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Análise: BYD quer ser como a Fiat no Brasil, enquanto GWM se espelha em Honda e Toyota

Enquanto uma nova leva de marcas chinesa não chega ao Brasil, atuação de BYD e GWM já mostra claramente a direção de cada uma

5 min de leitura

GWM e BYD fazem parte de uma nova onda de marcas chinesas, que chegaram depois da invasão protagonizada por Chery, Lifan e JAC. Apostando em híbridos e elétricos, a dupla tomou o posto de destaque e passou a ditar as regras por aqui. Mas, depois de alguns anos de mercado, é possível ver que elas atuam de maneira muito diferente.

Ficou nítido que, com o tempo, a BYD busca ser como a Fiat. Já a GWM tem uma atuação mais parecida com a de Toyota e Honda. Mas que elementos compõem essa visão de mercado? E o que BYD e GWM têm de diferente em seus modus operandis para haver tanta discrepância? É isso que vamos analisar hoje.

BYD é como a Fiat

Com pretensões de dominar o mundo, a BYD busca volume a todo custo. É por isso que, modelos que mal foram lançados na China, quase que prontamente vem ao Brasil. O portfólio também é bem grande, contanto até com modelos redundantes. Hoje, a BYD tem 11 carros diferentes à venda no Brasil.

frente BYD Song Premium
BYD Song Premium [Auto+ / João Brigato]

O portfólio é composto pelos híbridos Song Plus, Song Pro, King e Shark, além dos elétricos Dolphin Mini, Dolphin, Yuan Pro, Yuan Plus, Seal, Tan e Han. E no radar, a marca tem para lançar no Brasil o Sealion e o Seal híbrido ainda em 2025. A Fiat, que é a marca que mais vende carros no nosso país, tem apenas um carro a mais que a BYD, totalizando 12.

Além disso, a BYD tem feito uma estratégia fortíssima com suas concessionárias. Diversos pontos de revenda são abertos todos os meses e até alguns com proximidade física. Isso ajuda a dar a percepção de que a marca está fincada no Brasil e cria uma sensação de mais segurança ao consumidor, que tem mais locais para fazer reparos.

BYD Dolphin GS preto de frente no meio de uma rua
BYD Dolphin GS [Auto+ / João Brigato]

Isso também explica como o volume de vendas da marca cresceu fortemente nos últimos anos. Em 2024, a BYD fechou com 76.811 carros vendidos, um salto de 328% nas vendas em relação aos 17.937 emplacamentos de 2023. E a chinesa pretende mais, tanto que vai começar a produzir carros no país usando a antiga fábrica da Ford em Camaçari. Bahia.

O revés dessa estratégia de alto volume e velocidade é que a BYD não adapta seus carros para o Brasil. Os testes são mais rápidos para validação e um acerto mais sutil. Mas os modelos vêm com acerto igual ao chines. Isso faz com que modelos como o Dolphin Mini sejam criticados pela suspensão extremamente molenga.

GWM quer ser a Honda e a Toyota dos chineses

GWM Haval H6 PHEV [Auto+ / Rafael Déa]

Ao contrário da BYD que busca volume no Brasil para construir sua fama, a GWM opera como Honda e Toyota. Ela é muito mais lenta e cautelosa nas decisões, tanto que só tem dois carros no portfólio até hoje e está prestes a lançar o terceiro, que está em testes há mais de um ano.

Hoje a GWM atua com a linha Haval H6 e com o elétrico Ora 03, ambos com volumes de vendas inferiores aos rivais diretos da BYD, mas ainda assim com presença sólida no mercado. Ambos passaram por alterações e acertos bem específicos no Brasil, sendo o Haval H6 anda mais presente.

GWM Ora 03 Skin [Auto+ / João Brigato]
GWM Ora 03 Skin [Auto+ / João Brigato]

O modelo brasileiro tem frisos em preto brilhante e logotipo reduzido que não são oferecidos na China. Além disso, o SUV médio recebeu uma recalibração total de suspensão e direção para o nosso mercado, além de conjunto híbrido plug-in 4×4 que não era oferecido em outros mercados. Ou seja, a GWM altera todos os seus carros fortemente para o Brasil.

Com isso, ela quer construir uma fama com os clientes, apostando fortíssimo no pós-venda e no contato com os clientes diretos. Há uma plataforma digital em que o feedback de clientes é coletado e a marca conversa diretamente com eles. É uma construção de imagem tal qual a feita por Honda e Toyota.

GWM Haval H6 HEV [Auto+ / João Brigato]
[Auto+ / João Brigato]

O revés é que existem menos carros da GWM nas ruas e bem menos concessionárias em relação à BYD. A dona do Ora 03 e do Haval H6 emplacou 29.219 carros em 2024, perdendo para marcas como Ford, Citroën e Ram. Ainda assim, registrou um forte crescimento em relação a 2023, onde emplacou 11.479 carros.

Você acha que qual das marcas chinesas tem uma estratégia mais forte no Brasil? BYD ou GWM? Conte nos comentários.


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6 comentários em “Análise: BYD quer ser como a Fiat no Brasil, enquanto GWM se espelha em Honda e Toyota”

  1. Alf20081 Galante

    A matéria deu mais ênfase a BYD, a GWM tem 3 versões do H6, faltou um pouco mais de boa vontade de explicar isso!

  2. Ariel Costa

    Versão é diferente de modelo. Modelo é outro carro, que é o que fala na matéria. Versão é o mesmo carro em configuração diferente. Um argo drive e um argo trekking são o mesmo modelo, com versões diferentes.

  3. João

    Gwm Me parece mais forte quando fala de suv hibrido. Até agora não há muitas reclamações. Me parece quê vei pra ficar.

  4. Dejair

    Tenho o H6 34, carro é simplesmente maravilhoso. Estou muito satisfeito.

  5. Tadeu Raymon

    A análise é sem pé, nem cabeça, uma comparação esdrúxula. A diferença se faz mais pelo tamanho das duas empresas, a BYD é quase vinte vezes maior do que a GWM, as duas só concorrem no Brasil é só em um carro, no resto do mundo não existe essa competição, o inimigo da BYD é a Tesla, a GWM é muito pequena, a Cherry, a Tesla são as maiores concorrentes da BYD na China. Por isso, a BYD é mais rápida, são focos diferentes.

  6. Tadeu Raymon

    Por fim, o híbrido mais vendido no mundo é o Song Plus, o Haval estava em 28º na China, será que somos mais espertos do que o mercado Chinês?

Os comentários estão encerrado.

João Brigato

Formado em jornalismo e design de produto, é apaixonado por carros desde que aprendeu a falar e andar. Tentou ser designer automotivo, mas percebeu que a comunicação e o jornalismo eram sua verdadeira paixão. Dono de um Jeep Renegade Sem Nome, até hoje se arrepende de ter vendido seu Volkswagen up! TSI.

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