Carro elétrico é coisa de gente rica no Brasil, diz CEO da Stellantis

Carlos Tavares, CEO do grupo Stellantis, não vê com bons olhos vender carro elétrico no Brasil, mas fará isso para não perder mercado

Fiat 500 [divulgação]
Fiat 500 [divulgação]

Enquanto o carro elétrico é empurrado à força na Europa, países como o Brasil ainda caminham a passos lentos. E para agravar essa situação, grupos como a Stellantis não veem a eletrificação como algo bom para o nosso país, já que temos o etanol.

Carlos Tavares, CEO do grupo Stellantis, foi bastante enfático quanto a venda do carro elétrico no Brasil. O executivo explicou que cientístas já o alertaram que “o carro elétrico não faz sentido se comparado ao carro que pode rodar 100% com etanol. Sem contar que é muito mais caro para a classe média”.

Para Tavares, basicamente o carro elétrico é coisa de gente rica: “nossos concorrentes gostariam de vender o EV como uma declaração moderna, elegante e ecológica para pessoas ricas de áreas urbanas que compram o EV como o segundo ou terceiro carro”. E ainda completou dizendo que “se é mais caro e não é melhor sob uma perspectiva de emissões, então, por que faríamos isso?”

carro elétrico
Peugeot e-2008 [divulgação]
“Agora, a sociedade precisa, o cidadão precisa? Minha avaliação honesta é que não, eles não precisam porque vocês tem uma solução muito boa para o planeta” completa o CEO do grupo Stellantis. A grande questão para ele é o custo que ainda é proibitivo, especialmente sem a falta de incentivos fiscais no Brasil. 

“Hoje as pessoas compram porque há subsídio do Estado. Assim que os subsídios foram extintos [na Itália] as pessoas pararam de comprar [carros elétricos]”, completou Tavares. Para o executivo, contudo, a grande solução para o Brasil é o carro movido a etanol e, futuramente, o híbrido movido somente a etanol. 

Chrysler Airflow Concept [divulgação]
Chrysler Airflow Concept [divulgação]
“Há o fato de o Brasil ter grandes terras onde a produção de etanol não vai competir com a de alimentos, o que também é muito bom para o país.  É uma tecnologia muito acessível e já teve investimento necessário. Então, por que você desperdiçaria os recursos da sociedade em algo que não é melhor para o planeta?”, finaliza em entrevista revelada pelo Valor Econômico

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