A Chevrolet anunciou na última segunda-feira (8) que o SUV elétrico Spark EUV vai ser montado no Brasil, em Novo Horizonte (CE), antiga fábrica da Troller, de forma SKD. Isso significa que o modelo chega parcialmente montado da China e passa apenas pela finalização em território nacional.
Dessa forma, a GM consegue se esquivar de parte dos impostos federais sobre carros elétricos importados. A prática é comum entre diversas montadoras e recentemente foi alvo de uma briga que envolveu a BYD e quatro fabricantes gigantes do setor, inclusive a própria GM.
Como funciona o SKD
No regime SKD (Semi-Knocked Down), o carro chega ao Brasil praticamente pronto, mas ainda faltando etapas finais para ser considerado produzido aqui. Ele vem em grandes módulos já montados na origem, como carroceria completa e pintada, interior já instalado, sistema elétrico e motor encaixados.
![Audi Q3 nacional [divulgação]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2022/06/Audi-Q3-Nacional-3_edited-1200x720.jpg)
O que não é feito fora são as últimas partes, como instalação de rodas, pneus, bateria de alta voltagem, alguns periféricos e a calibração final.
É como receber um móvel de fábrica quase inteiro, só precisando apertar alguns parafusos para que fique funcional. O objetivo não é nacionalizar grande parte da produção, mas sim atender as exigências mínimas que deixem o carro enquadrado em uma categoria de imposto mais baixo.
E o CKD?

O CKD (Completely Knocked Down) vai além. Nesse modelo, o carro chega totalmente desmontado, peça por peça, e a fábrica nacional é responsável por montar tudo — motor, carroceria, bancos, pintura. Isso oferece mais empregos, movimenta a cadeia de fornecedores locais e, em geral, traz incentivos fiscais maiores.
A BYD, por exemplo, anunciou que começará no Brasil em regime SKD, mas promete migrar para CKD em Camaçari (BA) em até um ano e meio, quando sua fábrica estiver pronta.
Incentivos do programa Mover

O governo federal vem estimulando esse tipo de operação com o programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), que substituiu o Rota 2030. O Mover prevê até R$ 19 bilhões em créditos fiscais até 2028, além de descontos no IPI e exigências ligadas a descarbonização, conteúdo reciclado e eficiência energética.
A ideia é incentivar que montadoras produzam no Brasil e não apenas importem veículos prontos. Porém, mesmo SKD e CKD já se enquadram em parte desses benefícios, o que causa incômodo em empresas que investem pesado em fábricas completas há décadas. E foi justamente isso o motivo da briga.
A treta com a BYD

Em julho, GM, Stellantis, Volkswagen e Toyota enviaram uma carta ao presidente Lula pedindo o fim dos incentivos para carros montados via SKD e CKD, alegando concorrência desleal. A resposta da BYD veio afiada, chamando os rivais de “dinossauros surtando diante da chegada do meteoro”, e acusou de vender tecnologia ultrapassada, bem como o consumidor brasileiro sempre foi o último na fila da modernidade.
O governo acabou não aceitando o pedido das tradicionais e manteve o plano original: os impostos de importação vão subir gradualmente até 35% em 2028, mas para SKD e CKD o teto foi antecipado para janeiro de 2027, justamente para frear a marca chinesa.
Quem já usa SKD ou CKD no Brasil

Além da Chevrolet e BYD, outras montadoras usam esse sistema de montagem, como é o caso da Audi com o Q3 no Paraná, que adota a forma SKD. Já a BMW usa o modelo CKD para o Série 3 e X1, enquanto o X5 é montado em Araquari (SC) com menor índice de nacionalização. A GWM também vai utilizar o regime CKD na sua fábrica de Iracemápolis (SP) para produzir o Haval H6, Haval H9 e a picape Poer.
E você, concorda com os incentivos do governo federal para carros montados no Brasil ou devem ser produzidos por total em território brasileiro? Compartilhe sua opinião!




É tudo um absurdo!! Estes desgoverno admitem estas barbaridade!! Só deveria a indústria se instalar no Brasil produzindo TUDO aqui, nada de CKD OU SKD. Até produzir ao longo do tempo que eles dizem o Brasil já perdeu o bonde do desenvolvimento. É lastimável!!
Regime CKD é válido para fábricas de automóveis recém-implantadas, nos três primeiros anos de operação, tempo em que se desenvolve e certifica fornecedores locais. Algo que a GWM irá fazer, por exemplo. O que não deveria acontecer é algo como a Caoa, em Anápolis, que monta carros há muitos anos, mas sequer com 20% de conteúdo local.
Lembrando que nem na China existem montadoras com 100% de conteúdo local.
Agora o regime SKD é muito ruim. Não desenvolve fornecedores, praticamente não tem nenhum conteúdo local, nem mesmo linha de pintura, sem gerar potencial de empregos ou desenvolvimento de novos negócios.
Skd é golpe.
A indústria automotiva começou via ckd no Brasil. Pode ser válido usar esse caminho novamente
E nos anos 1960 não éramos tão defasados quanto nos 80 e 90.