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BMW i5 é o estado da arte elétrica | Impressões

Dificilmente um carro elétrico não tem concessões, mas o BMW i5 é o mais próximo que os elétricos chegarão dos carros a combustão

BMW i5 é o estado da arte elétrica | Impressões

Existem marcas que produzem carros elétricos e a combustão em linhas completamente separadas, como é o caso da Mercedes-Benz. Outras, como a BMW, preferem oferecer um mesmo carro, mas com opção de motor elétrico ou combustão. E essa estratégia se provou chegar ao estado de arte com o novo BMW i5.

Oitava geração do Série 5, o modelo desembarca no Brasil primeiro em versão elétrica, para só depois receber a variante híbrida. Mas as impressões iniciais que o i5 passou são muito positivas. Justamente por ele não fazer lembrar que estamos em um carro elétrico, na maior parte do tempo.

Instantaneidade

A situação na qual mais é lembrado que o BMW i5 é elétrico, não o Série 5 a combustão, é no momento da aceleração. Ele conta com um conjunto de motores, sendo o dianteiro de 261 cv e 37,2 kgfm de torque, enquanto o traseiro rende 340 cv e 43,8 kgfm. Ao todo, são 601 cv e 83,6 kgfm de torque na versão M60 xDrive, única oferecida no Brasil.

Como resultado, mesmo o BMW i5 pesando 2.305 kg, ele chega aos 100 km/h em apenas 3,8 segundos. Mas ele é rápido o tempo todo. Mesmo em uma estrada a 100 km/h, a retomada é capaz de fazer o passageiro assustar tamanho o tranco de potência que esse sedã alemão dá.

A autonomia é de 391 km pelo ciclo INMETRO, mas espere facilmente passar de 400 km com uma carga completa. O test-drive promovido pela BMW levou o i5 de São Paulo, capital, até Riviera de São Lourenço, no litoral sul. A ida e volta, mesmo com subida de serra e acelerações nada suaves, fez o modelo voltar ao Morumbi com mais de 30% de autonomia.

Mágica da suspensão

Um dos pontos que mais é interessante no BMW i5 é seu sistema de suspensão. O modelo tem layout independente na dianteira e na traseira. Só que a dianteira recebe uma barra estabilizadora eletronicamente desligável. Ou seja, em situações mais específicas ele roda sem a conexão, enquanto nas curvas ela entra em ação.

Já a traseira tem agora as bolsas de ar da suspensão pneumática instaladas na parte superior da torre. Como resultado, o conjunto fica menos suscetível a problemas causados por sujeiras vindas da rua, além de menos exposto a impactos. Todos esses elementos resultam em um carro muito na mão.

O i5 contorna curvas como se fosse um sedã bem menor (e ele é um gigante de 5,06 m de comprimento e 1,90 m de largura). A facilidade com que ele gruda no asfalto e faz as curvas comportado é muito elogiável. Ao mesmo tempo que temos conforto em ruas ruins e mal cuidadas. Claro que segue um carro durinho e esportivo, mas não punitivo.

Mais tecnologia

No Brasil, o BMW i5 vem equipado com piloto automático adaptativo e sistema de manutenção em faixa que o tornam praticamente um carro autônomo. Inclusive, é possível ficar até 12 segundos sem a mão no volante, deixando o carro atuar sozinho. Por lei, é preciso prestar atenção na estrada e aqui ele não troca de faixa sozinho.

A lista de itens de série é gigantesca com câmeras 360°, faróis full-LED com iluminação adaptativa, frenagem autônoma de emergência, ar-condicionado digital de quatro zonas, teto panorâmico fixo, bancos com ajuste elétrico (além de memória e climatização), chave presencial, estacionamento semiautônomo, entre outros.

O sistema de som B&W tem 655W de potência e nada mais do que 18 alto-falantes e qualidade de som ótima. Por falar nisso, o BMW i5 tem som simulado do motor, que claramente deixa ele transparecer que é um elétrico, mas que adiciona muito à experiência de pilotagem – em especial no modo Sport.

Cria do i7

Ainda que o visual externo da maioria dos carros da BMW seja controverso, o interior é um local no qual a marca tem acertado fortemente. A cabine do i5 é inspirada diretamente no novo Série 7, vendido por aqui só como elétrico. Temos uma larga faixa de plástico texturizado como diamante e lotado de LEDs coloridos na parte interna.

Eles criam efeitos de luzes e sombras muito interessantes que dão um toque mais vivo à cabine. Há muito couro e material macio por todo painel e portas, deixando o ambiente refinado e aconchegante. Volante traz base reta e marcador de centro em vermelho, denunciando um lado esportivo junto dos cintos com costura na cor da divisão M.

O novo Série 5 ainda traz central multimídia em tela curva casada com o painel de instrumentos. O sistema é de fácil uso e tem gráficos chamativos. Só o controle por gestos, que ele vive sugerindo que o motorista use, não funciona todas as vezes. Espaço é mais do que farto, especialmente na segunda fileira. Porta-malas leva 525 litros.

Veredicto

Considerando que nessa categoria temos somente o BMW Série 5 e o Mercedes-Benz Classe E disponíveis, o modelo estreante leva vantagem. Ainda que a BMW cobre R$ 129.950 a mais que o rival direto, o i5 é totalmente elétrico, tem interior mais refinado e é mais divertido de dirigir.

Só que o grande charme desse carro é que ele é totalmente elétrico, mas você esquece disso a maior parte do tempo. Isso porque a condução é tão divertida e próxima à de um carro a combustão, que a parte chata do elétrico se torna um mero detalhe.

Você acha que o BMW i5 fará sucesso no Brasil? Conte nos comentários.


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