Atuando como fabricante de carros desde 1935, a Jaguar viveu somente três momentos de extrema atenção da mídia e do público. Quando o E-Type foi lançado em 1961 e foi considerado o carro mais bonito da história. Em 1992, quando o XJ220 se tornou o carro mais rápido do mundo, mas decepcionou muita gente por não ter motor V12. E agora 2m 2024 com o rebranding da Jaguar.
Por muito tempo, a Jaguar era uma marca de nicho. Só que, depois que foi vendida pela Ford para a Tata em 2008, os rumos da britânica mudaram. Ela passou a ser uma concorrente direta de Audi, BMW, Mercedes-Benz e Volvo, atacando em segmentos de alto volume com sedãs e SUVs.
Só que isso não obteve o resultado esperado pela Tata e a Jaguar deixou de ser rentável há tempos. Era preciso fazer alguma coisa para movimentar a marca e, desde que o rebranding foi anunciado, as buscas no Google quintuplicaram, a quantidade de matérias cresceu vertiginosamente e, no final do dia, todo mundo fala da Jaguar.
Futuro da Jaguar começou com o rebranding
A Jaguar decidiu que deixará de brigar com Audi, BMW e Mercedes-Benz para focar em Bentley e Rolls-Royce, só que com um claro olhar para a China. Por lá, os ricos são jovens, em geral na faixa dos 30 anos. É um tipo de público que não se encanta tanto pela caretice de Rolls-Royce e Bentley, preferindo algo mais moderno, ostensivo e, preferencialmente, elétrico.
É por esse caminho que a britânica vai trilhar. Por mais que o conceito Type 00, a materialização do rebranding da Jaguar, tenha causado polêmica, é impossível ficar indiferente frente a ele. O carro é enorme, com capô gigantesco, tem visual futurista e extremamente refinado.
Ainda que tenha itens estranhos, como a traseira de ar-condicionado de shopping, ou a frente praticamente vazia, seu formato geral diz mais do que os detalhes. Ele parece um carro de luxo de desenhos dos anos 1980, exalando luxo e sofisticação por cada vinco, ao contrário dos atuais modelos da marca.
Existe um legado
Outro ponto muito discutido sobre o rebranding da Jaguar é a questão do visual do carro não lembrar nada os modelos antigos. É aí o maior engano. Veja nessa imagem abaixo como Type 00 ao lado de um E-Type. A proporção é igual, com capô muito longo, linhas curvilíneas e traseira bem redonda.
Até mesmo as aberturas de ar estilo ar-condicionado tem uma origem: os respiros do capô do E-Type. Na lateral, o desenho dos dois modelos também segue a mesma lógica e estilo básico. Claro que modernizado para parecer algo de 2050, não de 1961 ou de 2024.
Particularmente não me agrada em nada o visual desse Jaguar, mas há uma lógica gigantesca em tudo que a marca fez. Ele parece muito mais luxuoso do que tudo que foi feito até agora. É um carro de mais presença e voltado a um tipo de comprador jovem muito endinheirado e que não tem opções que vão de encontro com a sua pegada.
A propaganda já dizia
As cores rosa e azul mostradas no conceito, junto com todos os vídeos e teasers que a Jaguar mostrou, fazem sentido ao analisar o carro sem o olhar de raiva que os puristas tiveram. O teaser mostra uma imagem fashion, pessoas de diversas etnias, cores e formatos, mas sempre jovens.
Até mesmo o fato de que o site da Jaguar agora parece de uma loja de cosméticos como a Sephora, ao invés de uma fabricante de carros, faz sentido para esse direcionamento que a britânica fez em seu rebranding. E essa revolução tem ligação total com buscar outro público. Afinal, o que comprava Jaguar, hoje leva BMW.
Você acha que o rebranding da Jaguar vai salvar a marca da falência? Conte nos comentários.
