Atualmente podemos dividir o segmento de caminhonetes em alguns grupos. Toyota Hilux e Mitsubishi L200 Triton são as caminhonetes da terra e do trabalho pesado. A Volkswagen Amarok é a rainha da estrada, enquanto a Ford Ranger é a referência a ser batida. Enquanto Nissan Frontier e Fiat Titano correm por fora.
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Por isso, o peso da renovação de qualquer uma dessas caminhonetes é gigantesco. É preciso manter seu legado, ou tentar renovar totalmente para bater a Ford Ranger? No abandono do nome L200 e no compartilhamento de tecnologias com a Nissan Frontier, a nova Mitsubishi Triton manteve sua essência ou foi para algo totalmente diferente?
Casamento entre amigos
Algo que sempre foi bom na Mitsubishi L200 é o casamento entre motor e câmbio. Era um receio de que a comunicação entre os pares pudesse se perder na nova geração. Afinal, estamos falando de uma caminhonete que recebeu um novo motor e um câmbio totalmente diferentes de antes.
Debaixo do capô, ela conta com um 2.4 quatro cilindros twin-turbo diesel. Esse motor traz uma turbina para baixas rotações e outra para altas, trabalhando em conjunto em alguns momentos. Ele é casado a uma transmissão automática de seis marchas cujo resultado é ainda melhor do que antes.
Os 205 cv e 47,9 kgfm de torque parecem mais do que de fato são. A Triton acelera com ímpeto e força, além de ter uma leveza de conjunto que surpreende. O câmbio acorda rápido, fazendo reduções sempre que solicitado e sem baixar o giro mais do que deveria quando andando em regime mais tranquilo.
Monstro
Um dos pontos que mais me surpreendeu nesse evento de lançamento com cerca de 1.000 km rodados foi a valentia da Mitsubishi Triton no off-road. Ela é um monstro. Enfrentamos uma pedreira com subidas bem íngrimes e caminhos tortuosos nos quais algo menos off-roader que um Jeep Wrangler não passaria.
E a Triton foi. Com valentia e sem medo. Além de usar os pneus de uso misto (mais voltado para asfalto) que ela sai de fábrica! Foi preciso só engatar a tração 4LLc que a multiplicação da força foi sentida, com ela se movendo mais lenta, mas com uma força de um trator, vendendo cada pedra que apareceu no caminho.
Quando a situação ficou tensa, o diferencial traseiro pôde ser bloqueado para transpor momentos em que ela se movia somente com duas rodas com contato no solo. Há muitos recursos eletrônicos e mecânicos que ajudam bastante.
Raízes presentes
Um dos pontos que chamou atenção logo nos primeiros metros é que a Mitsubishi Triton ainda é uma caminhonete que pula. Ela ficou mais amigável com a convivência diária, sendo menos saltitante que Toyota Hilux e Fiat Titano e bem próxima da Volkswagen Amarok, mas ainda não no nível da Ford Ranger.
A suspensão foi pensada para trabalhar no conforto, o que resulta em boas absorções de impactos no solo e uma estabilidade boa. Mas, relevos de solo e buracos a farão pular. A Mitsubishi adotou direção elétrica, o que melhorou (muito) o comportamento da Triton. Ela está mais na mão e rápida.
Nova referência
Agora se há um ponto no qual a Mitsubishi Triton 2025 se torna a nova referência é em qualidade do interior. A Ranger impressiona pelas telas, mas a qualidade dos plásticos e, especialmente do couro, não chega aos pés da Mit. A japonesa usou revestimento de marcas premium nos bancos, volante e painel.
O visual horizontalizado também contribuiu muito para essa sensação de refinamento. Tal qual a Ford, a Triton tem revestimento macio no painel e nas portas. Ela traz porta-luvas duplo maior do que a da rival e console central com mais espaço para objetos, além de descanso de braço central mais confortável.
O que destoa da modernidade é o fato de que a Mitsubishi pegou emprestado itens da Nissan que já não são modernos. O painel de instrumentos é o mesmo da Frontier. É bem feito, cheio de recursos, mas já deu o que tinha que dar, além de não ser digital. Já a central multimídia, também usada por Kicks, Versa e Frontier, deixa a desejar.
Com o Android Auto ou Apple CarPlay conectados (pode ser até sem fio), o funcionamento é redondo. Mas a interface da central é confusa, além de parecer travar o tempo todo. Merecia um sistema novo, já que é para usar algo compartilhado com a Nissan. A chave presencial também veio da fabricante do Kicks.
Veredicto
Bem equipada (confira a lista de itens de série aqui) e com preço tabelado entre R$ 249.990 e R$ 329.990, a Mitsubishi Triton chegou mais barata que sua antecessora e verdadeiramente melhor. É parruda, bruta e especialmente boa no off-road. Além disso, tem números que não entregam 100% o que ela oferece.
É nítido que a Mitsubishi Triton está uma geração à frente de suas rivais. Foi uma evolução nítida e forte que a marca japonesa fez. Para quem valoriza a robustez no off-road e a brutalidade que ela herda da L200, abrace sem medo. Ela se torna hoje uma nova referência no segmento. O que complica é que a Ranger parece estar duas gerações à frente das outras e uma além da Triton.
Você teria uma Mitsubishi Triton? Conte nos comentários.
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