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Foi-se o tempo em que era necessário falar dos carros chineses como algo à parte do mundo automotivo. Ou explicar o quanto eles evoluíram. Faz tempo eles já atingiram o patamar dos carros nacionais e agora seus acertos são maiores que seus erros, que se tornaram sutis. Por isso é a última vez nessa avaliação que citarei que o JAC T60 é chinês.
Apostando forte em custo-benefício, ele só não é o SUV médio mais barato do Brasil por causa de outro chinês (ok, essa será a última vez): o CAOA Chery Tiggo 7 que recentemente voltou a ser vendido na versão de entrada T.
Fartura
Uma das características mais apreciadas no segmento de SUVs médios é o espaço interno, algo que o JAC T60 leva muito à sério. A cabine é generosamente grande, com espaço para cinco pessoas com conforto. O banco traseiro merece destaque por ser confortável, ter ótimo espaço para os joelhos e cabeça, além de um assento grande.
Mas essa vastidão de espaço não seria atraente o suficiente se o interior não fosse minimamente refinado. Não há tanta superfície macia ao toque quanto no Jeep, mas o acabamento do T60 é caprichado. A porção frontal do painel é revestida de uma macia imitação de couro, assim como boa parte das portas.
Há plásticos duros pela cabine, mas bem montados e de textura agradável. Os encaixes não apresentaram irregularidades e o uso de couro de qualidade nos bancos e volante impressionou pela boa sensação que passa. Destaque para o visual horizontalizado e com uma elegante faixa preto brilhante.
Vacilos bestas
Mas nem tudo são flores na cabine do JAC T60. A marca cometeu alguns vacilos pequenos, coisinhas bestas, mas suficientes para irritar no dia-a-dia. Como o sistema de ar-condicionado, que é bonito e vistoso, mas não conta com botão para ventilação automática e a temperatura não é controlada por graus, mas sim por um desenho na central multimídia.
Ergonomicamente também a JAC cometei dois vacilos com o T60. Custar mais de R$ 100 mil e ter somente regulagem de altura no volante é inadmissível. Já o banco com ajuste elétrico faz o serviço pela metade: tem regulagem de altura e distância elétrica, mas o encosto é manual.
Senhor conforto
Apesar do Turbo escrito em sua lateral direita em letras garrafais, o JAC T60 não tem pretensões esportivas, muito pelo contrário: ele preza pelo conforto e sabe muito bem como fazer isso. A suspensão é macia e absorve bem as imperfeições do asfalto sem deixar o SUV balançar com o vento. Só peca por ser muito barulhenta em asfalto ruim.
Essa frugalidade tem como grande estrela a transmissão automática do tipo CVT. Ela não simula marchas, entregando performance linear ao JAC. Mas é rápida nas respostas do acelerador e faz o motor acordar rapidamente.
Vai ser a condução mais esportiva e emocionante entre os SUVs? Não, mas o T60 entrega sem frustração. Ele é suficientemente ágil e esperto, tanto na cidade quanto na estrada. Até mesmo nas manobras, onde as transmissões CVT costumam ser mais imprecisas, o JAC não vacila.
A grande virtude do JAC T60 está em sua lista de equipamentos. Por R$ 115.990 traz teto solar, bancos revestidos em couro, luz diurna de LED, faróis com acendimento automático, sensor de ré, câmera 360° (muito útil, mas com definição péssima), chave presencial, central multimídia, painel digital, lanternas traseiras de LED, roda de liga-leve e piloto automático.
Comete um pecado grave ao oferecer somente os obrigatórios airbags duplos, enquanto rivais já contam com pelo menos quatro bolsas de ar. Não há mais outros sistemas de segurança ativa como oferecem outros SUVs médios, fazendo com que esse seja um pecado grande do T60. Ao menos tem seis anos de garantia.
Veredicto
O JAC T60 é uma grande aposta no mundo dos SUVs. Entrega muitos equipamentos de série, cabine exemplarmente espaçosa, acabamento bom e visual moderno pelo preço de um SUV compacto. Não é o carro mais emocionante de dirigir, algo que um tanto quanto recorrente nessa categoria, nem o mais robusto.
Contudo, o JAC T60 demonstra qualidades para coloca-lo como uma compra a se considerar nessa categoria. Comete vacilos pequenos que mostram que a marca ainda precisa se atentar aos detalhes, mas ainda assim é o melhor JAC que se tem hoje no mercado. Só fique de olho na desvalorização que, infelizmente, é cruel com esse carro.
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