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Chevrolet S10 Z71 é a versão bad boy da família | Avaliação

A Chevrolet S10 Z71 se destaca pelo visual, e o motor 2.8 turbodiesel com câmbio automático de oito marchas transformou a condução

9 min de leitura

Após uma renovação completa no ano passado para enfrentar a ofensiva da Ford Ranger, a Chevrolet S10 passou a adotar elementos da irmã norte-americana, a Colorado. Embora não tenha trocado de geração, a caminhonete média recebeu aperfeiçoamentos significativos. E a configuração Z71, que parte de R$ 299.790, permanece disponível para os consumidores.

A configuração Z71 se destaca das outras opções (High Country, LTZ e WT), atraindo quem busca um visual robusto com um toque esportivo – similar à Nissan Frontier Attack. No entanto, a disputa da S10 não se limita à Ranger e à Frontier. Ela também convoca as demais concorrentes do segmento de caminhonetes médias para a luta.

A Chevrolet S10, veterana lançada no Brasil em 1995, passou por evoluções constantes ao longo de seus 30 anos no mercado. A última atualização de 2024 manteve a mesma estrutura, mas trouxe uma nova proposta de design e engenharia, o que transformou a experiência de condução. Embora os olhos não percebam, o corpo sente a diferença ao volante.

Chevrolet S10 Z71 vermelha parada de frente e lateral com árvores ao fundo
Chevrolet S10 Z71 [Auto+ / Rafael Déa]

Como é dirigir a Chevrolet S10 Z71?

Sob o capô, a Chevrolet S10 Z71 é equipada com o propulsor de quatro cilindros 2.8 turbodiesel, que recebeu mais de 30 evoluções em relação à versão anterior. Agora chamado Duramax, ganhou novos pistões, turbocompressor, linha de combustível, bicos injetores, coletor de exaustão e nova taxa de compressão. Bloco e virabrequim foram mantidos.

Esse fôlego renovado se traduz em 207 cv e 52 kgfm, ou seja, um aumento de 7 cv e 1 kgfm em comparação com o motor CTDi anterior (200 cv e 51 kgfm). Além disso, houve a introdução do câmbio automático de oito marchas da Colorado, mas calibrado especificamente para o mercado brasileiro, substituindo a antiga transmissão de seis.

Embora a antiga S10 não fosse lenta, os novos aperfeiçoamentos, juntamente com o câmbio de oito marchas, a tornaram mais ágil, tanto nas acelerações quanto nas retomadas. Essa disposição é evidente, movendo sem esforços seus 2.104 kg (peso em ordem de marcha), sem precisar forçar o acelerador para ganhar velocidade.

Portanto, 7 cv e 1 kgfm podem parecer pouco, mas na prática ela ficou um degrau acima da Nissan Frontier Attack 2.8 (190 cv e 45,9 kgfm), da Fiat Titano Ranch 2.2 (180 cv e 40,8 kgfm), da Ford Ranger Black 2.0 (170 cv e 41,3 kgfm) e até da Mitsubishi Nova Triton (205 cv e 47,9 kgfm), para comparar. 

Chevrolet S10 Z71 vermelha parada de traseira com árvores ao fundo
Chevrolet S10 Z71 [Auto+ / Rafael Déa]

Funcionamento suave e silencioso

A união do motor 2.8 Duramax ao novo câmbio proporcionou à Chevrolet S10 uma melhor capacidade nas ultrapassagens. O tempo de 0 a 100 km/h, agora feito em 9,4 segundos, diminuiu em um segundo (antes, eram 10,4 segundos). O funcionamento do conjunto é liso e com baixa vibração, algo que já se tornou característico da caminhonete.

O CPA (Centrifugal Pendulum Absorber) foi introduzido na linha 2018 da caminhonete. Trata-se de contrapesos instalados dentro do conversor de torque do câmbio, que filtram melhor as vibrações do conjunto motor-câmbio. Além disso, ele beneficia o desgaste de componentes, os tempos de resposta e o conforto de rodagem.

Chevrolet S10 Z71 vermelha parada de dianteria-lateral com árvores ao fundo
Chevrolet S10 Z71 [Auto+ / Rafael Déa]

Ao trafegar a 120 km/h, a agulha do conta-giros repousa em torno de 2.000 rpm, enquanto nos trajetos urbanos, a 60 km/h, é possível andar com a sexta ou a sétima marcha engatada, ainda contando com uma reserva de potência e torque. Isso ajuda não apenas no conforto acústico, mas também coopera no consumo tanto urbano quanto rodoviário.

Segundo o Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, a S10 Z71 registra médias de 8,4 km/l na cidade e de 11,1 km/l na estrada. Mesmo em velocidades mais altas, o bom isolamento acústico da cabine inibe a presença de ruídos indesejados. Além disso, placas acústicas adicionais foram incluídas nas portas, nas colunas e na parede corta-fogo.

Detalhe da dianteira da Chevrolet S10 Z71
Chevrolet S10 Z71 [Auto+ / Rafael Déa]

A direção assistida eletricamente foi recalibrada, tornando-se leve em baixa velocidade, o que facilita as manobras e balizas. Acima de 100 km/h, transmite o peso correto. O sistema atua de forma precisa, sendo rápido tanto ao esterço quanto ao retorno. Se quiser um toque de esportividade, é possível realizar trocas sequenciais na alavanca seletora de marchas.

E como a Chevrolet S10 Z71 se comporta no fora de estrada?

As suspensões adotam a arquitetura de braços sobrepostos na dianteira e eixo rígido na traseira. A calibração foca no conforto, e o conjunto filtra e absorve muito bem as irregularidades do asfalto ou do fora de estrada, como foi possível perceber ao subir a estrada de terra que leva à Pedra Grande, em Atibaia, no interior de São Paulo.

O controle de carroceria é elogiável, e a caminhonete vence os obstáculos sem batidas secas de final de curso e com baixa inclinação de carroceria. Além disso, a direção não apresenta tendência ao rebote ao passar por irregularidades consecutivas. Ou seja, é um utilitário bem plantado, tanto em pisos irregulares quanto no asfalto liso.

Chevrolet S10 Z71 vermelha parada de lateral com árvores ao fundo
Chevrolet S10 Z71 [Auto+ / Rafael Déa]

Nessa situação de terreno difícil, em nenhum momento o 2.8 Duramax negou fogo, embora haja uma leve presença do turbolag (atraso antes de o turbocompressor pegar para valer). Aliás, quem for encarar o off-road, a tração oferece modos 4×2, 4×4 e 4×4 com reduzida, além de ângulo de entrada de 29º, de saída de 23º e altura livre em relação ao solo de 22,5 cm.

Chevrolet S10 está de cara nova

A Chevrolet S10 recebeu um banho de loja na última atualização do ano passado, com as mudanças concentradas na dianteira e uma leve repaginada na traseira. Esse novo design do exterior abdicou dos cromados na versão Z71, enquanto os elementos brilhantes aparecem por toda parte na versão High Country.

O tom preto brilhante aparece no aplique frontal, nas maçanetas das portas, nos logotipos alusivos à caminhonete e nas capas dos retrovisores. Além disso, estão presentes molduras plásticas nos para-lamas, estribos laterais exclusivos e santantonio tubular – um equipamento que já estava presente na antiga S10 Z71.

O exterior da caminhonete é complementado pelos faróis e lanternas de LED, enquanto as rodas de liga leve de 18 polegadas calçam pneus de medidas 265/60. Se a maioria dos compradores de SUVs está interessada na capacidade do porta-malas, quem busca uma caminhonete quer saber o quanto é possível carregar na caçamba, não é mesmo?

O compartimento possui uma capacidade volumétrica de 1.061 litros e uma carga útil de 1.046 kg. A tampa da área de carga tem uma operação leve, tanto ao abrir quanto ao fechar, e os objetos transportados ficam protegidos pela capota marítima. Além disso, a Chevy pode rebocar até 3.500 kg (com freio).

O que mudou na cabine da Chevrolet S10 Z71?

Com 5,36 m de comprimento, 1,87 m de largura, 1,83 m de altura e 3,09 m de entre-eixos, a cabine da Chevrolet S10 Z71 acomoda bem até cinco ocupantes. Os comandos bem localizados à mão e a regulagem em altura e profundidade da coluna de direção destacam a ergonomia. Algo que cooperou em encontrar uma cômoda posição de guiar.

Outro aprimoramento está nos bancos frontais, agora construídos com espumas de diferentes densidades no centro, na região das coxas e nas laterais. Eles passaram a acomodar melhor, além de impedir que o corpo role nas curvas contornadas mais rapidamente, assim como evitar o cansaço após longas horas ao volante.

Houve a introdução do quadro de instrumentos totalmente digital e configurável de oito polegadas, com três modos de visualização. Além disso, podem ser adicionadas informações sobre o consumo e a saúde do motor do multimídia para o quadro de instrumentos. Embora não seja tão prático. Foram adicionados mais porta-objetos no habitáculo.

O acabamento interno é majoritariamente em plástico, com detalhes em vermelho nas saídas de ar, nas costuras dos bancos e do volante, que remete ao da Silverado nos comandos do painel e até mesmo nos cintos de segurança. O ar-condicionado possui comandos manuais, não há carregador de smartphone por indução, mas o multimídia é de 11 polegadas.

Chevrolet S10 Z71 [Auto+ / Rafael Déa]

Como é na segunda fileira de bancos?

Quem viaja atrás encontra um bom espaço para as pernas e os joelhos, graças aos 3,09 m de entre-eixos, embora seja menor em relação à Ford Ranger (3,27 m) e ligeiramente maior que a Toyota Hilux (3,08 m).

A inclinação do encosto traseiro não cansa em viagens mais longas, e uma falha está na ausência das saídas de ar dedicadas aos passageiros da segunda fileira de bancos. Há portas USB-A e USB-C traseiras, e o sistema de som é composto por quatro alto-falantes e dois tweeters (falantes de agudos).

Veredicto

A Chevrolet S10 Z71 foi aprimorada e pode ser uma opção para quem deseja uma caminhonete com pegada esportivada. Ela está melhor ao volante após a atualização do propulsor 2.8, mas a cereja do bolo é o novo câmbio automático de oito marchas, que beneficiou tanto o desempenho quanto o consumo.

Não apenas melhoraram o desempenho e o câmbio, como também as suspensões recalibradas miraram no conforto, sem descuidar das aptidões em curvas e no fora de estrada. Faltou o banco do motorista ajustável eletricamente, assim como a frenagem automática de emergência. Mas, ela pode ser uma opção esportivada em meio às rivais.

Chevrolet S10 Z71 [Auto+ / Rafael Déa]

O que você acha da Chevrolet S10? Compraria a versão Z71 ou optaria pela topo de linha High Country, repleta de cromados? Compartilhe a sua opinião nos comentários!


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1 comentário em “Chevrolet S10 Z71 é a versão bad boy da família | Avaliação”

  1. Schlatter70

    300K em um carro sem ar automático e sem saída para o banco traseiro. Os caras melhoram várias coisas e se esquecem do básico. É por isso que tá despencando nas vendas, além da idade do projeto.

Os comentários estão encerrado.

Rafael Dea

Cursou Jornalismo para trabalhar com carros. Formado em 2005, atuou na mídia impressa por mais de 16 anos e também em veículos on-line. Embora tenha uma paixão por caminhonetes, não dispensa um esportivo — inclusive, foi o único brasileiro a participar do lançamento global do Porsche Panamera GTS.

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