, em 2001, para cá, tudo mudou em 24 anos. Se antes oferecia uma posição de guiar baixa, assumiu uma altura elevada em relação ao solo.

Ele estreou em nosso mercado em setembro de 2018, com uma reestilização na linha 2023, sendo atualmente ofertado em configurações Rush (R$ 169.990), HPE (R$ 189.990), HPE Black (R$ 192.990), HPE-S (R$ 212.990), avaliada HPE-S 4×4 (R$ 222.990), HPE-S Black 4×4 (R$ 225.990), além da Motorsports (R$ 228.990). Ou seja, para todos os tipos de gostos e bolsos!

É um utilitário esportivo médio, cujo preço promocional praticado pelo fabricante até se assemelha ao de SUVs compactos. Quer apostar? O Hyundai Creta Ultimate custa R$ 198.120, trazendo sob o capô um motor 1.6 turbo de 193 cv e 27 kgfm, enquanto o Jeep Renegade Sahara 4×2 e Willys 4×4 cobram R$ 169.990 e R$ 182.990, respectivamente.

Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S 4x4 prata parado de frente e visto do alto
Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S 4×4 [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

Traseira polêmica do Mitsubishi Eclipse Cross deu adeus!

O Mitsubishi Eclipse Cross é sustentado pela mesma plataforma do ASX, transmitindo 4,54 m de comprimento, 1,80 m de largura, 1,68 m de altura e 2,60 m de entre-eixos. Lado a lado com o Compass Limited T270 (iniciais R$ 227.990 e tração 4×2), o SUV da Jeep mostra 4,40 m de comprimento, 1,81 m de largura, 1,62 m de altura e 2,63 m de entre-eixos, para citar.

A linguagem estilística Dynamic Shield do fabricante exibe uma pegada de conceito, que saiu das pranchetas diretamente às ruas. A dianteira manteve os conjuntos ópticos divididos, com luzes de circulação diurna (DRL) afiladas em posição superior, enquanto os dois contornos em C também estão no Pajero Sport, no Outlander PHEV e na Triton.

Detalhe da dianteira do Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S 4x4
Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S 4×4 [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

A silhueta com o caimento suave do teto no estilo dos SUVs-cupês vai de encontro à porção posterior. E aí que está o ponto-chave da mudança do Mitsubishi Eclipse Cross. Antigamente, ela mostrava mais personalidade, porém, não agradou a todos. As lanternas eram conectadas, e o vidro traseiro dividido remetia ao Citroën C4 VTR e ao Honda CR-Z.

Depois da mudança, ela assumiu ares generalistas, com lanternas verticais invadindo uma porção da tampa do porta-malas, bem como outra vertical se estendendo à coluna C. Honestamente, preferia a do modelo antecessor; gosto não se discute, se lamenta! Em todo caso, o spoiler de teto dá um ar esportivo ao SUV da Mitsubishi.

Como a capacidade volumétrica do porta-malas pode ser um item decisivo de compra, o compartimento do Mitsubishi Eclipse Cross possui 473 litros contra 410 do Jeep Compass. A tampa do compartimento de bagagens possui abertura/fechamento motorizado por botão, pela chave ou passando o pé sob o para-choque traseiro.

Top Gun

Ao abrir a porta, o habitáculo do Mitsubishi Eclipse Cross mostra qualidade construtiva, com bons materiais e arremates empregados ao acabamento. O desenho dos bancos frontais, ajustáveis eletricamente e aquecíveis, transmite conforto e acomoda bem a região lombar do corpo. Facilmente e com poucas regulagens é possível conquistar uma ótima posição de dirigir.

Além disso, o interior possui áreas macias ao toque, outras emborrachadas e pintadas em preto brilhante. O volante de três raios em couro possui ótima empunhadura, e a coluna de direção é ajustável em altura/profundidade. Tudo está à mão, favorecendo a ergonomia, embora os comandos de assistência à condução e também de informações do computador de bordo estejam à esquerda do painel.

O quadro de instrumentos não é totalmente digital, trazendo o conta-giros e o velocímetro analógicos. Eles possuem um grafismo que facilita a leitura, com ponteiros vermelhos, mas que deixa um ar de démodé ao habitáculo do SUV da Mitsubishi. Para ninguém ficar sem carga, há carregador por indução, assim como entradas USB.

O novo multimídia possui 12 polegadas com navegador embarcado, além de Android Auto/Apple CarPlay sem fio. Um destaque está no HUD (Head-Up Display) surgindo automaticamente do painel no momento da partida. Ele projeta informações essenciais, como velocidade, sendo um equipamento utilizado pela primeira vez no avião militar Blackburn Buccaneer S.2, da Real Marinha Britânica, nos anos 1960.

Head-Up Display `[HUD] do Mitusbishi Eclipse Cross HPE-S 4x4
Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S 4×4 [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

Paralelamente às tecnologias de guerra incorporadas aos carros, quem viaja no banco traseiro encontra um bom espaço para as pernas e os joelhos, bem como a sensação de maior contato com o meio exterior é cooperada pelo teto solar duplo, que remete aos modelos Mini Cooper (gerações R50, R53 e R56) e Mini Clubman (carroceria R55).

Sob o capô

O Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S 4×4 é movido pelo motor de quatro cilindros 1.5 16V turbo e injeção direta (nomenclatura 4B40), casado à caixa continuamente variável (CVT) de oito marchas, para render 165 cv e 25,5 kgfm, bebericando apenas gasolina. Contudo, não se prenda aos números de ficha técnica, pois o SUV da Mitsubishi é mais do que isso.

Com uma relação peso-potência de 9,72 kg/cv e peso-torque de 62,9 kg/kgfm, ele parte da imobilidade aos 100 km/h em 11,4 segundos e crava uma velocidade máxima de 195 km/h. Do outro lado do ringue, o Compass Limited T270 cumpre em 10,3 s e crava 206 km/h, respectivamente.

Embora com 11 cv e 2 kgfm a menos que o SUV da Jeep, a condução do Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S 4×4 é auxiliada pela suavidade de operação do propulsor, principalmente nas baixas e médias rotações. Há pouca intrusão de ruídos vindos do motor ou do ambiente externo, por conta do bom emprego de materiais fonoabsorventes.

É um utilitário esportivo médio que embala com facilidade, oferecendo uma dirigibilidade progressiva, auxiliada pelo câmbio CVT. Quem quiser uma dose de esportividade pode realizar trocas sequenciais pelas generosas borboletas atrás do volante — uma herança direta do Mitsubishi Lancer EVO X. Outra característica está na direção elétrica rápida ao esterço.

Borboletas para trocas sequenciais do Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S 4x4
Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S 4×4 [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

Isso contribui, permitindo fazer rápidas mudanças de trajetória, com a dinâmica bem calibrada, culpa do conjunto de suspensões com arquitetura McPherson à frente e Multilink com barra estabilizadora atrás. Elas trabalham de maneira suave, garantindo o conforto da mesma forma que impedem a rolagem da carroceria nas curvas. O raio de giro do SUV é de 5,3 m.

Mitsubishi Eclipse Cross cuida dos ocupantes?

O contato com o solo é assegurado pelas rodas de liga leve diamantadas de 18 polegadas, envoltas por pneus de medidas 225/55, que ajudam a suspensão a trabalhar e deixando à mostra os discos de freios ventilados no eixo dianteiro e sólidos na traseira. O estepe usa roda de aço de 17 polegadas e borrachudos 155/80.

No entanto, como o consumo é importante, o Mitsubishi Eclipse Cross bebe somente gasolina. De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro, ele faz 10,3 km/l (cidade) e 11,3 km/l (estrada). Para comparar, o Compass Limited T270 faz 10,1 km/l e 12,1 km/l com o combustível fóssil, respectivamente, enquanto o Creta Ultimate registra 11,9 km/l (cidade) e 13,5 km/l (estrada).

Apesar disso, como é o pacote de anjos da guarda do SUV da Mitsubishi? Caso o motorista se empolgue e passe da conta, o Mitsubishi Eclipse Cross é equipado com um completo pacote de anjos da guarda em prol da segurança. A lista contempla airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista, farol alto automático, monitoramento de pontos cegos, frenagem de emergência e aviso de saída involuntária de faixa.

Há também sistema de aviso de tráfego traseiro e de prevenção de aceleração involuntária, monitoramento da pressão dos pneus, controles eletrônicos de tração e de estabilidade, sensor de chuva e controlador de velocidade adaptativo (ACC). Quem também ajuda é a tração 4×4 com os modos Gravel, Snow e Mud.

Eles podem ser escolhidos por meio de uma tecla no console central, e equipado com a tração 4×4, o Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S pesa 1.570 kg — a versão Rush e HPE 4×2, por exemplo, possui o mesmo peso de 1.570 kg, segundo Mitsubishi, o que não muda a vida do Eclipse Cross HPE-S 4×4 na balança.

Veredicto

O Mitsubishi Eclipse Cross oferece mais atributos do que falhas, sendo um SUV prazeroso de guiar, da mesma forma que transmite espaço e um bom acabamento. Além disso, o porta-malas é maior em relação ao Jeep Compass. Pode ser que o design não agrade a todos, mas é uma opção para quem deseja fugir do lugar comum.

Embora menos potente em relação aos 176 cv do Jeep Compass ou os 193 cv do Creta Ultimate, a dirigibilidade é acertada, com a condução evidenciada pelo acerto do conjunto de suspensões. Assim como Hyundai Creta, o SUV da Mitsubishi bebe somente gasolina, mas isso não é um problema para uma parcela de consumidores.

Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S 4x4 de dianteira com muro ao fundo
Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S 4×4 [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

O que você acha do Mitsubishi Eclipse Cross? Compraria esse SUV ou optaria pelo Jeep Compass ou o Hyundai Creta Ultimate? Escreva sua opinião nos comentários!


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Rafael Dea

Cursou Jornalismo para trabalhar com carros. Formado em 2005, atuou na mídia impressa por mais de 16 anos e também em veículos on-line. Embora tenha uma paixão por caminhonetes, não dispensa um esportivo — inclusive, foi o único brasileiro a participar do lançamento global do Porsche Panamera GTS.

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