O conceito de identidade de marca é construído ao longo de décadas, obedecendo a regras que moldam a percepção do público e criam uma conexão emocional com os consumidores. No entanto, algumas marcas, especialmente no mundo dos automóveis, como a Jaguar, ou até marcas em setores como tecnologia e alimentos, decidem adotar uma visão diferente.
Esse tipo de movimento nem sempre é bem recebido e, recentemente, a Jaguar decidiu abdicar de toda a sua história em nome de uma abordagem ousada para atrair um público mais jovem. Parte dessa mudança envolveu a substituição do logo clássico, com o icônico Jaguar saltando sobre a sua assinatura, por um conceito mais minimalista.
A decisão foi vista como uma tentativa de modernizar a marca, mas também gerou críticas de que a Jaguar estava abandonando sua identidade prestigiosa em busca de algo mais genérico. Contudo, ela não foi a única a seguir esse caminho.
Chrysler
A Chrysler, após a fusão com a Daimler-Benz em 1998, que deu origem à DaimlerChrysler, não alcançou os objetivos esperados, e o rebranding que ocorreu após a venda da Chrysler pela Daimler, em 2007, não conseguiu apagar a falha dessa união. Em 2009, a marca tentou se reposicionar como uma empresa mais sofisticada após a falência e a aquisição pela Fiat.
O novo logo foi criticado por ser simples demais e não refletir a história da Chrysler, além de ser uma tentativa forçada de modernização. A percepção foi de que a Chrysler estava tentando imitar marcas de luxo sem ter o poderio necessário para sustentar essa imagem, o que resultou em uma desconexão com seu público tradicional.
Peugeot
A Peugeot também passou por um rebranding significativo em 2010, com a introdução de um logo mais estilizado e moderno, com o leão apresentado de forma mais minimalista. O novo design foi pensado para transmitir uma imagem mais dinâmica, mas gerou críticas de que a Peugeot estava perdendo seu “DNA”.
Para muitos consumidores, o novo logo não refletia a essência da marca, que sempre foi associada a carros acessíveis e confiáveis. Além disso, o reposicionamento da marca foi considerado confuso, já que o novo design do logotipo parecia distorcer a imagem clássica da Peugeot.
Ford
A Ford tentou se reinventar com o conceito de design New Edge, aplicado ao Focus e ao Mustang. A proposta foi uma tentativa de modernizar a marca com um estilo futurista, mas a mudança não agradou a todos. Muitos consumidores não conseguiram associar o novo design à tradição da Ford. A linguagem New Edge foi vista como desconectada do legado construído ao longo dos anos, o que prejudicou sua identidade.
Mini
Quando a Mini foi adquirida pela BMW, passou por um rebranding para refletir essa nova fase, com o objetivo de atrair um novo público. Contudo, o problema surgiu quando a Mini começou a expandir seu portfólio, lançando modelos como o Countryman, o Paceman e o Clubman, que eram maiores em relação aos carros compactos da marca.
Essa expansão foi vista por muitos como uma diluição da essência da Mini, que sempre foi associada a carros pequenos, simples e práticos. Embora a marca tenha mantido consumidores fiéis, muitos sentiram que a Mini estava se afastando de sua identidade original.
Kia
O rebranding da Kia é um exemplo de uma mudança visual que gerou controvérsia. A marca sul-coreana adotou um novo logo minimalista, que foi amplamente criticado por ser difícil de ler, especialmente com relação à forma como as letras K e I foram estilizadas.
Muitos consumidores não conseguiram associar imediatamente o novo logo à Kia, e a mudança foi vista como uma tentativa de reposicionar a marca de uma fabricante de carros acessíveis para uma mais “tecnológica”.
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